"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

sábado, 12 de novembro de 2011

"Tal pai, tal filho"...

12 de novembro, não precisa mais ter nada de trágico nesse dia, nossa relação já está amadurecida. Hoje eu estou tão certo como tudo que há de incerto dentro de mim. O futuro já chegou e o passado nunca voltará. Engraçado como pra falar do futuro usamos verbos no passado e pra falar do passado usamos verbos no futuro. Palavras, pra quê elas servem mesmo? Sentimentos, pra quê eles servem mesmo? Impossível é juntar os dois, transformar os sentimentos em palavras. Mas a gente tenta!
“Tal pai, tal filho”, esse é o ditado que todos falam, mas é impossível comprovar o ditado e as semelhanças além das físicas, as outras o tempo não deixou acontecer, sem ocasião, sem oportunidade de saber. E nossa relação acabou-se assim, logo no começo, sem saber como poderia ser ou como poderia deixar de ser, foi bom o pouco tempo que durou, poucas lembranças de um passado distante, mas ainda assim, boas lembranças. Como é bom ter uma memória de elefante, grande memória de pequenos fatos, é isso que me traz a alegria. Nos detalhes, é lá que se esconde o que chamam de felicidade.
E essa relação já chegou à maioridade, 18. Dezoito anos sem saber como seria, dezoito anos de comparações, dezoito anos de saudades. “Para a mente bem estruturada a morte é a grande aventura seguinte”. E todo esse tempo me fez pensar melhor sobre isso que chamam de morte, hoje posso falar que não tenho medo de morrer, mas tenho pena de morrer e deixar tudo isso aqui. Maior pena ainda é que só temos uma chance, só essa.
Desculpe se ninguém nunca consegue entender nada do que eu falo, talvez uma única pessoa em vida entenda, talvez ele entenderia, mas repito de novo, não tivemos a oportunidade. Sabe de uma coisa, é impossível entender, afinal, os sentimentos são impossíveis de se transformar em palavras. Saudades? Medos? Tristezas? Alegrias? Felicidades? Esperanças? Coloca tudo isso e mais um pouco junto que pode dar certo. É a vida, esperando ela chegar a qualquer momento.
A bênção, seja lá onde estiver!...

domingo, 2 de outubro de 2011

Que saudades

Ai que saudades que sinto de não sei quem.
Que falta me faz aquele rosto que não vi.
Como me faz sofrer aquela luz que não acendi.
Que saudades tenho daquele passo que não dei.
Daquela música que jamais toquei.
Que falta me faz aquele poeta que não li.
Aquele beijo que não recebi.
Como me faz sofrer aquela beleza que não encontrei.
Que saudades que sinto daquela brincadeira que não participei.
Daquele jogo que nunca joguei.
Que falta me faz aquele sorriso que não fiz.
Aquele abraço que não quis.
Como me faz sofrer aquela frase que não disse.
Ai que saudades que sinto do calor que não aqueci.
Que falta me faz o mundo que não conheci.
Como me faz sofrer aquela vida que não vivi.

(Janderson Oliveira)

A chance...

Eu sigo escrevendo para ninguém ler, cantando para ninguém ouvir, atuando para ninguém ver, amando para ninguém sentir. Como um velho Dom Quixote que luta por causas já perdidas, como um louco que grita para surdos, como um palhaço que se apresenta para cegos, como uma flor jogada para mortos. 
Muitos dirão que foi tudo em vão, me chamarão de tolo que já perdeu todo o ouro. Eu lhes digo que é da cabeça dos tolos que saem as maiores riquezas, se não pra agora, pra esse momento, pra esse mundo, pra essas pessoas, talvez para as gerações que virão. 
Dizem que a gente só começa a dar valor depois que perde, pois que eu perca agora para ganhar depois. Dizem que a gente só começa a dar amor depois que perde, pois que eu perca agora para ganhar depois. 
Só agora entendo o que Renato Russo insiste em dizer na música “Índios”, em que ele sentia saudade de tudo aquilo que ainda não viu, eu vou além e digo que eu sinto não apenas saudade daquilo que ainda não vi, mas também do que ainda não vivi. Saudade daquele vôo de asa-delta que nunca fiz; saudade de colocar mochila nas costas e sair caminhando estrada afora feito Alexander Supertramp; saudade de ter minha banda e gritar as minhas idéias para multidões que nunca vi; saudade de ter meu filho que ainda não chegou, doce como qualquer outro rosto de criança que nunca vi. 
Só agora entendo a síndrome de FOMO (Fear of Missing Out) que Humberto Gessinger cita nos seus “Poemas com notas de rodapé”, é o medo de perder, medo de perder a oportunidade, medo de perder a hora, medo de perder a vez, medo de perder a chance. 
Só agora entendo a dica que Geraldo Vandré deixa na música “Pra não dizer que não falei das flores”, temos que fazer a hora, agora, não esperar acontecer. Não podemos perder a oportunidade, a hora, a vez, a chance, só temos essa chance. Carpe diem
Uma única vida para ser vivida, a única chance de fazer as flores vencerem o canhão. A gente só tem essa vida mesmo e cada um faz o que bem quiser com ela. Mas da vida só não quero levar flores, muito menos lágrimas, talvez leve conhecimento. 
Mas pra que conhecimento depois de morto, se de nada adiantará? De que adianta saber a causa da morte, se já estarei morto? E depois que isso acontecer não quero ser exposto a moscas e aos olhos dos outros, ainda mais trancado dentro de um caixão, prefiro ser cremado e jogado seja lá onde for conveniente. Também não vou querer flores, “quem é que quer flores depois de morto? Ninguém”. 
Só sei de uma coisa, essa é a nossa única chance, temos que agir agora, sem medo, com ousadia. Essa vida é muito curta, a gente tem que passar nela e deixar alguma coisa feita, porque depois a gente morre e ninguém deixa nada pra gente, a não ser as mesmas velhas flores...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Indignação...



CiDITADOR, respeite o professor! Voltamos ao tempo da ditadura em que as pessoas apanhavam pra garantir seus direitos? Chegamos no limite da sanidade, senhor governador? Professores têm que apanhar pra garantir seus direitos? Indignação é o mínimo que se pode ter após assistir cenas como estas contra nossos companheiros de classe. Mais indignação ainda é saber que os responsáveis por tal violência nada mais são do que funcionários públicos do estado do Ceará, ou seja, são funcionários do estado agredindo funcionários do estado, todos sofrendo sob as mesmas mãos pesadas e injustas de nosso governador. Falando nele, onde estava nosso governador nessa hora? Observando tudo do alto do seu trono? E nossos deputados que ainda aceitaram a proposta que divide a classe de professores? Só lembro que os políticos passam, mas a história fica aí para ser contada para sempre. Enfim, poucas palavras, as imagens nesse caso valem muito mais do que mil palavras. Dia 29 de setembro de 2011, um dia que já entrou para a história da luta trabalhista pela educação no estado do Ceará...

sábado, 17 de setembro de 2011

Caras...


