"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Fim do túnel...

Cheguei ao fim do túnel e aqui não tem nenhuma luz. E agora o que eu faço? Volto, corro, fico aqui parado? Está escuro demais pra ver, nem minha própria sombra me persegue mais. Ouço ruídos, talvez sejam vozes, mas de onde vêm essas vozes, será que têm pessoas aqui além de mim? Sigo tateando as paredes do túnel, mas sigo sem ver nada nem ninguém. Onde eu fui parar meu São Crispim? Pra quê fui confiar no ditado, agora estou é perdido no fim do túnel. Não tem nenhuma luz aqui não, nem uma lâmpada, nem uma vela, nem uma lanterna, nem mesmo um palito de fósforo aceso. Opa, as vozes parecem estar se aproximando daqui, minhas pernas estão bambas de medo. Meu São Jorge me ajude, o que eu faço pra me proteger? Valha, as vozes estão chegando aqui, parece as mesmas vozes que eu escuto toda noite nos meus pesadelos.
- Oh Sebastião, tu esqueceu de religar minha luz hômi, eu já paguei o diacho daquela conta que tava atrasada.
- Disculpa dona Josefa, já tô indo ligar a sua luz.
Ai que alívio, bem que o povo diz que sempre tem uma luz no fim do túnel, mesmo que ela demore a acender por diversos motivos, mas uma hora ela vai acender. Aí lembro de outro ditado: "A esperança é a última que morre", nesse caso eu já estava crente que esse ditado também ia por água abaixo, mas a esperança e a luz da Josefa me salvaram. Por isso que eu digo, não há nada mais certo que a sabedoria e as coisas ditas pelo povo...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Noite de Natal...

É Natal, é Natal, noite de Natal. Mas a neve não cai lá fora, os sinos não tocam (nem dobram a esquina), o Papai Noel não desce pela chaminé. Mas também, eu estou no Ceará e aqui nunca nevou nem vai nevar, a igreja mais próxima está muito longe e Papai Noel, ah já faz muito tempo que não acredito nele mesmo e aqui em casa não tem chaminé. Fica tudo apenas nos enlatados norte-americanos que nos enganam a cada ano que passa.
E essas luzes que não páram de piscar. São luzes que piscam, piscam e me irritam. Está próximo da hora do aniversário do menino e a grande multidão que diz acreditar na sua história não está nem aí pra ele. Essa multidão prefere esconder suas mágoas e seus pecados na dose de champanhe gelada que acabaram de tirar do congelador. Talvez hoje aquele Papai Noel do início seja mais lembrado que o menino, o Papai Noel e todos os seus valiosos presentes.
E a dois mil e nove anos a história continua a ser contada e passada de geração a geração, pena que a cada geração essa história vai sendo distorcida por aqueles que querem manter as riquezas nas mãos.
O anjo anunciou,
A estrela guiou,
O rei mago chegou,
O menino nasceu.
Ah se o menino ainda estevesse aqui para ver no que o nascimento dele virou.
Enquanto muitos festejam essa data, muitos estão por aí, pelos sinais, pelas esquinas, sem festa, sem roupa nova, sem ceia. Eu vi, sim eu vi com meus próprios olhos a verdadeira realidade. Se ninguém olha por eles, talvez aquele velho e atual menino olhe.
Felicidades e amor para todos, não porque é Natal, mas porque eu desejo isso todos os dias do ano e não somente numa data que a cada ano vai perdendo o seu real significado, que talvez pra mim não signifique muita coisa não. Desculpa aqueles que acreditam nos milagres do menino, sei que ele foi uma boa pessoa (inclusive comecei a ler sua história, mas por curiosidade do que por acreditar em algo maior), mas se já sou grandinho para não acreditar em Papai Noel, também aprendi o suficiente para não acreditar em diversas outras coisas...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

E quando me pedirem

E quando me pedirem para odiar as pessoas,
É aí que vou amar quantas mais eu puder.
E quando me pedirem para entregar os pontos,
É aí que vou fazer de tudo para virar o jogo.
E quando me pedirem para eu ser cruel,
É aí que vou espalhar ainda mais minha delicadeza.
E quando me pedirem para esquecer os necessitados,
É aí que eu vou dar a mão para levantá-los.
E quando me pedirem para calar a boca,
É aí que meu grito vai ecoar nos quatro cantos.
E quando me pedirem para mentir,
É aí que pronunciarei com todas as letras a verdade.
E quando me pedirem para chorar de tristeza,
É aí que minha alegria transbordará para todos.
E quando me pedirem para fazer o mal,
É aí que minhas forças vão trabalhar para o bem.
E quando me pedirem para ficar sozinho,
É aí que encontrarei mais amigos para ficar comigo.
E quando me pedirem para parar de sonhar,
É aí que o meu sonho se tornará realidade.
E quando me pedirem para ficar na escuridão,
É aí que encontrarei o caminho de todas as luzes.
E quando me pedirem para fazer a guerra,
É aí que abraçarei todos ao meu redor.
E quando me pedirem para desistir das palavras,
É aí que farei delas minhas aliadas.
E quando me pedirem para não ter confiança,
É aí que vou acreditar cada vez mais no meu companheiro.
E quando me disserem que está próximo do fim,
É aí que eu mostrarei que a esperança acabou de nascer.
Sei que não posso mudar o começo,
Mas, se quiser, conseguirei mudar o final.

(Janderson Oliveira)

Lendo o "Só de Sacanagem" de Elisa Lucinda, texto belíssimo e bem atual e bem espetacular, me veio a inspiração para criar esse, não tão bom quanto aquele, mas enfim é o que eu adoro fazer...

Resposta de um Maluco para um Louco...

Seguinte Louco, vou acabar no final! Num dia de lua cheia no céu chuvoso. Eu parado em movimento de olhos fechados com a pupila dilatada pela luz da escuridão e bem perto de mim, do outro lado do mundo, uns pica-paus uivavam e uns lobos cantarolavam furando as árvores. Rapidamente, saí de onde não tava com destino aonde não cheguei e fui entrando pela janela dos fundos da parede ao lado. Tomei banho no sofá e aproveitei para sentar no chuveiro passando para o quarto onde jantei o café da manhã, uma comida ruim com gosto de fronha mal passada. Como de rotina, dormi na mesa da cozinha. Acordei da insônia que tive assustado com um gigante de 1,50m que dançava blues tocando cuica. Em seguida, antes disso, bebi um prato de água em pó e olhei da sacada do meu barraco na favela uma criancinha perneta carregando uma senhora muda nos braços e ambos falavam sobre um cego que lia um livro sem letras que falava da volta dos que não foram e no meio da conversa, um andarilho cego de muleta olhou para eles e disse: "A Terra é uma bola que tá girando e em suas pontas os mais fracos vão ficando"!

E não é que o Maluco respondeu a carta do Louco...

Carta de um Louco para um Maluco...

Vamos começar do começo. Era uma noite de sol que brilhava no horizonte montanhoso. Eu estava andando parado, sentado de pé numa pedra de pau, com os olhos arregalados quase fechando quando não longe dali os pássaros pastavam enquanto as vacas pulavam de galho em galho. Resolvi depressa voltar vagarosamente pra casa; chegando pela porta da frente que ficava nos fundos, deixei meu paletó na cama e me pendurei no cabide; levantei para ir ao banheiro e aproveitei para almoçar, senti um gosto horrível na boca porque tinha comido um guardanapo e limpado a boca com um bife. Fui até uma floresta de pedra onde vi as tranças do rei careca e achei um anão gigante que fazia poeira em alto mar. Logo após eu fui até a cozinha beber água molhada e aproveitei para tomar banho, eu vi um cego lendo um livro sem letras que se chamava “A volta dos que não foram”. Fui ao jardim e encontrei uma folha em branco que dizia: “Assim diziam 5 mudos que vieram da lua; o mundo é mesmo uma bola quadrada, diante disso prefiro a morte do que morrer”!

Sensacional esse texto, coisa de outro mundo, literatura pós-moderna. Fuçando as comunidades do Orkut, achei uma que tem o mesmo nome do título e encontrei essa carta. Bem ao estilo que gosto, essa quebra com o normal, essa loucura que acaba tendo sentido. Vocês me entendem né? Afinal eu estou batendo palmas ali para ver se sob os meus pés existe assombração, se ela existir a gente sai abraçado com as mãos na cabeça e se delicia com o sabor da flor que acabou de nascer.
É o que má?...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A história do professor Santos...

Osvaldo Cardoso dos Santos, Cardoso por parte de pai, Aguinaldo Cardoso, homem comerciante e bravo, e Santos por parte de mãe, Maria dos Santos, como o próprio nome sugere, essa era quase uma freira, pois vivia na igreja. Apesar de não acreditar em santos e muito menos em divindades, Santos era como todos o chamavam. Professor Santos pra ser mais exato.
Há 25 anos Santos era professor do curso de História de uma universidade muito conceituada no país. Já havia estudado a história de diversos lugares do mundo, já havia lecionado para diferentes tipos de pessoas, já havia publicado diversos artigos e livros nesse mundo afora. Porém, agora o professor Santos estava cansado, para ser mais preciso, cansado e sozinho.
Desde o seu primeiro e empolgante namoro de adolescência, que nem ele mesmo sabe porque chegou ao fim, Santos não se apaixonara de verdade por nenhuma outra mulher. Depois de algum tempo na melancolia, ele resolveu viver a vida e curtir com diferentes pessoas. O seu hobby era encontrar mulheres que lhe agradassem e ir direto ao assunto, vocês sabem bem o que eu estou me referindo.
Não importava muito quem era a mulher escolhida, bastava fazer um pouquinho o seu gosto e Santos avançava. O então graduando do curso de História, Osvaldo, Osvaldão para os amigos mais próximos, pegava geral na faculdade. Foi aí que ele aprendeu o verdadeiro prazer de gozar a vida. E ele não se limitava apenas às universitárias, até mulher casada o nosso professor conseguiu na sua jornada quase que diária de trabalho.
Depois que prestou o concurso para professor universitário e teve seu tempo reduzido devido à jornada prolongada de trabalho, o professor Santos não tinha mais muito tempo para curtir a vida à toa. Mas mesmo assim ele ainda estava com aquele gás todo. As preferidas dele agora eram a suas alunas universitárias que sempre no final do semestre precisavam de uma nota melhor pra passar. E vocês imaginam qual era a proposta do professor Santos, não imaginam?
Essa que vocês estão pensando mesmo. Ajoelhou, então vai ter que pagar, pagar mesmo e não rezar, já que Santos não gostava muito dessas coisas. E assim foi até o nosso professor Santos descobrir que já não estava mais com aquela bola toda de antigamente. Santos tinha percebido que o tempo tinha passado e seu vigor físico já não era mais o mesmo. Então, a sua atividade agora se restringia à algumas poucas vezes no mês.
No entanto, Santos se apaixonara novamente, não amava, possivelmente nem era paixão, era apenas uma coisa a mais que ele passou a sentir por uma mulher. Jéssica era o nome da pretendente, ela tinha mais ou menos a mesma idade do professor Santos. Ambos já estavam na flor da idade, ela, porém, era casada.
Os dois passaram a ter encontros secretos após as aulas que Santos lecionava no turno da tarde. Como sempre eles iam para a casa de Santos já que este morava sozinho já fazia muito tempo. Professor Santos estava se sentindo velho e queria parar com sua vida de folia e ficar apenas com uma mulher até o final da sua vida. Mas o marido de Jéssica começou a desconfiar das desculpas esfarrapadas da mulher ao chegar em casa um pouquinho mais tarde do trabalho.
Certo dia, Ricardo, o marido de Jéssica, resolveu investigar a própria mulher. No horário em que ela saía do trabalho ele ficou de tocaia e foi só seguindo o carro da sua mulher para saber para onde ela ia. Quando o carro dela parou em frente ao edifício onde Santos morava de aluguel fazia 5 anos, ela não desconfiava de nada. Subiu as escadas rapidamente e foi direto para o apartamento do professor Santos no 3º andar, ela estava tão disposta a ver o seu amado que nem trancou a porta, correu logo para os seus braços.
Ricardo a seguiu cuidadosamente até o apartamento de Santos, chegando lá ele silenciosamente abriu a porta e viu sua mulher nos braços do professor Santos. Pobre Ricardo, descobrira que o Ricardão que a sua mulher tanto falava nas suas noites de amor não era ele, mas outro. Ricardo levava na cintura um revólver carregado com sete balas, sacou o revólver e não deu outra, acertou todos os tiros no nosso pobre professor Santos.
Vocês me perguntam, mas porque sete balas? Sete tiros, que exagero! Não sei, talvez sete fosse o número de vezes que Santos havia se encontrado com Jéssica. Mas nem todos os santos que o professor Santos carregava no nome deram jeito para salvá-lo. Sete dias depois rezaram mais uma missa para ele.
E chega assim ao fim a história do nosso professor de História, azar no amor, no jogo, na vida. E Jéssica? Ninguém sabe o que acontecera com ela depois daquele dia. Hoje toda a universidade está de luto, todos choram a perda do formidável professor de História, Osvaldo Cardoso dos Santos...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Oh lua querida por que me abandonaste?...

