"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

domingo, 21 de novembro de 2021

Só o amor não basta...


Se você veio ler esse texto esperando por algo romântico, que exalte o amor, pode parar por aqui, você se enganou. Este texto contém impureza e tudo que é bom para nós e sem noção para os outros.
No final, só o amor não basta. O que eles querem mesmo é o prazer, curtir a vida, ir para festas, usar drogas, transar bem muito e apalpar carnes novas. E, afinal, do meu corpo ele já usufruiu do jeito que queria e que não queria também, estava na hora dele ir atrás de outros corpos.
Posso falar pra vocês, já gritei muito sentando nele, ele já meteu bem gostoso o quanto eu quis e eu já fiz de tudo para fazê-lo gozar em mim. Sim, eu o obrigava a fazer coisas que somente eu queria, devo ser ninfomaníaca.
Perguntei para uma amiga o que eu faria agora que já não tenho mais ele para me satisfazer desse jeito, ela simplesmente disse “fode ele no teu pensamento”, mas mal sabe ela que eu já faço é muito isso. Preciso é de coisas novas também, acho que vou voltar ao Facebook para ver se tem alguma coisa boa por lá, se é que vocês me entendem.
[...]
“Oi, sumida!”, foi essa a primeira mensagem que apareceu cerca de 40 minutos depois que eu estava perambulando pelo Facebook. Eu já tinha rido de vários memes bestas que me fizeram passar o tempo, tinha visto alguns vídeos engraçados de animais e curtido fotos de gente que fazia tempo que eu nem via. Mas aí chegou essa mensagem, e vocês sabem o que significa essa mensagem, não é? É óbvio que depois de tanto tempo de chats e redes sociais, todos sabemos que ela pode ser substituída simplesmente por um: “quero te comer”, e era exatamente isso que eu queria naquela hora, precisava de alguém para me comer.
Era um velho colega que eu não tinha notícias há tempos, conversamos durante horas naquela madrugada, lembramos dos tempos de escola, das vontades recíprocas que tínhamos um pelo outro e também da vergonha que tivemos, o que nos levou a nunca ter exposto esse desejo. Mas vocês sabem, um desejo não resolvido permanece na gente por anos, só vai passar quando se realizar.
No entanto, naquele dia ficamos só de papinho mesmo na rede social, sexting a vontade, alguns nudes, é claro, e muita putaria boa em palavras impuras e maliciosas. Terminamos com o que temos de melhor dentro de nós, o nosso gozo. Naquele mesmo dia criamos um código para quando fôssemos nos ver, se eu chegasse rindo e ele também, saberíamos que os dois estariam querendo transar de verdade.
Numa terça-feira marcamos de almoçar juntos e conversar um pouco. Fiquei com aquilo na minha cabeça: “eu vou rir quando ver ele e ele já vai saber o motivo da minha risada”. Se ele risse de volta iria me confirmar isso, ele realmente queria me pegar. Pensei mais um pouco: “vou rir bem muito até esperar um convite para tudo se tornar real”. Enquanto pensava nisso, só sentia meus mamilos ficando rígidos, esperando pela boca dele, senti minha calcinha ficar encharcada, o que comprovei quando cheguei em casa e vi a situação que ela estava. Mas, infelizmente, naquele dia não deu certo, ele precisava voltar ao trabalho, mas poucos dias depois a vontade se tornou realidade.
Eram quase três horas da manhã de um sábado para domingo, chovia muito, mas mesmo assim ele pegou o carro e veio bater aqui em casa. Sim, fui eu que fiz o convite, pois precisava muito experimentar alguém diferente. Ele já chegou me perguntando o porquê de uma loucura dessas, numa hora dessas, eu só respondi: “porque gostei, porque achei boa a vibe, porque eu quero ser tipo uma puta para ti”.
Eu já estava com um shortinho bem tentador e uma blusa que só cobria meus seios, fiz questão de subir as escadas na frente dele, para ele ir apreciando o meu corpo. Fomos direto para o quarto e daí para a frente foi só felicidade para dois corpos que ansiavam por sexo. Peles, paixões, prazeres. Bocas, lábios, dois seres. Cabelos, unhas, mãos. Suspiro, arrepio, arranhão. Beijos, palavras, amor. Suor, clímax, calor. Cobiçamos um ao outro, só terminamos depois que eu me satisfiz bem muito e, no final, fiz ele gozar com a minha boca.
Não tem nada melhor depois de uma boa trepada do que ficar deitado ao lado do outro, rindo de besteiras aleatórias. Foi assim que acabou essa minha aventura sexual, entre conversas, risos e carinhos. Por um par de horas, ele me fez esquecer do meu menino, aquele menino que é uma lembrança tão linda, pena que hoje não significa mais nada.  Às vezes eu tenho a certeza de que o prazer vale muito mais do que o amor.
Lembrar isso tudo já me acendeu aqui de novo, acho que vou me aproveitar sozinha mesmo, espero que vocês já estejam fazendo o mesmo aí do outro lado da tela...

Por Sara Fernandes

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Sufoca...


Sufoca, mas depois para. Demora, mas depois sara. 
Nessa época em que vemos tantas máscaras, vou começar a revelar algumas das minhas. Já fui a puta que deu por dinheiro, já fui a lésbica que beijou a boca de outras mulheres, já fui a hétero que fodeu bem gostoso, já fui a menina que buscou caras mais velhos, já fui a madura que amou um menino. Mas sempre “fui minha, só minha e não de quem quiser”. Minto, se aquele menino me quiser, sempre serei só dele, pois “sou Deus, tua deusa, meu amor”.
Chega uma hora que uso tantas máscaras que já não sei mais qual estou revelando e nem para quem eu estou revelando, acabo enganando a mim mesma e, no final, me sinto sufocada demais com minhas próprias máscaras. Aliás, sufocamento é a palavra que traduz muitos dos meus últimos dias. É você lutar constantemente para dar certo, mas ao mesmo tempo se sentir sufocada por não conseguir fazer com que ele ficasse. No final, só o amor não bastava, a juventude merece muito mais que isso, “todos têm, todos têm suas próprias razões”.
“Minha terra tem a lua, tem estrelas e sempre terá”, era esse um dos versos que ele gostava de cantar para mim, nos nossos melhores momentos. Ouvindo essa música agora, voltei a uma das melhores lembranças que tenho da vida, algo que continua eterno em mim. Foram choros, saudades e abraços, mas foi um momento que marcou muito pelo forte carinho e afeto que eu senti e carrego todo ele até hoje. Passado e presente se encontrando num mesmo sentimento, mas eu sigo a sina da solidão com meus pensamentos. “I’ve been losing my mind in these sweet dreams of loneliness”.
Vocês mal sabem que eu agora mesmo não queria sufocamento de máscaras e muito menos sufocamento de sentimentos, eu queria mesmo era me sufocar de prazer, de tesão, de desejo. 22h42, essa era uma boa hora para nos satisfazermos, queria apenas as mãos dele no meu pescoço, movimentos frenéticos, suor pelo meu corpo, fluidos nas minhas partes e depois risadas de felicidade, era isso que ele me proporcionava. Mas agora, sabe-se lá onde eu irei encontrá-lo.
Parece que é sempre assim, chega uma hora que as pessoas cansam de mim, dão as costas e simplesmente vão embora. Eu não sou boa de cama, eu não sou boa de lábia, eu não presto pra nada. Ah, quer saber: Viva! Esqueça de mim! Faça as coisas por você!
E era sobre isso...

Por Sara Fernandes