Caras. Quem são estas caras? Quem são estes caras? De quem são estas caras? De quem são estes caras? De quem são as caras destes caras? Ora, as caras destes caras são destes caras, minha cara. As caras no espelho. Os caras do espelho. Os caras do espaço. As caras no espaço. Se as caras fossem todas iguais. Se eu fosse um cara diferente. A cara e a coragem. A cara e o coração. Os caras sem coragem. Os caras sem coração. De cara com o inimigo. O inimigo é o cara. Do cara sou amigo. A amizade é cara. Dar a cara à tapa. Dar uma tapa no cara. Dar uma tapa na cara do cara. De cara a cara com estas caras. De cara a cara com estes caras. Encara as caras destes caras, minha cara...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Madrugada alada...


Na madrugada alada que me leva para um lugar bem distante do senso comum. Na madrugada alada, na calada da noite, nas vozes da cidade, no silêncio total, alço vôo, vou pra cima, pro alto, muito além de qualquer céu, muito acima de qualquer estrela eu me encontro com meus delírios, meus espasmos, meus deslizes, minhas alucinações, minhas ilusões, minhas angústias, meu sentimento, minha insônia.
Longe do senso comum eu me sinto como na conquista do espaço, “lá do alto deve ser esquisito, aqui de cima até que é normal, minha cabeça pesa quase dois quilos, meu corpo flutua, peso nenhum”. Longe de qualquer pessoa eu me sinto como nos filmes de guerra e nas canções de amor, “preciso beber qualquer coisa, não me lembre que eu não bebo, o que só nós dois sabemos, nós sabemos que é segredo”.
Falando em nosso segredo, eu lembro que lá embaixo eu a deixei, mas isso não pode, ela precisa vir comigo, pois “você vai comigo aonde eu for, você vai bem se vem comigo, serei teu amigo e teu bem, fica bem, mas fica só comigo”. Nossa história não pode ficar perdida em algum lugar entre o era uma vez e o nunca mais. Acorda vai, vem passear comigo em algum lugar que não sabemos onde fica.
Sei que ninguém me entende, nem eu mesmo, é que “tenho muito mais dúvidas do que certezas” porque sigo o filósofo que lembra que “a dúvida é o preço da pureza”. É que eu faço tudo ao contrário para não demonstrar que eu estou certo, pois sei que estou sempre com a certeza mesmo demonstrando a dúvida. Digo talvez porque tenho medo de dizer não, mas se realmente fosse preciso eu diria sim. Ah dúvida! “Sem dúvida a dúvida é um fato”.
O senso comum nos leva a fazer tudo igual ao que todos fazem, “iguais aos poucos que ainda andam, iguais a tantos que andam loucos, iguais a loucos que ainda andam, iguais a santos que andam loucos de satisfação”. Não quero isso para mim, muito menos pra você, vamos fugir disso, vamos construir nosso próprio mundo, totalmente insano, deixar a madrugada nos levar céu adentro, mundo afora.
E se eu cito palavras alheias, é pela total falta de criatividade para tirar palavras bonitas dessa cabeça que anda meio louca. E se eu digito palavras virtuais, é pela total falta de estrutura para redigir à livre punho. Mas, afinal, pra quê tantas palavras? Elas servem apenas para complicar. Pena que sentimentos compliquem ainda mais.
“Quinze pras duas”, “duas e meia”, “já passa das três”, acorda vai, vamos em boa hora fazer parte da minha loucura, seguir viagem nessa madrugada alada, deixar ela nos levar para bem distante do comum, do igual, do racional, do concreto, do asfalto.
“Eu voava alto porque tinha um grande par de asas, até que um dia caí”...

Os anjos caídos (ou A construção do caos)



Os homens são anjos caídos que Deus mandou para Terra
Porque botaram defeito na criação do mundo.
Aqui, começaram a inventar coisas, a imitar Deus.
E Deus ficou zangado, mandou muita chuva e muito fogo.
Eu vi de perto a sua raiva sacra, pois foram sete dias de trabalho intenso.
Eu vi de perto, quando chegava uma noite escura.
Só meu candeeiro é quem velava o Seu sono santo.
Santo que é Seu nome e Seu sorriso raro,
Eu voava alto porque tinha um grande par de asas
Até que um dia caí.
E aqui estou nesse terreiro de samba,
Ouvindo o trabalho do Céu.
E aqui estou nesse terreiro de guerra,
Ouvindo o batalha do Céu.
Nesse terreiro de anjos caídos.
Cá na Terra trabalho é todo dia,
Levantar, quebrar parede,
Matar fome matar a sede,
Carregar na cabeça uma bacia
E esse fogo que a Sua boca envia
Pra nossa criação.
Deus,
Esse terreiro de anjos,
Esse errar que é sem fim,
Essa paixão tão gigante,
Esse amor que é só Seu,
Esperando Você chegar.
Os homens aprenderam com Deus a criar
E foi com os homens que Deus aprendeu a amar.

(Lirinha)

"Os anjos caídos" é uma música de uma banda chamada Cordel do Fogo Encantado, de Arcoverde/PE, que infelizmente findou em 2010. Essa música é tema do filme "Deus é brasileiro" e no vídeo é interpretada espetacularmente pelo grande poeta Lirinha...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Apenas jogo!... ou O meu time sou eu...