Oh lua querida por que me abandonaste? Nesta noite você não mais apareceu e meu coração vazio ficou. Levaste meu amor e deixaste apenas a solidão. Sem você a maré secou, tudo virou deserto. Igual ao que sinto agora dentro de mim, um deserto imenso sem você. Toda a água do mar agora escorre pelo meu rosto, salgada em minhas lágrimas de tristeza. Nunca mais verei tua beleza no céu abençoando o meu caminho? O que eu faço agora? Pra onde fostes? Quando voltarás? Se é que voltas. As noites agora serão de desespero sem a tua presença pra me consolar. Noites de insônia, só pensando nos momentos felizes que tu me ocasionaste. Sem você a noite é mais escura, tudo virou trevas. As mesmas trevas que invadem meu coração e me deixam cada vez mais deprimido. Não poderei mais contar um mês para te ver cheia novamente. Passarei agora anos de aflição sem você? A tristeza me consumirá até o meu fim? Os dias de alegria jamais voltarão? Repentinamente você se foi e levou tudo o que eu tinha de mais precioso na vida e agora estou fraco e indefeso. Volto a te perguntar, oh lua querida por que me abandonaste? Volta logo e mostra novamente o meu caminho certo, me faz valer a pena voltar a viver. Me mostra outra vez o caminho do amor, banha novamente a noite com tua luz, reluz o meu caminho e me torna novamente feliz. Vem depressa porque tu sabes a importância que tens para mim. Foi com você que eu saí da dor e encontrei a alegria, a amizade, o verdadeiro amor. Não demora lua, pois estou te esperando a cada dia, a cada noite, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo, a cada instante. Enquanto não voltas continuo a me perguntar, oh lua querida por que me abandonaste?...

sábado, 6 de dezembro de 2008

II Encontro Estadual de Educação Popular/I Encontro Estadual de Educação Social...

Estou aqui dessa vez para falar da alegria, da felicidade, do entusiasmo que senti ao participar do II Encontro Estadual de Educação Popular/I Encontro Estadual de Educação Social na Faculdade de Educação da UFC. Todo o evento é baseado nas idéias de Paulo Freire, que nesse ano fez 40 anos de sua Pedagogia do Oprimido.
Apesar de eu não ter lido nada dele, apenas escutei muita coisa boa sobre ele, já penso muita coisa parecida com o seu discurso. Como na execução do projeto de extensão que participei e usei a Perspectiva Eco-Relacional do professor João Figueiredo que foi beber direto da fonte que é o grande educador Paulo Freire, esse educador que é conhecido no mundo todo pela sua nova forma de ver a educação. Saio desse Encontro disposto agora a me apronfudar nas suas magníficas idéias.
Enfim, o evento foi muito bom, justamente o que eu esperava que deve ser trabalhado na nossa educação. Trabalhar a questão do diálogo, troca de idéias entre o grupo, o amor, a esperança, a alegria em querer um mundo melhor para todos. Tudo isso que não deveria se restringir apenas à educação, mas se difundir por toda a sociedade que está precisando muito disso. E tudo isso começa no diálogo que não é somente uma conversa entre duas pessoas, mas o outro ser capaz de entender a sua idéia e respeitar, e em cima da discussão entre os dois, refletirem e buscarem uma maneira de juntarem as opiniãos e aumentarem o seu conhecimento. Já pensou se todos pensassem assim, o mundo seria muito mais entendido e muitos preconceitos ficariam para trás.
Saio do Encontro também sabendo respeitar mais ainda a opinião do outro, o sentimento do outro, as idéias do outro. Saio sabendo que o que tenho que ensinar aos outros é muito pouco, tenho muito mais é o que aprender, não só em livros e revistas acadêmicas, mas no cotidiano, no saber do povo, nas pequenas coisas da vida.
Bem, devemos quebrar as velhas formas de educar que prezam pelo conteúdo, pelo conhecimento do professor que é superior ao do aluno e o verdadeiro adestramento de nossas crianças. Precisamos sair da mesmice e buscar a transformação das nossas escolas, das nossas crianças, das nossas cidades, do nosso país. O antigo modelo, paradigma posto, está totalmente ultrapassado, precisamos de educadores que queiram realmente modificar isso.
Me alegrei em ver que nesse Encontro têm várias pessoas que estão dispostas a encarar esse antigo paradigma e fazer o diferente, o novo, e em muitas áreas da educação. A questão do diálogo, da afetividade, da troca de saberes, da contextualização do ensino e diversos outros pontos pregados nesse Encontro é o que realmente estamos precisando para a mudança da nossa educação que está tão precária.
Sei que muitas pessoas falam que isso tudo é fantasia, utopia, idealismo, sonhos, saibam que os sonhos estão se concretizando e tenho a esperança que faremos sim a diferença. É só o educador querer e o dinheiro não fará falta nessa mudança. A nova história está sendo contada de forma brilhante e quem não acreditar nessa que me conte outra história...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Grandissíssimo obstáculo...

Hoje eu acordei e meus pés não sabiam onde pisar. Sob os pés havia um grande abismo e após ele haviam milhares de caminhos. Já não sei qual o meu caminho certo, a minha bússola quebrou e meu mapa foi rasgado. Agora tenho medo, medo de seguir sozinho, sem rumo, sem guia, sem nada. Já deixei muitos obstáculos para trás, mas este agora é enorme, é gigante. Como irei superar essa dificuldade? Quanto tempo demorará até eu reorganizar todo o meu rumo? Não sei se volto atrás e busco outros atalhos, não sei se salto o abismo e vou buscando em vários caminhos, não sei se pego apenas um caminho e sigo nele mesmo até o fim. Por enquanto meus pés continuam sem saber onde pisar, cada passo que dou é uma dificuldade, mas a esperança sempre esteve e continuará comigo. Vamos adiante que o tempo passa e nós não podemos parar, superando limites e rompendo os obstáculos. Talvez esse seja só mais um de vários que ainda aparecerão pela frente...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Conta tua própria história...

Se a história que te contam não é a que você deseja ouvir, então faça você mesmo sua própria história. Não caia na lábia dos eternos manda-chuvas que querem que você escute o que eles têm pra te dizer. Cuidado! Vai na contramão e responde para eles a verdadeira história, de sofrimento, de alegria, de angústias e de vitórias do teu povo. Vai lá e mostra na cara deles que foi o teu povo que fez com que eles chegassem onde eles estão hoje e agora eles dão as costas para nós. Não pára, levanta, revida. Sem violência, mas com muita precisão, com precisão nas palavras que são as tuas armas e estão em tuas mãos, em tua boca, em todo teu corpo. Se quiserem te calar, se alia aos teus iguais e parte pra cima, a história é longa e a estrada é comprida. Joga para eles todas as mazelas que jogaram pra você e muda de vez esta história. O que começou nas tribos, nas senzalas e também nas casas-grande é a verdadeira história da gente. Três povos totalmente distintos que deu origem a um novo povo, forte, batalhador, bem-humorado e alegre. Aquela misturada toda entre índios, negros e portugueses, não portugueses puros, mas portugueses do Brasil, é que fez a nossa verdadeira história que é muito bonita, porém muito distorcida também. Distorcida por aqueles que querem manter o poder nas mãos e esquecem das suas verdadeiras origens. Esquece a história que eles te contam e conta a verdadeira história do teu povo. Faz igual a Elisa Lucinda: "Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!"...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ainda não acabou

Nosso sonho não pode terminar assim,
É só mais uma tempestade que passa.
No fim da ventania estaremos de novo,
Abraçados, entrelaçados, conectados um ao outro.
É só a maré que não está favorecendo no momento,
Mas eu sei que esse caos irá passar.
O futuro nos guarda coisas maravilhosas,
E estaremos preparados para recebê-las.
O tempo tratará de abolir esse temporal
E nossas vidas voltarão a ser uma só.
A esperança prevalecerá a qualquer custo
E o nosso amor estará salvo.
O nosso sonho será vivido para sempre
E o para sempre nunca acabará.
As nossas vidas passarão,
Mas o nosso amor para sempre ficará.

(Janderson Oliveira)

Para a pessoa que nesse momento é a mais especial na minha pobre vida de sonhador...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Na cabeça não tem só cabelo...