Não jogo pelo ouro, pela prata nem pelo bronze, apenas jogo! No meu time não jogam onze, nem sete, muito menos cinco, somos apenas um, o meu time sou eu, quem joga o jogo sou eu, apenas jogo! Não quero saber de jogar bonito ou feio, ganhar ou perder, só quero jogar, apenas jogo! Sem mandingas ou superstições, preces nem orações antes de entrar em campo, tanto faz se entro com o pé direito ou o esquerdo, eu tenho que jogar é com o corpo todo, apenas jogo! Não me importa a posição na qual devo jogar, no ataque ou na defesa, driblando ou marcando, apenas jogo! Nesse jogo o placar é o de menos, gols a favor, gols contra, gols feitos, gols perdidos, o certo é que aprenderei com todos eles, apenas jogo! Não me satisfazem os risos do campeão e muito menos as lágrimas do perdedor, prefiro a indiferença do empate, apenas jogo! Não preciso de câmeras pegando todos os detalhes do meu jogo e nem de torcida gritando pelo meu nome, não jogo defendendo camisa alguma, apenas jogo! Sou eu o dono da bola e faço questão de ser, mas não me interessa saber para qual lado devo chutá-la, chuto a bola, jogo a vida, apenas jogo! Jogo a vida, logo existo, apenas jogo! Mas o que é a vida senão infinitos jogos que jamais serão vencidos, no entanto, não desisto e sigo jogando, apenas jogo! E nesse jogo eu me acerto mesmo nos meus erros, nas quatro linhas de qualquer campo, entre as linhas do meu texto, nas entrelinhas do meu coração, apenas jogo!...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Vem, vamos descobrir o mundo...

"Vem, vamos descobrir o mundo", era essa frase que ele vivia dizendo ao meu pé do ouvido, ou pelo menos esta era a frase que eu vivia imaginando ele dizer. Às vezes eu procurava fugir das suas tentações, mas nunca conseguia ir muito longe, no final, ele fugiu de mim, desapareceu da minha vida. Agora eu procuro esquecer, eu tento fugir, mas aqueles olhos negros me perseguem aonde eu vou, mesmo distante eles parecem sempre perto, estarão sempre na imaginação.
Eu nunca mais fui a mesma depois de conhecê-lo e logo em seguida perdê-lo, pelo menos aprendi algumas coisas, a primeira delas é que nada pode ser pra sempre, apesar de tantas promessas, as pessoas apenas passam em nossas vidas; a segunda coisa é que a vida não é movida pela razão, é a loucura/paixão que nos move; por último, aprendi que é melhor pedir perdão do que permissão, afinal, depois da oração vem sempre o pecado. Mas e eu que nunca rezo, estou sempre pecando ou eu nunca pequei?
Pecados, aqueles que nunca cometeram que atirem a primeira pedra. Pedras, aquelas no caminho você pode retirar, juntar todas e fazer seu castelo. Castelos, aqueles de areia são levados facilmente pela água. Águas, aquelas que escorrem pelo rosto podem ser de alegria, mas na maioria das vezes são de tristeza. Tristezas, aqueles mesmos sentimentos depressivos que percorrem toda uma vida. Vidas, aquelas que não podem ser ditas no plural, aprendi com um jovem amigo que temos apenas uma para ser vivida.
Viver e estar sempre a se perguntar os porquês desta vida. Lei da atração, força do pensamento, poder da mente, mundo invisível, é lá onde está o segredo da vida? Se é lá Universo, pois leve-me, é lá onde quero habitar e poder ter tudo e todos ao meu redor, lá sim eu poderei descobrir todo o mundo, "um mundo bem distante dos erros humanos, um mundo onde só existem a paz e o amor", e talvez lá eu possa encontrá-lo, transformando novamente em realidade toda uma história que há tempos só está na minha imaginação...

Por Sara Fernandes

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Direito de educar...

Cid Gomes: “Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado"...

Muito obrigado senhor governador do estado do Ceará, assim você incentiva ainda mais um professor iniciante a pensar em desistir logo no começo da carreira. Mas não vou lhe dar esse gostinho, seguirei lutando pelos meus direitos e dando valor sim à minha profissão e aqueles que mais precisam, a população do meu estado. Quero continuar tendo o meu direito de educar.
Não serão comentários negativos e infelizes de gestores estaduais ou até mesmo dos gestores de minha escola que me farão desistir do sonho de servir ao meu estado e à minha população. Lembro ainda que esses gestores não são nossos patrões, pelo contrário, eles são nossos primeiros funcionários.
Não penso em ser milionário fazendo minha função de educador, só exijo respeito por parte daqueles que detêm, pelo menos no momento, o poder sobre a educação.
Muito menos penso em lecionar no ensino privado, pois infelizmente sei como a educação está sendo gerida nesse setor, tornando a escolas em empresas, tornando os alunos em propagandas, descaracterizando a verdadeira educação.
Enfim, a luta dos professores do estado do Ceará continua, independente do resultado final, vitória ou derrota, o importante é que nós estamos lutando. A gente fica, os gestores passam...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Hedonismo notívago...

Acordei a pouco tempo com o barulho do vento frio que batia na janela e entrava casa adentro, deixando meu corpo leve e, não sei por qual motivo, cheio de tesão. Comecei a sentir meus seios enrijecerem, os pêlos do corpo eriçados e uma invasão de pensamentos eróticos, para não dizer pornográficos.
Liguei a TV para procurar algo que me pudesse ajudar naquele momento e logo encontrei um enlatado norte-americano bem sacana com um homem e uma mulher transando feito dois animais, ele fazia cara de muito prazer enquanto ela falava "come on guy, fuck my little pussy".
Aquilo só me deixou ainda mais excitada, com mamilos extremamente rígidos, começando a sentir fluidos nas minhas regiões mais quentes e com as mãos à viajarem por todo o meu corpo, principalmente seios, barriga, coxas e toda a parte genital, que tesão!
Ah como eu queria alguém do lado para me ajudar nessa hora, tanto faz o sexo, só queria alguém. Mas depois de tanto tempo percebi que às vezes é melhor você mesma ser dona das suas próprias sensações, dos seus próprios toques, dos seus próprios dedos, algo bem egoísta, mas muito excitante.
Continuei vendo o filme e me tocando até que o homem pediu para ela "oh bitch, suck my cock", e ela imediatamente atendeu ao pedido e ficou lá até o momento em que ele colocou para fora todo o gozo e prazer que sentia para fazer aquela cena.
Enquanto eu aqui do outro lado da tela também chegava ao meu clímax, que maravilhoso aqueles segundos em que parece o ar ser extinto do cérebro e em que você sente todo seu corpo estremecer de tesão e prazer, não há nada nessa vida que se compare a essa sensação.
Não há nada de jocoso ou pecaminoso nesse ato, pelo contrário, eu acho que não há nada mais belo do que isso, prazer, libido, tesão, sexo, sexualidade, descobrir a si mesmo, ter momentos de euforia consigo mesmo, melhor ainda com os outros, quem sabe na próxima?...

Por Sara Fernandes

Como um vício...