Nunca pensei que um cabelo fizesse tão mal às pessoas, é porque agora todo mundo implica com o meu cabelo. Pessoas que falo no dia-a-dia, pessoas que vejo uma vez na vida, todos chegam e dizem: tu não vai cortar esses cabelo não minino, vai virar rebelde agora é. Não meu povo eu só quero mudar um pouquinho o meu estilo, não é rebelde, nem desleixado, é só não ficar igual ao que eu sempre fui, ao que sempre sou.
Eu só quero sair um pouquinho do meu próprio padrão, não quero ser igual a ninguém, nem a mim mesmo. Eu sou essa incansável mutação de pensamentos, de idéias e agora de cabelo também. E o mais importante não é nem isso, o mais importante é o que está embaixo desses cabelos. O que eu sempre prego é que o mais importante é o que você é e o que você faz pelos outros e os cabelos é o que menos interessa nessa hora. Deixa de falar dos outros, vai lá e dá a mão pra ele e ajuda.
"O que fazem as pessoas parecerem tão iguais? O que fazem as pessoas parecerem tão iguais? O que fazem as pessoas para serem tão iguais? O que fazem as pessoas para serem tão iguais?" (PQP o Humberto se garante muito viu). Quem vende essa idéia de padronização, não sei? Só sei que quero fugir disso e continuar minha vida. Aí venho e também me lembro de Bob: "Enquanto vocês riem de mim por eu ser diferente, eu rio de vocês por serem todos iguais." Então siga o seu caminho e eu o meu, eu continuo a ser essa "cabeça equilibrada" e vocês fazem o que bem entender com as suas, as deixam com cabelos grandes, pequenos, esvoaçantes, arrumadinhos, pintados, prancheados, sem cabelos, ondulados, lisinhos...
Um abraço a todos...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Dos três mal-amados

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

(João Cabral de Melo Neto, por Lirinha)

O texto é de João Cabral de Melo Neto que foi maravilhosamente declamado por Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, no seu CD "O Palhaço do Circo Sem Futuro". O texto é maior, mas no CD ele só fala essa parte e o texto de João Cabral se chama "Os três mal-amados", porém no CD do Cordel tem "Dos três mal-amados". É isso, boa música, boa poesia e tá feita a minha festa...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O único problema do mundo

Mesmo com tanta riqueza,
Eles não param de brigar.
Ainda existe muita beleza,
Mas eles não param de reclamar.
Se um dia lhe pedirem com delicadeza,
Mesmo assim eles não saberão amar.
O mundo oferece tudo para o bem,
Porém, eles só procuram o mal,
O mundo é fabuloso,
Ser humano que não é legal.

(Janderson Felipe)

Essa é uma poesia que depois que acabei falei: "Nossa ficou muito boa, eu consegui fazer isso", bem simples, porém que eu considero que diz muito do que somos. Ela foi uma das primeiras que escrevi, no momento que estava descobrindo o fantástico universo lúdico das palavras. E como quase sempre, ela também acaba em música: "O mundo é fabuloso, ser humano que não é legal" (Ed Motta), a partir dessa frase que criei o resto, ou seja, a poesia começou pelo final...

Símbolos, signos, sonhos...

E o que é a vida senão um conjunto complexo de símbolos, signos e também de muitos sonhos. São palavras, imagens, sons, atos, movimentos que nos dizem tudo o que ocorre ao nosso redor.
O que é o dinheiro senão um pedaço de papel que simboliza o poder nas mãos daquele que consegue guardar mais desse papel. O que é um santo senão uma imagem simbolizada de uma pessoa que ajudou os outros e hoje é visto como alguém divino. O que é a esperança senão um sonho que você tem que sempre vai dar tudo certo e você sempre quebra a cara.
Cabe a cada pessoa desvendar esses mistérios que estão embutidos em cada lugar, em cada palavra, em cada gesto que o mundo nos passa a cada dia. Nesse mundo de símbolos eu sigo a descobrir meus sonhos, nesse mundo de sonhos eu só quero desvendar meus signos...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A lavadeira do rio



A lavadeira do rio
Muito lençol pra lavar
Fica faltando uma saia
Quando o sabão se acabar
Mas corra pra beira da praia
Veja a espuma brilhar
Ouça o barulho bravio
Das ondas que batem
Na beira do mar

Ê Ô! O vento soprou!
Ê Ô! A folha caiu!
Ê Ô! Cadê meu amor?
Que a noite chegou fazendo frio

Ô, Rita, tu sai da janela
Deixa esse moço passar
Quem não é rica e é bela
Não pode se descuidar
Mas, Rita, tu sai da janela
Que as moça desse lugar
Nem se demora donzela
Nem se destina a casar

Ê Ô! O vento soprou!
Ê Ô! A folha caiu!
Ê Ô! Cadê meu amor?
Que a noite chegou fazendo frio

(Lenine / Bráulio Tavares)

Tava ouvindo um CD de Caju e Castanha (Professor de Embolada), só música boa, pense rapá, aí ouvi essa música aê. O refrão chamou minha atenção: "Ê Ô! O vento soprou! Ê Ô! A folha caiu! Ê Ô! Cadê meu amor? Que a noite chegou fazando frio?", rapaz isso é poesia pura. Aí fui vê de quem era a letra, se era deles mesmo. Me deparei com a surpresa, a música é de Lenine em parceria com Bráulio Tavares. Fui vê e ele e a Maria Rita tinham gravado também, todas versões massa. Mas ainda prefiro o coco embolado no pandeiro de Caju e Castanha, pena que não encontrei um vídeo deles cantando, mas taí a versão do Lenine...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A história de Fulamunaíma...

Fulamunaíma era uma muié sortêra e bunita. Fía de Seu Zé Mangabeira cum Dona Maria do Rusário, casal ali do Corgo dos Furtado, vizim do Riacho Doce. Fulamunaíma era a fía caçula deles, que além dela, tiveram mais nove cumêdôzim de rapadura pra criar. Fula era o apelido que os mininu butaram nela desde que ela era bem picôtôtinha. Fula, a bichinha, era linda viu, mas era linda mermo a muié.
Era mais linda que a garota de Ipanema e muito mais fogosa que a índia Iracema. Fulamunaíma era uma morenona que tinha os cabêlu pretu e bem lisim. Fula também tinha um corpão de violão que parece que tinha mais curva que circuito de Fórmula 1. E as perna da muié, pense numas lapa de perna meu cumpadi. Ela era bem jeitósinha viu a Fula.
Mas tu sabe que muié bunita sempre tem umas coisa que num agrada muito né. Sabe aquelas muié que adora uma farra, pois Fulamunaíma era uma dessas. Fula adorava ir prum forrózim, passava a semana juntano uns trocado pra quando chegar no sábudo correr pros clube da cidade. Ela ia todo sábudo de noite e só chegava no dunmingo de manhãzinha cedo, pense numa bicha pra gostar de farrear. Fula adorava dançar cuns câboco do forró, passava a noite se esfrergando cuns hômi de lá. Ficava meia horinha cum um, passava mais meia horinha cum ôtro e a muié se esbaldava toda. Ô muié escrota era Fula minha gente.
Certo dia quem apareceu pelo forró foi Chico Malaquia, câboco fêi mas estribado, que morava pelas banda do Corgo dos Sousa. Ele apareceu lá no forró e viu Fula cum aquele corpão se rebolano pelo mêi do mundo, o câba ficô logo doido. Se impiriquetô no mêi do povo gritando "ô o mêi", "ô o mêi" que eu quero tirar uma prosa é cum essa morenona aí.
Chico Malaquia chegô bem pertim de Fulamunaíma e disse: Ô morena, tu quer quanto pra casar mais eu?. Fula cum ar de disprezo respondeu: Ôxi que eu lá sô muié de ser comprada por hômi ninhum seu câba. Depois de muita cunversa Chico Malaquia conseguiu sentar cum Fula pra eles cunversarem mió.
E num é que a Fula acabô caino nas labia de Chico, ai, ai, muié é bicho que só gosta da cédula mermo. Poisé, chegô na ôtra semana e Chico Malaquia já correu na casa de Fulamunaíma pra pedir a mão dela pra Seu Zé Mangabeira. Seu Zé falô logo: Eu dô sim a mão de minha fía, mas você trate de cuidar bem dela seu câba duma peste, que ela é minha caçula visse. Chico Malaquia correu entaunce pra igreja pra marcar o casório dos dois pombim.
Pois num é que os dois acabaram se casano mermo meu povo. E ainda tiveram dois bacurinzim pra criar, um casal de gêmio óia, um macho e uma fêma. A minina era a cara de Fula, mas o minino num tinha nada a vê cum ninhum dos dois. Chico Malaquia tava todo lesado cum essa história de ser pai, todo orgulhoso o câboco. Mas num é que o tempo foi passano e os bacurinzim foram cresceno, aí Chico Malaquia começô a perceber que os mininu num tinha nada a vê cum ele não, nem no jeito nem na cara.
Certa noite ele chegô pra Fula e perguntô: Ô minha muié, espíi isso aqui, purquiê que nossos fí num se parece nadinha cum eu hein?. E Fula respondeu: Vem cá Chico, tu acha mermo que esses mininu são teu é? O que é que tu acha que eu ia fazer todo sábudo de noite na casa de mãinha. Chico pensô um pôquim e disse: Arriégua, que agora eu percibi tudo Fula, sua fulêrage, tu ia era se esbaldar nos forró da vida né. E Fula disse: Ave, até que fim que tu discubriu né câba lesado. Tudo que eu quiria era só o teu dinhêro módi chifre.
Chico Malaquia ficô puto cum Fula e mandô ela sair da casa dele cuns bacurim que ele tinha criado pensano que era pai. "Você saia da minha casa e nunca mais apareça aqui sua quenga."- disse Chico. Óra, Fula achô foi bom, agora ela tava livre de novo pra ir pros forró sem dá sartisfação pra câba ninhum.
Fulamunaíma voltou a farrear do jeito que queria sem ter macho ninhum pra botar buneco. Fula voltô pros forró e já tava atrás de ôtro lesado pra dá o golpe.
Mas o tempo passô, a Fula invelheceu, no corpão caiu foi tudo e Fula num era mais aquele mulherão, ninguém dava mais nem bola pra Fula. Os mininu crescerum e saíram de casa e Fula, póbizinha, acabô foi na amargura, morano sozinha numa casinha ali pelas banda do Riacho Doce. Sem forró, sem Chico, sem dinheiro, sem fí e agora sem fogo pra queimar também...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Manter contato...

Manter contato com o tato é mais gostoso. Aquela tensão, bem na hora do tesão, são incríveis momentos de paixão. A língua e a boca se confundem, nessa hora do espremido, todo prazer é exprimido. Os lábios tocam toda carne enquanto lá fora o rádio toca a mais perfeita canção. As mãos procuram um abrigo e na briga de carícias, os órgãos pedem penetração. No movimento louco de dois corpos, um copo de champanhe ajuda no momento. No suor que banha os amantes, um banho de perfumes exala no ar. São delícias, são delírios de dois seres que procuram a hora certa de gritar. Sentimentos de alívio e de harmonia envolvem aqueles corpos em sintonia. O contato permanece até o momento em que ambos ajustam o movimento. E quando chegam à mais pura excitação, os corpos desfazem o contato e estão prontos para uma nova situação...

sábado, 8 de novembro de 2008

Cordel - A América para os americanos

Ai meu São Francisco das Chaga de Canindé, num sei o que fazê. Quanto mais eu escrevo, mais vontade dá de escrevê. A cabeça num pára e a vontade também não, o quanto eu tenho pra escrevê num cabe numa oração.
Que São Francisco me perdoe, pois num creio muito nisso não, mas livre-me ele de morrer na terrível lei do cão. "O inferno é escuro e num tem água encanada," já dizia o Seu Baleiro nas suas rica embolada.
O pensamento corre frôxo, mais frôxo corre a palavra, que tem um monte de significado nessa língua abençuada. O purtuguês trôxe a língua, o africano trôxe o batuque, o índio trôxe a comida e pronto nossa diversidade é nosso truque.
Mas um pedaço da nossa terra, a América quer comê. Diacho de povo avarento, em todo canto quer se metê. Sô é brasileiro, chêi de molejo, acabá com a disigualdade, esse é o meu desejo. Com a força e a garra de três povo, desse jeito eu sô mais forte, posso dá em qualquer um dos temido leão do norte.
Que a América seja de todos, não só do americano e que São Francisco num deixe nós entrá é pelo cano. O Obama agora foi eleito, vamo vê o que faz pela gente. O câba deve ser dos bom, mas tem cara de inocente. A minha palavra já foi dita, muito ainda tem pra se dizê. E qual a tua opinião, escreve aí que eu quero vê.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Sem cem