Estou com tantas idéias na minha cabeça que se eu fosse uma verdadeira escritora conseguiria escrever um longo romance antes do sol aparecer, do dia amanhecer, do galo cantar. Um romance com muitas páginas e poucos personagens, poucos detalhes e muitos lugares. Um romance sem sofrimentos, sem falhas, sem intrigas, sem culpas, afinal a culpa não foi de ninguém, talvez tenha sido toda minha. Ah deixa pra lá, o tempo me dirá de quem foi a culpa.
Pronto, agora que começou essa história não sei mais onde vai parar. Não sei qual será a próxima cena, o próximo capítulo, nem mesmo se terá continuação. Talvez ainda hoje, talvez amanhã ou talvez nunca mais. É como um vício difícil de se livrar, pior do que qualquer droga. Is this the real life?
Pensava que era a vida real, mas era só imaginação. Essa tal imaginação realmente faz a pessoa perder seu limite, deixa-se ir e não sabe onde vai parar. E o que faço com tanta imaginação? Crio músicas que ficarão presas em folhas cifradas, longe dos ouvidos? Crio poemas expostos em sites, longe dos olhos? Crio romances que se tornarão livros que serão jogados à prateleira longe do leitor?
Através desse vício posso brincar de ser qualquer um, posso brincar de conhecer diversos lugares, posso brincar com diversas pessoas que nem conheço, só não posso brincar de tornar tudo isso realidade. Tenho que ter cuidado, vai que esse vício mata!
Saúdo com um gole de vinho para aliviar a dor, good night with sweet dreams and beautiful nightmares...

Por Sara Fernandes

sábado, 13 de agosto de 2011

Conversando comigo mesmo...

E eu sigo a filosofar comigo mesmo ou será com alguém que já esteve aqui comigo? No meu sonho ele veio me dizer:

─ Filho, essa vida é muito curta pra viver, olha o meu exemplo, fui atrás do pão para alimentar você e o seu irmão, mas vacilei e voltei pra casa embrulhado, e vocês não puderam mais ficar ao meu lado.
─ Calma pai, já entendi o seu recado, não adianta eu ficar aqui parado, preciso aproveitar o máximo essa vida, afinal, temos apenas uma para ser vivida. Já li certa vez por aí que "a morte seria um tédio caso não houvesse vida", mas por que nela há tantas feridas?
─ É filho, eu te digo mais, a vida seria um tédio se não fossem suas feridas. São elas que nos ajudam a continuar vivendo, são elas que nos dão aquele gás pra seguir em frente, ajudando gente. Cada pessoa com suas feridas, com seus problemas, todos os caminhos são diferentes, pena que no final todos vão dar no mesmo lugar.
─ Pô, sempre me pego a pensar naquelas velhas questões: Quem sou eu? De onde eu venho? Pra onde eu vou? Quem é esse povo do meu lado? Pra que eles servem? Pra que tudo isso servirá? Por que não se explode logo tudo? "Ah, morre diabo!".
─ (Risos) Calma filho, não adianta ficar se perguntando essas coisas. Pra quê? Ah, não precisa saber as respostas disso aí não, só continua vivendo, levando numa boa, no final tudo vai se acabar, mas essas perguntas vão continuar aí, para sempre.
─ Mas ninguém pode viver e nem morrer sem motivo, pai. Tem uma corrente filosófica, o existencialismo, que diz que cada um é mestre dos seus atos, faz da sua vida o que quiser. E sabe pai, já escolhi o que quero na minha vida, a minha meta é o amor ambulante, já a minha morte, nem pensei, nem quero pensar. Só acho que depois de morrer acaba tudo, não acontece mais nada.
─ Filho, não posso te falar nada sobre isso, é o segredo universal, mesmo eu que estou aqui não posso comentar nada sobre isso.
─ Sabe pai, quando eu morrer, se acaso um dia eu morra, não quero ser exposto aos olhos dos outros e nem às moscas, muito menos quero flores ao meu redor, nem lágrimas caindo dos rostos.
─ Acho que tudo isso que você não quer foi exatamente o que aconteceu comigo filho, você lembra?
─ Não, desculpa, mas eu não tive coragem de ir te ver naquele estado. Talvez medo, talvez covardia, mas o certo é que não queria ver meu pai daquele jeito.
─ Certo filho, eu te compreendo, você ainda era muito criança pra entender sobre essas coisas de vida e morte. Não se preocupe com isso.
─ OK, pai. Só sei que vi quando chegaram com você à igreja, também lembro que a igreja ficou lotada para darem um último adeus a você, você era uma pessoa muito querida. Como eu não fui me despedir, sempre fiquei com a esperança de que um dia podia te ver novamente e conseguir me despedir de você.
─ Oh filho, aqui estou eu, mas não quero adeus, a gente vai se ver mais. Mas esquece isso, me conta mais desse tal amor ambulante que você falou agora a pouco.
─ Então pai, a minha meta é o amor ambulante, ou seja, o meu objetivo é propagar o amor pelo mundo, espalhar alegria e felicidade para o máximo de pessoas que eu puder. Ser feliz e fazer muitas pessoas felizes, e no final poder partir em paz, sabendo que têm diversas pessoas que gostam de mim, assim como gostam de você. Mas não quero propagar o amor falso, sabe pai, hoje em dia é muito fácil as pessoas dizerem que se amam, mas o difícil é elas realmente agirem e mostrarem esse amor.
─ Quanto orgulho eu sinto filho, mesmo com tão pouco tempo vivido com você, com tão pouco tempo que tive pra te ensinar alguma coisa, ainda bem que você conseguiu seguir um rumo certo, o rumo do bem. Agora pra embaralhar um pouco tua cabeça eu te pergunto, o que é mais difícil, você amar um milhão de pessoas ou um milhão de pessoas amar você?
─ Opa, deixa eu analisar um pouquinho. Hummm. Bem eu acho que é muito mais fácil eu amar um milhão de pessoas, apesar de saber que isso nunca venha a acontecer.
─ É meu filho, é mais fácil sim. E não precisa um milhão de pessoas te amar, basta você amar o máximo de pessoas que puder, basta você saber que pode fazer o bem para o máximo de pessoas que conseguir, basta você saber que pode e deve respeitar a opinião de cada uma delas, dessa forma você já vai amá-las.
─ É sim pai. Sabe uma frase que criei, é assim: "não acredito em nada, por isso respeito tudo", sou um cara bem cético, mas respeitador. Apesar de ter diversas questões a me incomodar, não acho que seja muito provável que elas são respondidas da forma que a maioria das pessoas pensam, no entanto, respeito a opinião e a crença de cada um.
─ É, e devemos viver sempre acreditando em algo, mesmo que esse algo seja nada. Contra qualquer afirmação ou negação, eu prefiro o talvez. Sou, ou era, assim como você, não ficava muito tranqüilo com afirmações ou negações absolutas, prefiro passar o tempo me questionando, duvidando, do que não ter nada pra pensar sobre.
─ Opa, então esse fator é hereditário pai.
─ (Risos) É sim filho!
─ Uma antiga escritora disse uma vez, pai: "morrer é do maior risco, não saberei passar para a morte e pôr o primeiro pé na primeira ausência de mim". Mas afinal, para que serve a morte pai?