Sem cem não posso contar.
Cem sem um zero é dez.
Sem dois zeros é um.
Cem sem cem é nada.
Sem nada é solidão.
Cem anos de solidão.
Sem anos de alegria.
Sem cem anos não teria guerra anglo-franca.
Sem mortes o homem não se manca.
Cem anos de luto.
Sem anos de luta.
Cem com cem é dois centos.
Cem, cem, cem tenho três centos.
Sem datas à comemorar.
Cem velas à apagar.
Sem velas à navegar.
Sem terras à conquistar.
Sem cem não tem garoupa no papel.
Sem cem não se compra comida.
Sem comida não tem cerimônia.
Cem cerimônias é caro.
Sem cem não tem centena.
Sem centenas não tem mil.
Cem sentenças à julgar.
Sem sentenças à pagar.
Sem penas à cumprir.
Cem penas à voar.
Sem com S é nada.
Cem com C é pouco.
Cem com quatro zeros é milhão.
Sem sensei não há razão.
Sem razão não há conhecimento.
Sem conhecimento não tem nação.
Cem pessoas à reclamar.
Cem pessoas à debater.
Sem ouvidos à ouvir.
Sem cabeças à pensar.
Sem sentido está morto.
Cem sentidos é muito.
Sem sentido não tem militar.
Cem soldados pra miliciar.
Sem medo de amar.
Cem medos do amor.
Sem querer decepcionar.
Sem palavras pra acabar.
Sem cem é isso aqui.
Sem saber cheguei ao fim.

(Janderson Felipe)

Sem muita cerimônia. Pensei, raciocinei, imaginei, desvendei, interpretei, postei, enviei, acabei. "E, se eu escrevesse "SEM" com "S" ou escrevesse "CEM" com "C"? Por acaso faria alguma diferença? Que diferença faria?"...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Ameaças reveladoras...

Eu sei viu, não adianta mais me esconder porque eu já descobri tudo. Pensa que eu não sei né, mas eu já sei toda a verdade tá. Eu sei o que você fez no verão passado, no outono passado, no inverno passado e na primavera também. Não adianta mentir, você não me engana mais não. Eu estava sendo muito bonzinho com você, mas agora que sei de tudo eu vou acabar com você.
Todo esse tempo e você nem pra me dizer nada. Deixe quieto que a minha vingança será maligna, a sua hora vai chegar e já está bem pertinho. As suas desculpas não servirão pra nada, vão entrar por um ouvido e sair pelo outro. Pensa que me engana é, mas você não me engana mais não. Agora a história já foi desvendada e toda mentira apareceu.
Venha agora me pedir qualquer coisa pra você vê, eu te dou é uma resposta bem boa. Aff, se faz de amiga pra querer passar por cima da gente. Não, isso não podia ter acontecido não viu. Vou espalhar pra todo mundo o que você fez, ninguém vai mais gostar de você. E experimente só ir falar de mim pro povo, você vai se dá muito é mal.
Ai que ódio que eu estou viu, sei não. Da próxima vez eu quebro a sua cara, sua esculhambada. Tantos anos de amizade, de segredos trocados, pra chegar agora e eu descobrir tudo minha filha. Ai, ai, ai, não era pra você ter feito isso comigo não. Ainda não caiu a ficha ó, eu só num quebro a sua cara porque, porque, porque se não eu vou pra cadeia. Sua cretina, sua malamada, sua mentirosa, todo esse tempo e você me enganou, sua destrambelhada. Aff mulher que tu não devia ter feito isso comigo não sabia. Olha só o meu estado agora, tô passando mal.
"Ai mulher com tanto bofe e tudo bem gatinho por aí, tu foi pegar logo o meu, sua bicha"...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A tristeza do palhaço

O palhaço já não sorri.
O nariz vermelho agora é de tristeza.
A cara pintada está apagando.
Hoje não tem mais marmelada.

A criançada ficou triste.
A pipoca agora é só em casa.
A alegria do menino está desaparecendo.
Hoje não tem mais goiabada.

A lona do circo rasgou.
A fantasia do palhaço também.
O desespero do palhaço está aumentando.
Hoje não tem mais palhaçada.

Agora é só tristeza?
É sim, senhor!
E a tristeza do palhaço por que é?
Porque o ladrão roubou sua mulher!

(Janderson Felipe)

Pobre palhaço, além de perder sua mulher e ganhar sua tristeza, ainda causou a tristeza de muita gente...

sábado, 1 de novembro de 2008

A rosa e a couve-flor...

Certo dia a rosa encontrou-se com a couve-flor e resmungou:
- Mas que petulância, essa aí querendo ser chamada de flor. Flor sou eu, que sou cheirosa, pele bem lisinha e lábios bem vermelhos para serem beijados. Agora essa aí, é feia, gorda, pele áspera, ainda por cima é grande e horrorosa.
A couve-flor sem muita estripulia revidou:
- Vem cá bichinha, tu que pensa que é a "danadona das tapiocas", por acaso alguém te come?
A alface que passava por ali ainda exclamou com veemência:
- Pega na testa, besta!...

Para alguém que será sempre especial na minha vida...

Ainda me lembro

Todos pensam que eu esqueci.

O tempo passou voando,
Porém, continuo lembrando
Dos momentos que vivi.

Parece que foi ontem ao amanhecer.
Ele estava ao meu lado,
Eu era o seu pequeno amado,
Fomos a lagoa conhecer.

Muito cedo ele embarcou.
Foi buscar uma vida melhor,
Mas o destino lhe levou a pior.
E todo um sonho se acabou.

Sinto muito sua falta.
Cresci lembrando de você,
Sonhos também quero viver,
Procurando uma razão mais alta.

Sei que continua ao meu lado.
Estará guiando os meus passos?
Pois já venci muitos embaraços.
De qualquer forma, muito obrigado.

(Janderson Felipe)

"É tão estranho, os bons morrem jovens. Assim parece ser quando me lembro de você, que acabou indo embora cedo demais." É, o tempo voou e a saudade ficou. No começo eu até nem sofri muito com sua falta, talvez porque não entendesse o verdadeiro significado que você faria no meu crescimento, na minha vida. De alguns anos pra cá que realmente sofro sua perda, se nesse momento eu choro é porque não tenho você ao meu lado. Talvez você seria o único a me escutar, o único a saber das minhas angústias, das minhas dores, dos meus segredos. O tempo passou, eu cresci, já sou um "homem feito que tem medo e não consegue dormir", mas somente agora tenho a real necessidade de ter uma figura como você. Os que lhe conheceram falam que as semelhanças são muitas entre nós, tanto no físico como no caráter, todos dizem que somos "gente fina". Pena que não pude lhe conhecer completamente, não deu tempo, pois a vida foi muito cruel conosco. Mas ainda lembro dos poucos, porém lindos, belos, maravilhosos momentos que passamos juntos. Ainda lembro da sua última imagem subindo no avião, está gravado feito fotografia na minha mente, depois daí nunca mais te vi, só escutava a tua voz nos longínquos domingos que você ligava. Podia ter ido dá o último adeus, mas era muito criança e não sabia o significado disso, hoje não sinto arrependimento por não ter ido à igreja, e por isso ainda fica aquela pequena esperança que algum dia ainda vou lhe ver. Esperança essa que só fica na cabeça de sonhadores como eu, que vive a pensar como seria a minha vida se você ainda estivesse aqui ao nosso lado. Essa esperança fica, mais na realidade sei que jamais lhe verei novamente, já não acredito no paraíso depois disso tudo aqui, me restam os maravilhosos momentos que passei ao seu lado. E me entristece lembrar que já faz 15 anos, me entristece saber que passei a maior parte da minha vida sem você. Hoje te agradeço por tudo que você teve que fazer por nós, muito obrigado de alguém que vai lembrar pra sempre de você. Eu acho que nunca te disso isso, mas eu te amo...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O que você pensa quando está só?...

O que você pensa quando está só?
Na morte da bezerra? Na vida que é jogada fora? No menor abandonado que passa fome? Na juventude que luta contra todos? Na sua próxima viagem? Na sua última parada? No seu próprio umbigo? Nos problemas do planeta? No show da banda favorita? No desastre do último mês? Na corrupção do país? Na alegria dos brasileiros? Nos meses de sol do verão? Nos dias de crise que virão?
Na guerra ou na paz? No bem ou no mal? Na democracia ou na demagogia? No último ou no primeiro? No dia ou na noite? Na ordem ou no progresso?
Na sua prova de amanhã? Na sua aprovação que aconteceu? Na pessoa que você ama? No seu inimigo cruel? Nos dias de luta? Nas noites de insônia? No ônibus que não chega? No carro que espera que virá? Na vida fora daqui? Na morte que aconteceu ali? No eclipse que acontecerá? No cometa que já passou? Nas brincadeiras de crianças? Nos jogos de adultos?
Na razão ou na emoção? No fogo ou na fogueira? No beijo ou na boca? Na libido ou no tesão? No cheiro ou no contato? Na pele ou no coração?
Na pessoa que já foi? No bebê que ainda virá? Na origem de tudo? No fim dos tempos? No bêbado do sinal? Na madame da esquina? No banho que quer tomar? No mau cheiro que ficou? No presente que ganhou? Na lembrança que perdeu? Na família que está longe? No pedinte que está perto? Na beleza das pessoas? Na feiúra dos políticos? No poeta que você leu? Na prosa que você escreveu?
Na comunhão ou no comunismo? Na solidão ou na multidão? No afeto ou no aflito? No lazer ou no prazer? Na fome ou no faminto? Na areia ou na arena?
Na história do homem? No fascínio da mulher? Nos animais em extinção? Nos seus bichos de pelúcia? Na música que não tocou? No cantor que se suicidou? No retrato em branco e preto? Na câmera de última geração? Nas ruínas da cidade? Na obras da sua casa? No cacique Tapeba? No líder revolucionário? Na escola dos meninos? No descaso da educação? Na hora do almoço? Na comida que falta à mesa?
No medo ou na maldade? Na idade ou na vaidade? No fato ou na fatalidade? No indivíduo ou na individualidade? No necessário ou na necessidade? Na oposição ou na oportunidade?
Em que você pensa quando está só hein?...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Nas esquinas e nos sinais...