Acordei ainda sussurrando as palavras "pai, pai, pai..." e ouvindo aquele bom som da sua risada. Ah, mas que pena, realmente era só um sonho, nem me despedi dele, ele nem respondeu essa minha última pergunta, será que ele aparecerá de novo? Pelo menos depois de tanto tempo eu pude, pela primeira vez que lembro, ter um diálogo com ele, mesmo que num contato onírico. Será que aquela pessoa realmente era meu pai? Será que aquela voz realmente era a sua? Como vou saber, os sonhos sempre deixam essas dúvidas. Ah, mas sonhos são só sonhos! Não importa, esse foi mais do que especial, vai ser lembrado pra sempre, quem sabe venham outros e eu possa descobrir o que mais nós temos em comum...

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Manchetes de jornal

Dança dos técnicos, mesa redonda, derrota frustrante, pose de campeão.
Crise do petróleo, bolsa de valores, alta do dólar, aumento da inflação.
Mudança de temperatura, ressaca da maré, frente fria, chuva de verão.
Atrasos nos horários, caos nos aeroportos, tráfego aéreo, queda de avião.
Fotografias do sol, eclipse da lua, satélite em órbita, estação espacial.
Avanço do sinal, acidente de carro, morte na estrada, lotação no hospital.
Meninos de rua, criança abandonada, pais processados, Código Penal.
Roubo virtual, fraude bancária, conta fantasma, paraíso fiscal.
Indicados ao prêmio, estréia no cinema, venda de ingressos, filas de espera.
Vida de artista, mundo dos famosos, ator que paga mico, atriz que não prospera.
Apresentadora matinal, novela juvenil, programas de humor, emissora que impera.
Festa junina em julho, baile funk na favela, festival de rock, concerto de ópera.
Dinheiro desviado, juiz enganado, deputado calado, senador absolvido.
Horário eleitoral, conversa afiada, discurso sincero, povo iludido.
Confusão na madrugada, balada de rico, briga na rua, mendigo agredido.
Bala perdida, polícia no morro, mulheres com medo, homem ferido.
Plano de carreira, estado de greve, jornada de trabalho, salário atrasado.
Promoção de férias, praias lotadas, assalto à mão armada, turista baleado.
Lei da anistia, tempo de tortura, medo da ditadura, jornal censurado.
Guerra civil, atentado terrorista, chefe de governo, golpe de estado.

(Janderson Oliveira)

Está tudo em todos os jornais: impressos, televisivos, radiofônicos e digitais, é só ler ou ver ou ouvir ou interagir. O mundo é multimídia, as informações também. Mas afinal, de que me interessa tanta notícia? Pra quê eu preciso saber disso tudo aí? É um bombardeio de informações que a gente tem que lidar todo dia...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Espelho quebrado

Nunca sonhei com câmeras ao meu redor,
Nem quero que digam que sou a melhor.
Nunca sonhei sair pelada na revista,
Nem quero algum dia ser artista.
Não sonho em estar nas listas de dez mais,
Nem quero meu rosto estampado nos comerciais.
Não sonho ser nenhuma rainha da passarela,
Nem quero ter meu corpo esculpido como magrela.
Nunca sonharei em estar sempre linda no espelho,
Nem quero aparecer em nenhum aparelho.
Nunca sonharei em ser a garota fantástica,
Nem quero fazer nenhuma cirurgia plástica.
A vida não é apenas uma vitrine para exposição,
Mal sabem que isso tudo é apenas ilusão.
A vida não é apenas quinze minutos de fama,
Amanhã quando acordarem já estarão na lama.
Já estou cansada de tanta falsa idolatria,
Ainda bem que não passei por isso nem um dia.
Já estou velha demais para entrar em roupa justa
E a sabedoria meu rapaz, é o que me custa.

(Janderson Oliveira)

Prefiro o meu "Espelho quebrado" aos modismos de hoje em dia. O teu espelho é diferente do meu, a forma como me vês não é igual a forma como eu me vejo. Que cara é esse que vejo quando olho no espelho? Ele insiste em me olhar. O que ele está escondendo de mim? Até eu mesmo não sei dizer quem ele é. Incrível como de uma única frase a minha cabeça vai criando idéias e mais idéias e de repente surge algo que no começo eu não tava nem sabendo que ia acontecer. Ah, é só mais um modismo...

domingo, 3 de julho de 2011

Faz beicinho

Abre as pernas
Faz beicinho
Deixa o resto com o Jandinho

Abre as pernas
Faz beicinho
Deixa o resto com o Jandinho

Quando chego ao baile funk
Vou ficando boladão
Com as mina piriguete
Balançando o popozão

Abre as pernas
Faz beicinho
Deixa o resto com o Jandinho

Abre as pernas
Faz beicinho
Deixa o resto com o Jandinho

As piriguete gostosinha
Vai mexendo c’a bundinha

(MC Jay / MC Biô)

Já que ninguém faz mais música como antigamente, vamos na new wave. Oh coisa difícil é fazer música atualmente, inclusive precisamos de duas cabeças para compor essa daí. "É muito difícil!"...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Brincando de ser outra pessoa, fingindo não ser ninguém...

Foi um sonho bom que eu não consegui tornar realidade, foi um livro interessante que eu não pude terminar de ler, foi uma criança alegre que eu não vi crescer, foi um vento frio que soprou e eu não me deixei levar. Como tudo e todos nesta vida, eu deixei você passar, mesmo sem ter sido apenas um passatempo para mim. Ou foi você que me deixou passar?
Ah, não me leve assim tão a sério, eu estou completamente bêbada, mesmo sem ter ingerido uma gota. E a única coisa que eu quero nessa vida é poder beijar novamente a sua boca, sentir o sabor do vinho e das uvas, esquecer a amargura dos vinagres, contar todos os nossos segredos e relembrar os nossos milagres. Milagres que tivemos de viver em paz, em harmonia, sem fé, sem agonia.
Quando o excepcional se torna tão banal, perde-se toda a graça. Mas a sua excepcionalidade se foi sem dar notícias, fiquei apenas com minha pobre banalidade. “Não queria te ver assim, quero a tua força como era antes”, a minha força, a nossa força, juntos num mesmo objetivo, mas escapuliu.
Fiquei na sarjeta, sem sonho, sem livro, sem criança, sem vento, sem vinho, sem uvas, sem você, com vinagres, sem segredo, sem milagres, sem paz, sem harmonia, sem fé, sem força, sem você, com agonia.
Mulheres cultas e sérias como eu não deveriam escrever esse tipo de coisa, desprezando-se, humilhando-se, mas fazer o quê, este é meu karma, minha vassalagem, minha escravidão emocional, ter que estar sempre lembrando alguém que nunca mais voltou...

Por Sara Fernandes

"Eu, Robô" ou Quantos gigabytes cabem na minha cabeça?...

O meu jeito nordestino de falar misturado com minha vontade rock n’ roll de gritar dão o tom de um futuro que insiste em não chegar. A idéia de um admirável mundo novo com suas tantas tecnologias me fascina e preocupa ao mesmo tempo. Humanizar robôs, robotizar humanos, aonde chegaremos com isso?
Quantos gigabytes cabem na minha cabeça? E eu entro na minha rede social, onde me balanço sozinho, sem ninguém ao lado para trocar uma idéia, somente avatares de gente que eu nem conheço bem. Quem é você? Quem sou eu? Você é real ou está apenas se fazendo? Personagens de nós mesmos? Brincando de ser outra pessoa, fingindo não ser ninguém.
Nesse canibalismo virtual, eu devoro o Pessoa, eu como pessoas, tudo sem sair de casa, “com a coragem que a distância dá”, com a segurança que a tela proporciona. Vou inverter os valores, destruir os preconceitos, “sentir com inteligência, pensar com emoção”. Só lembro que no final teremos de fazer o oposto, voltar ao normal, desumanizar robôs, desrobotizar humanos, ou então, a vida não será mais real...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dá o tônico (Não preciso de cores)

Dá o tônico, Fontoura!
Não preciso de cores
Pra ver à um palmo do meu nariz.
Não preciso de cores
Pra ver que você não é feliz.
Não preciso de cores
Pra ver o meu caminho.
Não preciso de cores
Pra ver que você segue sozinho.
Dá o tônico, Fontoura!
Não preciso de cores
Pra ver o arco-íris.
Não preciso de cores
Pra ver as suas crises.
Não preciso de cores
Pra ver as luzes da cidade.
Não preciso de cores
Pra ver a sua fragilidade.
Dá o tônico, Fontoura!
Não preciso de cores
Pra ver a beleza das flores.
Não preciso de cores
Pra ver as suas dores.
Não preciso de cores
Pra ver o mundo ao meu redor.
Não preciso de cores
Pra ver que você está na pior.
Dá o tônico, Fontoura!
Não preciso de cores
Pra ver que você não está em paz.
Não preciso de cores
Pra ver que você não foi capaz.
Não preciso de cores
Pra ver um palmo à minha frente.
Não preciso de cores
Pra ver o quanto você mente.

(Janderson Oliveira)

E nem a força do Fontoura ajudou para consertar o mal que está comprovado nestas bolinhas. Mas o mal de Dalton não me faz mal algum, desde sempre eu presumia que havia alguma coisa errada na minha visão...

Paranóia



Quando esqueço a hora de dormir
E de repente chega o amanhecer
Sinto a culpa que eu não sei de que
Pergunto o que que eu fiz?
Meu coração não diz e eu,
Eu sinto medo! Eu sinto medo!

Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Com medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas
Mas eu sinto medo! Eu sinto medo!

Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro
Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre
Sempre, sempre
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu tava sempre com Deus!

Minha mãe me disse há tempo atrás
Onde você for Deus vai atrás
Deus vê sempre tudo que cê faz
Mas eu não via Deus
Achava assombração, mas
Mas eu tinha medo!
Eu tinha medo!

Vacilava sempre a ficar nu lá no chuveiro, com vergonha
Com vergonha de saber que tinha alguém ali comigo
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro

Paranóia

Dedico esta canção:
Para Nóia!
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo

(Raul Seixas)

Mais uma de Raul Seixas. Essa letra me lembra alguma coisa, principalmente de quando eu era criança, como são inocentes as crianças. Hoje não tenho mais medo dessa "Paranóia" que segue a estar somente na cabeça de milhões. Mesmo estando sozinho estou bem, sem vergonha de fazer nada que deve ser feito a sós. Aí lembro de outra música do Raul, "Eu sou egoísta" porque "onde eu tô não há sombra de Deus"...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Insônia esquizofrênica...

Será que isso tudo que eu vivo é verdade ou tudo não passa apenas de esquizofrenia? Quem souber a resposta por favor me diga. Nem John Nash explica esse imenso jogo de quebra-cabeça com várias peças perdidas, "é a vida, é bonita e é bonita". Mas continuo com a mesma pergunta do post de minutos atrás (no entanto, com mais calma), "pra quê?". E se a vida de todos nós for uma grande esquizofrenia? Se ninguém tiver vivendo a realidade? Todos fazendo papéis em um teatro real e sendo observados por um diretor? Um único diretor dirigindo tanta gente e ordenando que cada um faça o que ele quiser? Droga, continuo com tantas perguntas e pra quê? Prefiro terminar por aqui, se não for a esquizofrenia, é a insônia que insiste em me atacar.
(Confesso que esses dois últimos textos não foram na minha completa normalidade, mas afinal, quais foram?)...

Que a terra nos seja leve...