Eu sou aquele que você vê todo santo dia, mas você não dá bola pra mim. Eu sou aquele que está em todos os lugares, em todas as esquinas, em todos os sinais. Eu sou aquele de cabelo grande, barba longa e feia, cara suja do piche que você joga ao passar. Eu sou aquele que antes mesmo de pedir, você já está me dando patada, já está me mandando pra longe. Eu sou aquele que só quer um agrado, um afago, mas no seu carro forte você pisa mais fundo e de mim você foge. A mí me gusta la plata, pero usted no me gusta. Eu sou aquele que pede o seu dinheiro, mas você quase nunca me dá, quando dá eu dou graças. E quando você pensa que eu vou comprar o pão de cada dia, é aí que você se engana. Eu vou comprar alimento pra alma, eu vou lá e trago, e puxo e cheiro. E o meu cheiro te incomoda e você não me olha. Você pensa que eu trabalho, porém mais tarde eu só dou trabalho. Você passa e finge que não me vê, pois eu já marquei seu rosto e todos os dias eu olho pra você. Na minha cara feia, suja e magra está o retrato de outros milhares. O nosso número cada vez cresce mais, só porque você não quer me ajudar. Nós ainda ficaremos contra você, você tentará fugir, mas nós iremos te prender. O jogo da vida continua, você protegido e eu ao léu, no final vamos vê quem chega primeiro ao céu.
Baseado em fatos reais e cotidianos...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Guerra branca, ou quase...

Quem duvida que o esporte é apenas uma alegoria da guerra? Como já foi dito em outro post, assim como a política, ou melhor como uma extensão da política, a guerra se confunde com o esporte. Mas nos dias atuais o esporte é uma guerra branca, ou quase. Quase porque em muitas ocasiões, o que era para ser apenas um momento de lazer para diversas pessoas, acaba virando um show de horrores, com direito a muito sangue e pancadaria. Aí a guerra deixa de ser branca para ganhar outra cor, talvez o vermelho.
Desde os primórdios da humanidade o guerreiros buscam formas, métodos, fórmulas de melhorarem o seu rendimento nas batalhas. Os primeiros tomaram sangue ou sêmen do animais mais fortes para desenvolverem melhor os músculos e lutarem pelo seu povo. Já no começo do século XX, antes das grandes guerras, os soldados também se utilizavam dessas técnicas e tinham preparo físico melhor do que os dos atletas de ponta da época. Ou seja, essas pessoas já utilizavam-se de doping para melhorarem nas guerras.
O tempo foi passando, a tecnologia avançando, as guerras diminuindo (mas nunca acabando) e os esportes herdaram essas técnicas de melhoramento do físico. Agora bem mais moderno, tudo sintetizado em laboratório e indo direto para os heróis dos tempos modernos que são os atletas de cada país. Pessoal, não é brincadeira não, a grande maioria dos atletas de hoje, principalmente aqueles de modalidades individuais se utilizam de meios ilícitos para obterem os melhores resultados.
O pior de tudo é que agora surgiu uma nova modalidade de doping, o doping genético. Esse é impossível de ser identificado pelo controle anti-doping. Alguns atletas, principalmente aqueles que são considerados gênios, ou de outro mundo (tipo Sergey Bubka, Yelena Isinbayeva, Michael Phelps, Ian Torpe, só para ficarem em alguns), podem ser considerados que passaram por esse tipo de doping. Eles pegam um homem e uma mulher que possuem boas características para os esportes que querem e fazem com que eles tenham um filho, antes do futuro atleta nascer eles ainda mexem no DNA para colocarem genes que sejam perfeitos para o esporte e pronto, está formado uma superhumano capaz de romper qualquer barreira dos recordes.
A guerra armada acabou na maioria dos territórios, mas essa guerra branca continua por toda parte e ela é feita no "campo de batalha" e também nos bastidores. O pior é que muito dos esportes continua a ser sustentando pelas máfias e pelo tráfico de drogas, de armas, pela prostituição, mas isso é uma longa história que não é falada para a maioria da população que continua a idolatrar os seus atuais heróis...

sábado, 18 de outubro de 2008

"Querem sangue, querem lama"...

Não é possível cara, a cada ano, não a cada ano não, a cada semestre acontece uma tragédia no nosso país. Mas tragédia mesmo, de nível mundial, são aviões caindo, crianças arrastadas por carros ou jogadas da janela e agora adolescentes sendo seqüestradas na própria casa e sendo baleadas. Tirando as outras mazelas encontradas por aí, políticos roubando, assaltos a todo instante, rebeliões em cadeias e agora até os próprios policiais se guerreando, mas essas já viraram banalidade. Nos dias de hoje e principalmente no nosso país a morte já é uma coisa banal.
É o fim mesmo que está chegando? Ontem fiquei triste com o fim do seqüestro em Santo André, eu jurava que tudo ia acabar bem e o cara ia soltar a mocinha na paz, mas que nada. Tudo saiu errado, a polícia não agiu de maneira correta, o cara se rebelou mais ainda e as meninas, coitadas, levaram a pior. Quer dizer, o cara também levou umas bofetadas dos puliça viu, não sei porque mais mesmo sabendo que o cara cometeu um crime ainda acho que os puliça não deviam ter agido daquela maneira com ele, um monte de puliça pra controlar só um cara e ainda lincharam ele. Bem, mas quem sou eu pra falar alguma coisa, aqui bem distante do acontecido.
Mas o pior disso tudo pessoal, é a fome que o povo tem de querer a melhor imagem do bandido, da vítima ensanguentada, eles "querem sangue, querem lama", querem jogar na mídia toda a desgraça. A moça chegando no hospital desacordada e milhares de flashs em cima dela, isso é um absurdo. E nós aqui ficamos famintos em vê cada situação dessas, porque nós seres humanos gostamos dessas coisas? E aqueles que ainda ganham dinheiro com a desgraça dos outros, esses que são os piores mesmos.
E por que é que a Globo sempre é a que consegue as imagens exclusivas, sempre consegue entrevistar todos os envolvidos no acontecido? Será que é o dinheiro que também manda nessa hora? Quem não lembra do caso da menina arremessada pela janela, a Globo foi lá e entrevistou pai, madrasta, mãe, fez a reconstituição mais precisa, por que eles conseguem?
No meio disso tudo estamos todos nós, só esperando a próxima tragédia (e muitas delas são quase anunciadas) que a qualquer momento pode acontecer, e o pior, da próxima vez pode ser bem pertinho da gente...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Pensamentos soltos traduzidos em palavras...

O futuro é agora e o presente já passou, o passado foi enterrado e nesse momento eu nada sou. Na minha mente paradoxalmente contraditória, só quem sabe de mim sou eu. Uma cabeça poucas vezes equilibrada que procura antenar boas vibrações. Um ser humano apaixonado pela vida que é única, se não for feliz agora em outra ocasião jamais será. Na esperança que tudo vai dá certo, se não dê, fazer o quê? A vida só tem um caminho mesmo e quanto mais você vive mais tá dando adeus a ela. Nesse jogo da vida eu já sei em qual caminho estou, o importante é viver agora que o futuro ainda não chegou. Se não chegar a gente não espera, pois o trem não pode parar. Se ficar a gente vê o melhor que pode fazer, mas no final uma única coisa vai acontecer. Fique bem consigo mesmo e com os outros, vai em paz e em boa hora quem sabe mais tarde a gente se vê...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O papo do tal poeta

O papo do tal poeta
Pedia para purificar o planeta.
Para isso, as pessoas precisavam plantar mais
E, se possível, poluir menos.

Porém, a população desprezou o poeta
E persistiu em prejudicar o planeta.
Por isso, o prejuízo apareceu
E o povo impetuoso padeceu.

O pobre e impotente poeta
Perguntava-se pelo improvável.
Por que as pessoas preferem
Padecer no desperdício inevitável?

O poeta pediu explicação,
Mas não ouviu palavras da população.
Pois passado pouco tempo,
Com o poeta aconteceu um contratempo.

O papo do tal poeta não prosseguiu
Porque o poeta já estava apagado.
O prejuízo da população seguiu
E o papo do tal poeta com ele foi enterrado.

(Janderson Felipe)

Minha tentativa de aliteração no papo do tal poeta. Por que as pessoas escutam as boas causas, mas continuam a fazer o contrário do que é o melhor para elas e para o todo?...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

"Festa da Democracia"?...

Pronto, em muitas cidades a "Festa da Democracia" chegou ao fim, porém em diversas outras essa "festa" vai continuar. Ainda bem que na minha cidade já acabou. "Festa" essa que torna os brasileiros cidadãos, e ainda mais, cidadão consciente, mas somos cidadãos só em um dia a cada dois anos, porque nos outros dias não passamos de "formiguinhas" que se guiam pela "rainha" que está no poder.
Uma "rainha" mesmo, que se esconde com o nome de mídia e tem a capacidade de colocar no poder quem quiser, tô certo ou tô mentindo muito? É uma palhaçada mesmo né, afinal quem chegasse lá no poder ia ter que continuar agradando a burguesia elitista que há muito tempo toma conta das nossas cidades, e pro povão, tome fumo. Aí vem a frase do poeta siarense Falcão: "A burguesia fede, mas tem dinheiro pra comprar perfume", já nós pobres mortais?
E o que falar dos montes de siglas, legendas e grupos partidários que historicamente eram considerados rivais. Não agora a moda é se juntar com quem quer que seja, não precisam mais ter a mesma "ideologia" política. Engraçado foi o que ocorreu entre o presidente e a prefeita aqui de Fortaleza. Ambos do mesmo partido, mas já em 2004 o presidente deixou de apoiar a prefeita (olhe que são do mesmo partido) e apoiou o seu amigo senador de outro partido. Agora em 2008, o presidente não apoiou a prefeita de novo, mas desta vez porque outra candidata o apoiava como senadora no governo e ela era EX-mulher de um EX-ministro dele, novamente o presidente deixou de apoiar a "companheira" para não criar rivalidade com a amiga.
Ô presidente, assim não precisamos mais desses partidos e nem decorar tanta sigla que o povão sabe nem o que significa né, o negócio era só fazer uma política de compadres. Mas mesmo sem o apoio presidencial a prefeita conseguiu ganhar as duas disputas e taí pra mais 4 anos de poder nas mãos, olhe que eu a ajudei nisso. Não sei porque, pra mim eu nem votava, mas prefiro votar do que ser radical do "Fora Política". Votei nela mais por uma tradição familiar e de gostar do vermelho e da ala esquerdista do que por propostas dela e dos outros, isso eu assumo.
E aquela operação de guerra lá no Rio, é estranho né a gente vê o exército nas ruas assim no meio de tantos civis. E os cara foram em operação mesmo, passaram uns 3 dias lá no Complexo do Alemão acampados e tudo. A pobre senhora ainda fala: "É, assim a gente se sente mais seguro", mesmo com essa segurança ainda houve morte de gente inocente e no final da "festa" os soldados deram adeus e tudo voltou a ser como era antes, tome o tráfico comandando tudo de novo. Engraçado é que aqueles que há algum tempo atrás eram contra a democracia do país, agora fazem a segurança dessa "festa da democracia".
Enfim, isso tudo só pra dizer que nós brasileiros somos tratados como cidadãos e democráticos somente nesses momentos de colocar alguém lá no topo. E que democracia é essa que a gente nem sabe o que eles realmente estão fazendo para o bem de todos? Eles ficam lá bem distante da realidade e nós continuamos aqui bem distante do poder...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Babilônia em chamas...