São tantas as perguntas que ficarão sem respostas, ninguém nunca explicará o que significa isso aqui, pra que serve isso tudo? Pra quê? É só passagem, é nada, é só um momento que acabará e o fim será só o fim. Quantas mais lágrimas cairão? Quantas? Cansado de saber que no final nada disso vai comigo, tudo, tudo foi em vão. Como aproveitar? Como? São só perguntas, são só pensamentos, ninguém pra responder, ninguém ao menos para escutar. O desespero chega nessas horas, mas a consciência diz que não adianta desespero, só resta continuar, seguir, ver onde e quando vai acabar. Sucesso, declínio, vitória, derrota, riso, choro, passa tempo, tempo passa, passa vida, vida passa, somos todos passageiros do mesmo trem, trem que não leva a lugar nenhum, quantos já tiveram a mesma chance? Quantos? E quais deles voltaram para esclarecer tantas dúvidas? Nenhum. Os que dizem terem voltado são apenas mentirosos, os que acreditam não passam de tolos, hipócritas que têm medo de encarar a realidade, a realidade do fim, do final, the end, do acabou, do que não haverá coisas bonitas para nos alegrar, do que foi tudo ilusão, uma imensa ilusão. Tolo sou eu que sigo tentando buscar explicações para esse existencialismo inexplicável, enquanto lá fora todos vivem suas vidas sem se importar com tudo isso que só nasce na minha cabeça. Observo toda uma cidade da fria janela do meu apartamento e quantos estão preocupados comigo? Logo eu que procuro ser tão prestativo com todos, não adianta querer abraçar o mundo todo, sempre alguém vai ter que perder, que sofrer, que chorar, mesmo que esse alguém seja eu. Pra que passar por tantas coisas se nada vai comigo? Se não vou deixar nada pra ninguém? Desespero, desabafo, loucura, insanidade? Nada disso, apenas pensamentos sinceros e racionais. Onde encontrar força pra continuar até o fim? Fim para todos, que a terra nos seja leve...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Muito prazer, meu nome é Sara!...

Contemplo o tempo que corre no relógio parado na parede, lamentavelmente lembro dos lamentos de outrora e agora viajo nos advérbios de Belchior, onde presentemente o passado me pertence, pós-modernamente eu pergunto ao passarinho black bird que me responde “o passado nunca mais”, revolucionariamente eu tento fugir dos meus próprios pensamentos nostálgicos.
Tento fugir, mas não consigo esquecer dos momentos que passei ao lado do meu homem, ou melhor, do meu menino. Já se passaram vários dias e várias noites, sem nada de notícias dele. Tento buscar explicação em pensamentos ilógicos e em bebidas amargas que ardem na minha boca, "pensando bobagens, bebendo besteiras", sem ninguém ao lado para conversar, sem novidades para contar, sem datas para comemorar, sem risos para sorrir.
No horizonte o sol se põe, “here comes the sun”, lá vem o sol, lá vai o sol e nesse ciclo vicioso não está nada bem comigo, pois ele não vem para o meu lado, talvez nunca mais. Come back my little darling, “it feels like years since it's been here”. “Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais”, é horrível saber que esse é mais um pôr-do-sol sem meu sol ao lado para me iluminar. Trevas para sempre?
E aqui nessa cidade, entre a serra e o rio, entre o céu e a terra, “há muito mais coisas do que supõe nossa vã filosofia”, mas de que me adianta tanta coisa se eu perdi o que mais quero, você. Me pego a imaginar como os mesmos acontecimentos podem marcar para sempre a vida de uma pessoa e serem totalmente insignificantes para outra, “é impossível repetir o que só acontece uma vez”. Quanta falta de sentimento no coração das pessoas que nos deixam para trás, mas sei lá, “todos têm suas próprias razões”.
É muita decepção para uma única pessoa, meu coração já calejado e nem tão jovem assim segue a te esperar meu querido, ainda busco teu “coração de menino cheio de esperança”, mas não sei até quando vou aguentar viver esse presente que está completamente preso a um passado que foi tão maravilhoso.
E para aqueles que não me conhecem e não entendem os meus vãos motivos de choramingar por um homem, muito prazer, meu nome é Sara! Uma princesa sem seu príncipe, uma amante sem seu amor...

Por Sara Fernandes

sábado, 21 de maio de 2011

E o mundo não se acabou




Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disto a minha gente lá em casa começou a rezar
Até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disto nesta noite lá no morro não se fez batucada

Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar
Beijei a boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiô
E o tal do mundo não se acabou

Peguei um gajo com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
Gastei com ele mais de quinhentão
Agora soube que o gajo anda
Dizendo coisa que não se passou
Ih, vai ter barulho e vai ter confusão
Porque o mundo não se acabou

(Assis Valente)

Em meio a tantas falsas profecias um compositor baiano do início do século passado, Assis Valente, já cantava a todos que isso não passa de "conversa mole". "E o mundo não se acabou" já foi cantado por Carmem Miranda, relançado por Adriana Calcanhotto após o não-fim do mundo de 2000 e mas recentemente foi gravado por Paula Toller, com uma roupagem mais moderna. E mais uma vez o mundo não se acabou, mas a gente segue a acabar com ele...

sábado, 14 de maio de 2011

Adeus sábado sombrio...

Diante da “palavra hotel escrita em neon” eu vejo mais uma noite que cai do quarto andar de um prédio ubicado em uma cidade que eu nem sei o nome. Corre o vento, correm os carros e posso perceber os passos de pessoas que passam pelas praças despovoadas, são inúmeras as praças desta cidade que ainda não sei o nome, praças vazias no clarão da noite de lua cheia. É só mais uma noite em um lugar distante, distante de tudo e de todos aqueles que fazem parte da minha história, essa é a minha nova história, onde nós vamos sair vencedores. E o verbo ir conjugado na última afirmação me lembra um presente com sentido de futuro e com a cara do passado, presente vivido, futuro esperado, passado recordado. A noite passa e posso sentir o aroma de flores vindas de um lugar distante e que amanhecerão mortas sob o sol desta cidade que sigo sem saber o nome, isso me lembra um antigo personagem que se pergunta: “Quem é que quer flores depois de morto? Ninguém.”, ainda mais estas flores também estando mortas. Da janela sinto o vento frio vindo de uma serra localizada nas proximidades desta cidade que ainda não descobri o nome ou será o vento vindo do rio que corre no meio da mesma cidade? Já respirei do ar daquela serra, já bebi da água daquele rio, deve ser isso que me fez sentir vontade de permanecer nesta cidade que não consigo lembrar o nome. Noite medonha que está apenas começando, noite escura onde todos dormem e eu acordo, noite sinistra que me invade de vozes e sons delirantes, noite sombria com suas sombras a me perseguirem. Enfim saio da janela e descubro no anúncio de televisão o nome da tal cidade, é aquela velha cidade com tantos templos e praças, velha cidade que nos deu um ilustre filho que canta “um preto, um pobre, uma estudante, uma mulher sozinha, blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais, garotas dentro da noite, revólver: cheira cachorro, os humilhados do parque com os seus jornais” e isso tudo me interessa mais, no entanto, me faz chegar a conclusão de que sou só na solidão de Sobral sob um sábado sombrio. Adeus sábado sombrio, nestes últimos minutos que te restam eu me retiro para meu descanso notívago, eu me despeço em nome do céu, da terra, da noite e do dia que amanhã virá, adeus...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Pra ela...