O grande Império está prestes a cair, os primeiros tijolos das ruínas estão desmoronando. A Babilônia está literalmente em chamas e depois de quase um século lhes é dado um novo golpe, desta vez quase que fatal. Isso tudo por descaso dos próprios donos do pedaço, preferem gastar com a guerra e com as armas, quem paga o pato? Só pode ser os menos favorecidos, que somos nós, do submundo do século XXI. A vida continua daqui pra frente, mas ninguém sabe quem será o próximo titã, cuidado que ele pode vir do Oriente, ou podemos ser nós mesmos, afinal somos o país do futuro e o futuro está próximo, mas quem chegar primeiro ao ouro negro será o vencedor. Enquanto isso, Saddam deve estar morrendo de rir na sua cova, o que ele conseguiu, extrair o ouro negro das rochas do Iraque, ninguém mais consegue, pois ele explodiu todos os poços e ainda mandou matar os técnicos que sabiam fazer a extração. Os imperialistas pensavam que as contas da guerra seriam pagas com essa extração, mas o Saddam, antes de matarem, foi mais rápido que eles. Câba malvado e inteligente viu esse, agora para o mundo recuperar as perdas de ontem vai ter que esperar mais oito anos, é isso que dizem os mais otimistas. E o dono do mundo, prestes a deixar o alto do seu pedestal, o que ele vai fazer? Ou melhor o que vão fazer com ele? Apedrejá-lo, esquartejá-lo, jogar no hospício ou levarem pra forca igual o outro? Afinal, foi ele que causou todo esse destroço, não. E o Brasil, o país do futuro, será que esse futuro vai realmente chegar? E se chegar, vai servir para todos ou para os mesmos que tomam conta das contas do país desde o seu surgimento...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Siará Grande


Eu sou é cearense
Do querido Ceará
E dessa terrinha
Eu não tenho vergonha de falar.
 
Do litoral ao Araripe,
Da Ibiapaba ao Apodi.
De todo esse mundão
O melhor tá é bem aqui.
 
O povo é de cabra bom
E de mulher bonita.
Se tu não acredita,
Vem pra cá fazer visita.
 
O povo aqui também
É muito mangador,
Adora aplicar uma vaia,
Um vaia, sim senhor.
 
Quando vê que certa coisa
É uma mundiça,
Grita logo: “Ieeeei”,
Vai pra lá sua carniça.
 
Siará terra da luz,
Siará terra do sol.
Não tem coisa mais linda
Que o nosso arrebol.
 
Siará terra do sol,
Siará terra da luz.
Siará de São José
Que a todos nos conduz.
 
Siará terra do humor
E também do forrózinho
Uma ruma de gente importante
Já saiu aqui desse pedacinho.
 
Nós já tivemos
Até mesmo um presidente,
Certo que não foi
Lá nos tempos mais contente.
 
Mas também não posso me esquecer
Do grande Patativa
Que mudou o mundo inteiro
Com a sua iniciativa.
 
Fazendo a poesia
Tão linda do cordel.
Que até hoje é imprimida
E passada pra um papel.
 
E o povo diz que cearense
Tem é em todo lugar.
Mas se tu quer um bocado tudo junto,
Arriégua, macho, corre aqui pro Siará.

(Janderson Oliveira)

Uma brincadeira muito interessante que consegui fazer sobre a nossa forma de se expressar, bem siarensês. Adoro isso...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Orgulho de ser siarense...

O motivo pelo qual eu grafo o nome do meu estado de Siará é porque vem da origem desse lugar, que na época das capitanias hereditárias chamava-se "Siará Grande". Daí lembro da música do Gabriel, "não me faça decorar as capitanias hereditárias", mas pelo menos a história da minha eu tenho que saber né Gabriel?
Como vocês percebem o nome vem da origem indígena e significa "canto da jandaia", uma espécie de arara ou papagaio. É, nesse tópico vou tentar falar um pouco da história desse belo estado brasileiro que ajudou em muito na construção do nosso país.
Para isso tenho que me remeter antes mesmo da chegada dos europeus, antes deles chegarem aqui já habitavam os índios de diversas tribos como: os Kanindé, os Tremembé, os Kariri e os Tapeba, que até hoje lutam pelo seu espaço que a cidade teima em tomar deles. Então chegam os primeiros europeus na expedição de Vicente Pinzón (hoje um bairro de Fortaleza), mas como ele era espanhol, não podia tomar posse das terras porque essa parte era de Portugal, como dizia no absurdo e conhecidíssimo "Tratado de Tordesilhas". Então, muito provavelmente o primeiro europeu chegou foi aqui no Siará e não na Bahia, num sei, só sei que a partir daí o Siará entrou na globalização.
Tempos depois, o Brasil já era dos portugueses e coisa e tal e tal e coisa, então surgem as capitanias hereditárias. Daí surge o nome que daria origem ao estado, capitania do Siará Grande, que só em 1889, na República, se tornou o estado com o nome que conhecemos hoje. Mas, e o donatário da capitania? O cabôco nem apareceu por aqui pra acertar as contas com os índios. Êta que a dificuldade começou foi cedo, talvez pela seca da região, talvez pela dificuldade em catequizar (aculturar) os índios, o donatário deu nem tchuiú pra nós.
Mas, se ele não quis, os franceses e os holandeses quiseram. Os franceses não fizeram muita coisa, tiveram só uma feitoria ali na região da Ibiapaba, mas agora os holandeses, esses sim permaneceram muito tempo por aqui e construíram o Forte Schoonenborch, que depois de sua expulsão recebeu o nome de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, que deu origem a nossa atual capital. Só lembrando que a primeira capital do Siará foi Aquiraz viu.
Então, depois da saída dos holandeses, nós ainda fomos anexados aos mandos da capitania de Pernambuco. Sim, lembrando que a ocupação da região se deu mais do sertão para o litoral, o que propiciou a criação de gado, que juntamente com a produção de algodão, deram um upgrade nos nossos negócios.
Já depois da nossa independência de Pernambuco, o pessoal aqui do Nordeste se revoltou contra o poder já do imperador e resolveu criar a chamada Confederação do Equador, que com as idéias de independência dos EUA, também queriam criar uma independência do resto do Brasil. Já pensou se isso tivesse dado certo mesmo hein? Ieeeeeeeeiiiiiii, nós ia dominar o resto do mundo todim.
Continuando falando de liberdade, lá da cidade de Quixeramobim, no Sertão Central do Siará, saiu o "Messias nordestino" Antônio Conselheiro para carregar com ele uma multidão e fundar o povoado de Canudos. O povo só queria um pedaço de terra pra ficar e viver em comunidade entre todos os seus membros, mas o exército, com soldados de todo o país, apareceu e meteu o cacete nos coitados. Mas olhe que os câba tiveram dificuldade de acabar com Canudos viu, eles tiveram que enviar quatro campanhas militares para acabar com o furdunço.
Daí lembro de mais duas figuras importantes aqui do Siará, quer dizer uma num é nem siarense, que é o Virgulino Lampião (de Sergipe), mas deu umas andanças por essas banda e o outro é o Padim Ciço de Juazeiro, líder religioso ou político ferrenho? Num sei, só sei que quando os dois se cruzaram por aqui, o Padim Ciço falou que perdoaria os crimes de Lampião se ele combatesse a Coluna Prestes que já tava aqui pelo Nordeste. Lampião, câboco invocado, sabia que era tudo laia e continuou foi com seu "banditismo por necessidade" (Chico Science).
Poisé, passou o Império, quer dizer, Canudos e Lampião já foram na República, e fomos a primeira província a acabar com a escravidão, até porque aqui não foi preciso muitos escravos. Chegou a República e o século XX, aí sim eu creio que nós tivemos papel importantíssimo na construção desse país.
Primeiro na Segunda Guerra, quando milhares de nordestinos e muitos, mais muitos siarenses mesmo foram convocados para serem os chamados "soldados da borracha". Que história era aquela que eles teriam as mesmas regalias dos pracinhas da FEB? Nada, a maioria ou morreu nas matas da Amazônia ou nunca mais voltou para as suas casas aqui. Toda vida que eu vejo algum documentáro sobre isso eu fico bastante irritado por conta de uma mentira absurda passada ao nosso povo. Os que foram batalhar na Europa até hoje são glorificados como heróis, não querendo tirar o seu mérito, mas só lembrando da incrível similaridade que tentaram fazer entre o nosso povo e eles (será que tinha algum pracinha que também era siarense?). Os "soldados da borracha" (os arigó) ou morreram e/ou permaneceram pela aquelas bandas ou voltaram à penas aqui pro Siará (os paruara), ôs cabôco escroto viu esses. O bom disso tudo é que surgiu um quase segundo Siará lá na Amazônia, que é o estado do Acre, a maioria da população de lá tem muitos antepassados daqui.
E na construção da nossa capital nacional, também milhares de siarenses foram recrutados para lá e muitos ficaram por lá mesmo. Um sonho, que para muitos era absurdo, do presidente JK, nós também ajudamos a construir. E as cidades de São Paulo e do Rio, até hoje tem siarense por lá também e continuam a nos menosprezar e a criarem preconceitos contra o nosso povo.
Mas o nosso povo é forte, é valente e apesar de todas as dificuldades encara tudo com alegria, sempre buscando uma situação melhor para sobreviver. Hoje nós estamos em diferentes lugares não só do país, mas do mundo e somos um dos povos mais inteligentes do país, o que mais consegue passar em concursos e coisas parecidas, o que mais cria engenhocas para esse mundão afora. A história continua aí para ser contada, os próximos capítulos eu não sei, só sei que eu tenho o maior orgulho de ser siarense e morar nesse estado.
Espero que eu tenha passado um pouco da história e daquilo que eu tenho muito orgulho, "orgulho de ser siarense"...

sábado, 20 de setembro de 2008

Ouçam os nordestinos...

Como o Nordeste faz músicos, cantores e compositores maravilhosos. Desde muito tempo a música brasileira é enriquecida com a genialidade da nossa gente. Sei que vou esquecer de muitos, mas vou tentar elencar aqui vários deles.
Posso começar pelo grande rei do baião, Luiz Gonzaga, nascido em Pernambuco, mas quase um siarense. Trás junto com ele Sivuca e Dominguinhos, que já puxa pra Waldonys e atualmente já estamos com Ítalo e Reno, só o pessoal da sanfona. E olhe que ainda faltaram muitos nomes.
O "Pessoal do Ceará", que revelou Fagner, Belchior, Ednardo e Amelinha, juntamente com a galera da Bahia, Caetano, Gil, Tom Zé e Maria Betânia continuam aí a engrandecer a nossa música. Da Bahia ainda tem o grande Raul, que passou por vários estilos musicais, pelo rock, pelo forró, pelo baião, pelo blues e fez uma misturada que ficou pra história.
O "Grande Encontro" nos deu o prazer de termos juntos Geraldo, Alceu, Zé e Elba Ramalho cantando as suas músicas de uma forma espetacular. E hoje nós temos de Pernambuco o incrível Lenine, da Paraíba o genial Chico César e do Maranhão o fenomenal Zeca Baleiro, esses três são fera viu e os três tão lançando CD agora.
Ah, ainda tem muita gente viu, o grande violonista Manassés aqui do Siará, Djavan, cantor-poeta, das Alagoas, Ivete, que quando canta MPB não tem pra ninguém, da Bahia e muitos, muitos outros milhares de geniais músicos nordestinos que fazem a música do nosso país, sejam eles conhceidos ou não.
Nós podemos ser a região menos rica, menos desenvolvida, com os piores índices de desenvolvimento do país, mas quando se fala de cultura, com certeza nós temos a mais rica do país e em diversas áreas, não só na música. O nordestino, da miséria faz a sua arte e sua vida, pena que a mídia prefere essa "zuada" que o povo anda fazendo por aí e não coloca os bons mesmo pra mostrarem os seus trabalhos...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Nossa amável contradição

Nosso amor é uma contradição,
Eu sou sentimento e você é razão.
Nosso amor é uma dualidade,
Eu sou tristeza, você é felicidade.
E assim seguem-se os paradoxos,
Um é católico, o outro ortodoxo.
Um dia sou cara e você é coroa,
Eu sou escravo e você a patroa.
Mim Tarzan e você Jane,
Se hoje a gente se odeia, talvez amanhã se ame.
Paz e guerra, bem e mal,
Eu estou no começo, você já está no final.
Nosso caso não tem solução,
Porque um quer rádio, o outro televisão.
Nosso caso não tem vez,
Um fala espanhol e o outro inglês.
E continuam os opostos,
Do que você gosta eu não gosto.
Eu gosto do todo e você da parte,
Você prefere o real, eu prefiro a arte.
Enquanto eu sou medo, você é coragem,
Quero ficar em casa, você quer sair de viagem.
Das ferramentas eu sou martelo e você alicate,
Ainda sou bit e você já é terabyte.
Eu só penso em sonhar e você em trabalhar,
Eu quero só abraçar, você quer beijar.
Como chuva e sol, como água e fogo,
Assim segue o nosso jogo.
Eu penso em escolher, você já escolheu,
Você que ir pro cinema, eu vou pro museu.
Eu quero o cair da noite, você o raiar do dia,
Eu toco violão e você bateria.
Com isso tudo a gente aprende e ensina,
Seja para os rapazes, seja para as meninas.
Que o melhor desse amor é a contradição,
Que aumenta cada vez mais nossa interação.

(Janderson Oliveira)

Tentando seguir a linha de Caetano no seu "O quereres", que já havia buscado algo no "Soneto LXVI" de Neruda. Estou percebendo esse meu lado barroco florescendo cada vez mais, os opostos me atraem, não sei o que quero, só sei que quero ter, sou uma adorável contradição e o meu amor também é assim...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A mídia e o esporte...

A mídia, tendo como o seu carro-chefe a televisão, em muito influencia nos esportes e na própria forma do torcedor vê as disputas dentro do campo. Ela tem o poder de mudar horários de jogos para se adequarem a sua grade de programas e passa aos telespectadores uma falsa imagem do atleta, pois trata-o como um herói que é capaz de vencer sob quaisquer circunstâncias.
Além disso, a mídia nos mostra apenas o lado “bonito” do esporte, onde os atletas são pessoas bem sucedidas que saíram da miséria até chegarem ao estrelato e todos que são capazes de superarem as dificuldades da vida também conseguirão a fama e se tornarão heróis da nação através do esporte, ou seja, o esporte é passado como a única forma de ascensão social.
O lado mais “obscuro” do esporte não é tão difundido quanto o espetáculo que ele pode causar. A mídia não trata do esporte de rendimento como algo que pode ser até maléfico para a saúde; não fala dos muitos casos de exploração sexual, principalmente com meninos no futebol; não mostra os atletas que normalmente se utilizam de meios ilícitos para conquistar as vitórias.
Quando trata da atividade física para a saúde, a mídia não especifica as melhores formas para as pessoas começarem uma atividade, ela apenas passa a impressão de que qualquer atividade física trará resultados satisfatórios.
E quando ela fala sobre o profissional de Educação Física, a mídia apenas pede às crianças para procurarem os seus professores e começarem um esporte para conseguirem mais medalhas para o Brasil nas Olimpíadas. Não querendo banir o esporte da escola, mas ele deveria ser tratado de uma forma diferente, um esporte educacional seria ideal, onde os alunos seriam formados como cidadãos para o mundo e não para ganhar medalhas que não valerão nada para o resto da população.
Enfim, a imagem que a mídia passa sobre o esporte é só aquela do rendimento, onde o que vale é ser o melhor, é vencer a qualquer custo e onde só os campeões são aplaudidos e os demais são tratados como perdedores, e isso acaba influenciando a sociedade, que trata os seus medalhas de prata e de bronze como perdedores. Esse deve ser o principal papel da mídia com os esportes, passar à população a idéia de vencer sempre, outro objetivo dela é receber investimentos de empresas de publicidade que também atuam no esporte.

Esse texto foi escrito para a disciplina de Pedagogia do Esporte do Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Ceará...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Verdade absoluta...

Descobri que a verdade absoluta é uma tremenda mentira. No meio de tantas cabeças pensantes cada um tem sua própria opinião e cada um entende tudo e todos como quiser. O que é verdade pra você pode não ser verdade pra mim, o que me dizem nos livros pode não significar nada pra mim, o que já passaram centenas de vezes pra frente também pode não significar nada pra mim. O mais importante nessa história é respeitar a opinião de cada um e enxergar que nunca ninguém conseguirá obter a resposta para a verdade absoluta, é, ninguém chegará a verdade verdadeira. Ela não existe, ela é só uma coisa que colocam na sua cabeça. Eles querem te fazer de marionete e te manipular do jeito que eles querem, cuidado com eles, eles são maus. Mas, mesmo assim, eu tenho que respeitar a opinião deles e eles também têm que respeitar a minha. Você tem que respeitar a minha opinião, pode ser que ela mude, mas mesmo assim você deve respeitá-la, pois mesmo eu mudando de opinião ela ainda não será verdade, é coisa de momento. E cuidado que pode ser eu que queira manipulá-los...

sábado, 13 de setembro de 2008

Acima de tudo o amor

Há muito tempo sem escrever,
Já não sei nem o que dizer.
O que me resta a fazer?
Se não posso ver você.

O meu destino já acabou,
Nossas vidas não mudou,
O mundo se envenenou,
O sangue derramou.

A coragem desistiu,
O milagre não saiu,
A bruxa não partiu,
O amor se diluiu.

Quando querem transformar,
Estupidez em necessidade,
Ódio em saudade.

Quando querem transformar,
Sonho em descrença,
Juventude em doença.

Eu volto a vos falar,
Da esperança que me resta,
Franzida aqui em minha testa.

Eu volto a vos dizer,
De todo mal que aconteceu,
O amor comigo sobreviveu.

(Janderson Oliveira)

Escrevi essa nesses últimos dias. Também sem saber muito bem o que escrever, também acabei falando de amor. Ó coisa maravilhosa viu...

EU TE AMO...

Já faz alguns dias que não posto nada, talvez por falta de tempo, mas talvez por falta de inspiração mesmo. Mas uma vez estou naquilo de não saber o que escrever, então vou escrevendo o que vier na cabeça.
Cabeça essa que é um turbilhão que não para de processar informações, informações desencontradas que não sabem onde querem parar. Tem muito o que falar, mas não tem nada há dizer. Posso falar de política, pois tá numa época boa, mas não tô afim; posso falar de esportes, mas não, também não quero; posso falar de educação, falta muito pra ser melhorada no país, mas não, não quero; posso falar de amor, há sim isso é muito importante.
Posso falar cinco milhões, trezentas e vinte e duas mil, cento e dezesseis vezes e ainda não terei falado tudo sobre o amor e tampouco terei descoberto o que ele realmente é. É fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente? Não sei, sei que o amor carrega consigo diversas outras coisas, respeito, carinho, paixão, coragem, vontade, prazer, amizade, só pra ficar nas mais lembradas.
Porém, juntando tudo isso, ainda não seja possível encontrar o verdadeiro significado do amor. Ele ainda está longe de ser descoberto, ainda mais hoje que as pessoas não vivenciam esse sentimento tão maravilhoso. Talvez por medo, por insegurança, por vergonha ou talvez por raiva, por ódio mesmo. Tem gente que não sabe amar e não está nem aí pra essas coisas, preferem desrespeitar, criticar, julgar ou matar as outras pessoas.
Às vezes tenho a vontade de sair por aí abraçando todo mundo, dizendo que eu amo todo mundo, mas isso não seria interessante para as outras pessoas, me achariam um louco. Talvez eu pudesse gritar daqui mesmo e dizer quanto eu as amo, mas nem a pessoa mais próximo de mim me escutaria. Talvez pudesse escrever uma carta para todas as pessoas da face da Terra, mas não obteria resposta. Não sei o que fazer para espalhar o meu amor, realmente não sei o que fazer.
Só me resta nessas mal escritas linhas terminar em alto e bom som, com com um enorme: EU TE AMO. Sim, é você mesmo que tá lendo agora, seja você quem for e onde você estiver, essas três palavras são pra você. Por favor não trate isso como uma bobagem, é só o que eu penso e minha forma de melhorar alguma coisa nesse planeta seria através do amor. E não esquece EU TE AMO...

domingo, 31 de agosto de 2008

Confusionismo

Num sei se sou poeta,
Poeta num sei se sou.
Só sei que minha poesia num é concreta,
Só sei que minha vida num acabou.

Num sei se sou brasileiro,
Brasileiro num sei se sou.
Só sei que num sou o primeiro,
Primeiro eu sei que nada sou.

Num sei se sou humano,
Ser humano num sei se sou.
Só sei que vou continuando,
Essa minha vida que num acabou.

Num sei se sou perfeito,
Perfeito sei que num sou.
Só sei que sou desse jeito,
Desse jeito que num esperem que sou.

Num sei se sou maluco,
Maluco num sei se sou.
Só sei que como Confúcio,
Confuso eu sei que sou.

(Janderson Oliveira)

Sou assim, sem saber o que realmente eu sou. Muitas vezes sou contraditório, mas é porque acho que nunca vou chegar na verdade verdadeira, se é que ela existe. Mas não fecho minha cabeça só para uma "verdade" estou sempre disposto a aprender e mudar antigos pensamentos, mas tenho certeza que nunca vou conseguir alcançar a VERDADE. Também sou imperfeito, mas quem não é?...

Música e tecnologia...