No ônibus, na viagem, na mochila, no violão, levo a lembrança, a recordação. Minha cabeça, minha loucura, minha caneta, meu papel, escrevo o poema, o cordel. Deixei o meu amor quatro horas e meia para trás, segui em frente e aprendi que errei ainda mais. Pensei que estava feita minha alegria, mas nessa vida ninguém sabe do que é capaz. Descobri em minha eterna vã filosofia que não se pode deixar um amor assim para trás. Nem nas capas das revistas, nem nos anúncios dos jornais, nem nas telas dos cinemas, nem nos horóscopos semanais, não encontrei nada igual em nenhum desses locais. Procurei em tantos cantos, procurei em tantos contos. Passei por tantos prantos, passeei por tantos pontos. Procurei em tantos casos, procurei em tantas casas. Passei por tantos lares, passeei por tantos mares. Nada me fascinou mais do que os olhos de minha menina, são dois “olhos negros, cruéis, tentadores” como dizem os compositores. E as gotas de água que caem dos meus olhos se misturam às lágrimas de chuva que caem lá fora, ao mesmo tempo, no mesmo instante, em uníssono. Desculpa se às vezes eu faço parecer que eu esqueço que eu te amo, mas é porque é tudo novo, é vida nova e me deixo levar pela beleza da vida. Desculpa meu egocentrismo exacerbado que só você conhece, é que fico encantado como pode haver tanta idolatria em tamanha simplicidade, não sei se isso é vício ou virtude. Só não esqueça que essa coisa chamada amor é bem menor do que o sentimento que a gente sente, pois amar todo mundo ama, todo mundo se ama, só a gente tem o nosso próprio sentimento, nosso próprio cantinho, nossa própria casa. E nem as quatro horas e meia de viagem, nem as lágrimas de saudade, nem o meu egocentrismo exacerbado haverão de nos vencer...

domingo, 8 de maio de 2011

Teoria da conspiração

Osama escondido no Morro do Alemão,
Obama fugindo pras colinas no Japão.
Bush perdido nas montanhas do Afeganistão,
Saddam descansando nos lençóis do Maranhão.

Estados Unidos comandam tudo com empolgação,
Alemanha ficou feliz com a divisão.
Cuba há muito tempo clama por libertação,
Palestina esqueceu tanta humilhação.

Comunismo comungado com nenhuma comunhão,
Fidel abandonado pela sua embarcação.
Stalin nunca matou por inanição,
Os soviéticos sempre tiveram a sua União.

Verdade absoluta num livro de ficção,
Lágrimas caindo num filme de ação.
Balas perdidas atingem o coração,
Pessoas nascendo na próxima estação.

Cristo de volta após a ressurreição,
Confiança total na religião.
Mendigo oferecendo pedaço de pão,
Políticos sinceros na televisão.

Brasil ocupando a primeira posição,
O povo unido pela educação.
Chuva castigando a aridez do sertão,
Rio transbordando não causa inundação.

Luiz está vivo lá pros lados do Sudão,
Raul já virou o novo rei do baião.
Jackson toca guitarra com distorção,
Sivuca foi à feira comprar seu violão.

Vovó cansada de tanta oração,
Vovô desesperado com tanto sermão.
Mamãe desistindo da liquidação,
Papai voltou pra dar a sua bênção.

Não, não é mentira, eu tenho razão,
Está tudo gravado na minha conspiração.
Não, não há segredo, tudo tem explicação,
Nas palavras precisas da minha conspiração.

(Janderson Oliveira)


Minha "Teoria da conspiração" é mais uma dessas idéias surgidas nas diversas viagens entre as cidades de Sobral/Fortaleza do meu Ceará e também nas diversas viagens entre o hesmifério direito/córtex pré-frontal do meu cérebro. Pra não perder as idéias, tratei de escrevê-las todas nos rascunhos de mensagem do meu celular e só depois tratei de organizar melhor e dar uns retoques finais, deu nisso aí logo acima. "Uma mentira repetida até virar verdade", "as mentiras da arte", "a verdade a ver navios"...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

4 grandes


Freddie Mercury
Bob Dylan
Frank Sinatra
Jimi Hendrix

Freddie me cure
Bob diga-me
Frank se mata
Jimi renda-se

Freddie me cure da solidão
Bob diga-me o que eu faço
Frank se mata à meia noite
Jimi renda-se a essa zorra toda

quinta-feira, 14 de abril de 2011

“I want you so bad”...

This night isn’t a good night because I’m so far away for you and I miss you a lot. Or honey, you don’t know how “I want you so bad”, but I made many mistakes and all my dreams were missed, then I want to find them again in your kisses.
What I feel is more than love, is more than passion, it’s an inexplicable feeling that to burn in the bottom of the lovers’ heart. My loneliness and my sadness bore me a lot and I don’t know what to do, I close my eyes and I think about our great moments, but you don’t know how I’m so bad.
Now our worlds are different, our lives are other, our ways are changed, but I can wait for days, months or years and in the end we are going to be together like ever, forever…

sábado, 9 de abril de 2011

Sob vários pontos de mim...

Eu...
sou eu mesmo, mas apenas metade de mim, o lógico, o coerente, o natural, o racional...

Meu eu-lírico...
é minha outra metade, o oposto, o criativo, o passional, o indecifrável...

Como as pessoas me veem...
de forma embaraçada, muitos me conhecem, poucos sabem quem eu sou...

Como uma certa pessoa me vê...
sou eu mesmo, mas com um pouco mais de brilho, "ela me faz tão bem"...

Como me vejo depois dela...
de uma nova forma, diferente, reciclada, sob outro ponto de vista...

Como meu filhos me verão...sou eu mesmo, mas um pouco mais desgastado...

E toda essa ideia não partiu do meu eu-lírico e muito menos de mim mesmo, mas foi tudo pensado e criado por ela, AnaBea, a "Menina que cresceu, virou mulher, mas não perdeu a meninice". O tempo passará, nós hemos de mudar, mas o nosso amor para sempre ficará...