Como essa velocidade de informações é incrível viu. A pouco tempo tava vendo na TV (mais precisamente no programa do do Faustão) os Paralamas e os Titãs tocando juntos e taí que eu não sabia que eles tinham gravado um CD. Eu sabia que eles tinham feito um show comemorando os 25 anos das bandas, mas não sabia do CD e também sabia que eles tinham feito uma turnê juntos e foi muito massa.
Bem, mas isso é só pra falar da facilidade que está esse mundo e suas tecnologias, mal acabei de vê os caras na TV e já baixei o CD e já tou redescobrindo as músicas que fizeram parte da minha recente adolescência. Comé que pode macho, a vinte anos atrás pra você ouvir Paralamas e Titãs tu tinha que ter uma radiola e comprar o LP, agora (putz) em 5 minutos tu baixa qualquer música e pronto é só curtir. O CD tá massa porque eles voltaram a tocar as músicas antigas que são as melhores (dessas novas se livram só algumas que foram boas) e eu pensava que os caras já estavam acabados, mas quebrei a cara, eles continuam aí arrasando.
Aí eu paro e também penso, num paguei nada pelo CD oh, mas um fato que só acontece nos dias de hoje. Mas é assim mesmo, a música é arte e a arte não é pra ser paga, ela é pra ser acessível para todos, pois até para gravar música os artistas tomaram muitos conhecimentos da humanidade (entenderam essa parte?). Não sei, acho que não estou fazendo mal algum em não pagar pela música que escuto e as gravadoras e cantores devem arrumar uma outra forma de ganhar dinheiro em cima da música deles. Não é fazendo apologia a "pirataria" ou coisa parecida, mas é uma coisa que acredito, que a arte não é de uma pessoa, mas da humanidade, mas essa questão é papo pra outros quinhentos.
Enfim, quem gosta do rock nacional (e principalmente daquele dos anos 80), comprem ou baixem o CD "Paralamas e Titãs juntos e ao vivo", ou vão aos shows que os caras ainda estão aí na estrada e bem melhores que essas bandas novas que aparecem por aí. Melhor pessoal, criem suas músicas, mas músicas boas por favor, não músicas para ganhar dinheiro, mas música para mexer com a cabeça da gente.
Quem quiser baixar o CD é só clicar lá no link do título (mas não digam pra ninguém não viu, hahahahahaha)...

domingo, 24 de agosto de 2008

Balanço das Olimpíadas...

Fim das Olimpíadas e todo mundo acaba feliz. A China (quem não sabia) acaba como campeã legítima com 51 medalhas de ouro e 100 no total, com 15 medalhas de ouro na frente dos EUA que também podem se considerar campeões, afinal de contas, na contagem deles (diferente da contagem dos outros países e do COI, mas eles podem né são os "donos do mundo") que é por número total de medalhas, eles ficaram com 110 medalhas, 10 na frente da China.
E o Brasil também sai feliz, não ganhou as 5 medalhas de ouro de Atenas mais ganhou 15 medalhas no total (em Atenas foram 10) e agora pode considerar que já tem novos "heróis", que são César Cielo, Maurren Maggi e as meninas do vôlei. E os nossos outros atletas, ah não ganharam ouro então eles são uns fracassados, até os meninos do vôlei, campeoníssimos nos últimos anos. E os meninos do futebol, "time sem vergonha", mais uma vez não traz a medalha de ouro (que pena que é assim que o nosso povo trata os "não campeões").
Além desses "heróis" brasileiros, também surgiram outros grandes "heróis" no esporte mundial. O que falar de Michael Phelps, o "fenômeno das piscinas", que ganhou as 8 medalhas de ouro que disputou e bateu 8 recordes (sendo 7 mundiais e 1 olímpico) e faturou as suas 14 medalhas de ouro em duas Olimpíadas e tornou-se o maior nome do esporte mundial em todos os tempos. Também deve ser lembrado o nome de Usain Bolt, o "jamaicano voador", que também faturou todas as provas que disputou no atletismo, ganhou 3 medalhas de ouro e bateu 3 recordes mundiais, com aquele ar de superioridade que nunca se viu em um corredor nos 100m rasos, muitos acham que ele menospreza os adversários, mas ele só tem prazer em fazer o trabalho dele, que é correr, correr e correr (mas pense num cabôco pra correr viu, nã!).
Definitivamente essas Olimpíadas passaram a ser as "Olimpíadas das Mulheres", não só as do Brasil, mas vários países conseguiram suas conquistas com suas "guerreiras". Das 15 medalhas do Brasil, 6 vieram da força de nossas mulheres. Talvez a mais esperada fosse a de Larissa e Juliana do vôlei de praia (que treinam aqui no Ceará), mas que pena não puderam trazê-la devido à contusão da Juliana. Mas um cearense trouxe a medalha, o também jogador de vôlei de praia Márcio, juntamente com Fábio Luiz conquistaram a medalha de prata, mas de que vale essa medalha se não é dourada né (pensamento dominante).
Mas para mim o maior atleta dessas Olimpíadas não trouxe nenhuma medalha, mas eu acho que ele deu uma grande lição de vida. O nome dele é Eduardo Santos, ninguém deve nem saber de quem estou falando, mas ele é um judoca brasileiro que não tinha experiência em campeonatos internacionais, não tinha passaporte para viajar e não tinha nem dinheiro para fazer o exame de mudança de faixa (da marrom para a preta), mas com muita força de vontade conseguiu chegar à Pequim e ganhar três lutas, quase chega no bronze, mas não deu. E isso não foi nada, o melhor foi a sua entrevista após a derrota: "Dei o melhor de mim, mas não tive competência para derrubar o adversário" e pedindo desculpas aos seus pais, ele mal sabia que já era um campeão para a sua família. E melhor ainda foi o seu retorno ao Brasil, esse sim chegou como "Herói" ao aeroporto onde tinham muitas pessoas lhe esperando para agradecê-lo e considerá-lo um grande campeão, campeão da vida e não de uma medalha que não vale nada para muitos.
Poisé, e as Olimpíadas terminam hoje com uma imensa festa, o povo já espera a próxima que será em Londres, mas ninguém vai atrás de saber o que vai mudar para a população chinesa, o povão mesmo lá de baixo, mas o Michael Phelps ficará para sempre na história, o Cielo será lembrado muito tempo pelos brasileiros como a primeira medalha de ouro do Brasil na natação, a Maurren entra para a história olímpica também. E vocês sabem quanto custou cada uma dessas medalhas de ouro do Brasil? Só R$ 53 mil cada e no total foram gastos R$ 654 mil com todos os nossos atletas, é tem de onde tirar né.
E o seu Zé, catador de lixo, vai continuar todo dia catando o seu lixo pela cidade, o Pereira, motorista de ônibus, vai continuar a levar-nos para os nossos destinos todo santo dia, o Toinho, pedinte nas ruas, vai continuar perabolando atrás de um trocado para comprar o leite do menino, a Maria, diarista, vai continuar indo de casa em casa atrás de fazer uma faxina e ganhar o pão de cada dia e eu, pobre infeliz, vou continuar a escrever para ninguém...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Escolha de vida...

Me digam, como pode uma pessoa com os seus 16, 17 ou 18 anos já ter que escolher o que quer fazer para o resto da vida? Não é muito cedo não? As pessoas não tem muito que aprender para saber o que realmente querem fazer?
Eu por exemplo, já estou com 20, e o pior, já no 6º semestre do curso de Licenciatura em Educação Física e ainda não sei se é isso mesmo que quero fazer na minha vida. Eu quero fazer várias coisas, experimentar várias áreas, principalmente nas artes. Se bem que pra ser professor de Educação Física tem que ser artista viu. Mas não sei.
Não que a Educação Física seja uma coisa ruim, mas é porque eu quero liberdade para escolher a hora que vou trabalhar, como vou trabalhar, onde vou trabalhar e não depender dos horários e das regras de uma escola, não precisar ficar fazendo planos de aula, lendo sobre abordagens bonitinhas no papel e na hora da aula sair tudo fora do teu plano e totalmente diferente dos livros.
Eu adoro dar aula de Educação Física, eu adoro estar na escola (não na sala de aula, onde os meninos não podem dar um piu, mas lá na "zorra", se é que me entendem) com os meus alunos, conversando, se divertindo, fazendo atividades legais, isso é um momento muito prazeroso pra mim, mas é o processo para se chegar até aí que eu não gosto. Negócio de plano, prefiro chegar lá na hora só com o conteúdo a ser trabalhado na aula e desenrolar com os meus alunos e não já levar tudo prontinho e na hora ficar tudo fora daquilo que foi planejado.
Quem vai fazer a aula são os alunos, é o momento lá que vai acontecer, se eles não tiverem a fim de fazer o que tu planejou, então é mil vezes melhor tu conversar com eles e chegar num acordo para fazer do melhor jeito pra todos, o que eles querem mais dentro do tema que tu levou pra aula. E não seguir a velha pedagogia tradicional do professor chegar e jogar todo o conteúdo para cima dos meninos e depois cobrar numa prova que não vai avaliar nada do que o aluno realmente aprendeu. Mas não, a escola continua querendo esse "arcaíco" método de ensino, que no campo da Educação Física se traduz no velho "levar a bola pros meninos bater o racha" ou no "dê 10 voltas na quadra, depois vá pra detrás da fila e corra até a linha azul volte e blá blá blá..." enfim, prefiro um novo estilo de dar aula onde os alunos também participem do processo de ensino-aprendizagem, mas isso é coisa para outros assuntos.
Voltando a este.
E lembrando para aquelas pessoas que pretendem cursar Educação Física e até aos outros que têm uma visão limitada da área (pois como eu achava, pensam que Educação Física é só esporte), que a Educação Física é muito mais do que vocês imaginam, é uma complexidade que envolve coisas que vão muito além do trabalho apenas do corpo. Diferente do que a maioria pensa, a gente num joga só bola não viu, a gente também estuda muito filosofia, sociologia, psicologia, pedagogia, fisiologia, biomecânica, nutrição. Porque a Educação Física é cultura, política, jogo, lazer, saúde, educação e acaba sendo arte também. Ao contrário do que pensava que era só esporte, mas ainda bem que me surpreendi de forma satisfatória com o curso, pois vi que tem muito mais coisa para fazer na Educação Física do que só jogar bola.
É, a Educação Física é uma área muito boa mesmo de se trabalhar e de aprender sobre a vida, pois você vai conviver com diferentes tipos de pessoas, mas não sei se realmente quero isso para a vida toda. Por isso que digo, quem vai escolher algum curso, vá logo atrás de saber tudo sobre ele, quais são as áreas de atuação, quais são as disciplinas a serem estudadas e muito mais coisas, para quando chegarem lá na hora não terem uma surpresa em saber que é tudo totalmente diferente do que pensavam...

domingo, 17 de agosto de 2008

Quanto vale a vida?


Quanto vale a vida de qualquer um de nós?
Quanto vale a vida em qualquer situação?
Quanto valia a vida perdida sem razão?
Num beco sem saída, quando vale a vida?
São segredos que a gente não conta
São contas que a gente não faz
Quem souber quanto vale, fale em alto e bom som
Quantas vidas vale o tesouro nacional?
Quantas vidas cabem na foto do jornal?
Às sete da manhã, quanto vale a vida?
Depois da meia-noite, antes de abrir o sinal?
São segredos que a gente não conta
E faz de conta que não quer nem saber
Quem souber, fale agora ou cale-se para sempre
Quanto vale a vida acima de qualquer suspeita?
Quanto vale a vida debaixo do viaduto?
Quanto vale a vida perto do fim do mês?
Quanto vale a vida longe de quem nos faz viver?
São segredos que a gente não conta
São contas que a gente não faz
Coisas que o dinheiro não compra,
Perguntas que a gente não faz
Quanto vale a vida?
Nas garras da águia
Nas asas da pomba
Em poucas palavras
No silêncio total
No olho do furacão
Na ilha da fantasia
Quanto vale a vida?
Quanto vale a vida na última cena?
Quando todo mundo pode ser herói?
Quanto vale a vida, quando vale a pena?
Quanto vale, quando dói?
São coisas que o dinheiro não compra
São contas que a gente não faz
Quanto vale a vida?
 

(Humberto Gessinger)

Essa é a pergunta que não cala. Adoro as músicas desse cara, as idéias dele bate muito com as minhas sabe...