"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

segunda-feira, 30 de março de 2009

"A cidade não pára, a cidade só cresce"...

Bela Fortaleza bela. Continuo aqui, agora pra falar do crescimento descontrolado dessa cidade que se transformou numa grande metrópole brasileira. Eu adoro essa cidade, a minha cidade, tão linda, mas que a cada dia vai enfrentando mais problemas de crescimento e de poluição.
Na minha visão, Fortaleza, nos últimos 5 anos, literalmente inchou. Isso mesmo, inchou. É só reparar na quantidade de carros que estão circulando nas nossas ruas. Cara, tá virando coisa de outro mundo, outro mundo não, outras cidades. Num tá assim um tráfego terrível como São Paulo, mas se não cuidarmos talvez chegue lá.
O número de engarrafamentos aumentou, todo santo dia das 6h da manhã até por volta das 8h30min, e de 18h às 20h, o trânsito tá um caos. Só pra vocês terem uma idéia, antes pra mim chegar na aula do CEFET, que fica no bairro do Benfica que é vizinho ao meu, o ônibus demorava cerca de 5 minutos. Mas agora pra chegar na faculdade, que fica no mesmo bairro, a jornada chega a cerca de 15 minutos. E nos dias de chuva, basta dá aquela chuvinha característica de 1º semestre nas manhãs de Fortaleza que fica tudo alagado. Quem precisa se deslocar de automóvel para a aula, o trabalho, a reunião, pode ter certeza que vai se atrasar pelo menos uma meia horinha.
"A cidade não pára, a cidade só cresce", e nesse ritmo de crescimento a poluição também vai aumentando. É muito a quantidade de lixo que tem nas nossas ruas cara, é só reparar agora ao seu redor quando estiver numa parada de ônibus, veja só a quantidade de lixo no chão. Muitas vezes acho que é a própria falta de educação das pessoas daqui e num é à toa que a EMLURB (Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização) afirmou que todo dia tira 17 toneladas de lixo dos nosso bueiros, assim é de lascar né galera? Cara, o que custa comer, nem que seja um bombomzinho e jogar o papel no lixo? Há muito eu aprendi a não jogar mais lixo nas ruas, quando num tem lixeira, guardo o papel no bolso e só jogo fora quando vejo uma, mas vejo cada barbaridade por aí, sei não viu.
Fortaleza, terra da LUZ, linda cidade, cresceu, e se não tomarmos cuidado a situação só tende a piorar. Faço a minha parte, ainda que modestamente, mas se cada um dos habitantes desta cidade se conscientizarem de fazer um pouquinho por ela, teremos para sempre uma cidade conservada e sempre bela. Caso contrário a LUZ da cidade pode apagar por falta de preservação dos seus bens...

Versando sobre educação...

Lendo sobre a história da educação no Ceará para a escrita de minha monografia e viajando nos pensamentos e ideais da época do Império, cheguei a conclusão que a educação de hoje apresenta muitas similaridades com a daquele tempo.
A educação no Império era uma porcaria e ainda hoje ela vive numa agonia. Na Constituição de 1824 foi previsto que todo o ensino primário (Ensino de Primeiras Letras) será gratuito para todos. Beleza, um passo a frente na nossa educação, mas com a abertura de diversas escolas, todo e qualquer cidadão podia ensinar a ler e escrever.
Havia o ensino primário para as crianças, mas, pelo menos no Ceará, até o ano de 1884 não existia nenhum estabelecimento de ensino que formasse professores para lecionar na educação básica. A primeira escola criada para este fim foi a Escola Normal do Ceará (escola escolhida para eu estudar e falar da história das suas aulas de Educação Física), grande celeiro de formação, principalmente, de professoras. Mas aí é que tá, mesmo com esse avanço na nossa educação, ainda permaneciam os problemas, e muitos problemas.
Nos livros que estou lendo, escritos pela professora Ercília Braga (professora do curso de Pedagogia e pós-graduação da UFC, e talvez, quem sabe, minha orientadora na monografia) intitulados "Tinta, papel e palmatória: A escola no Ceará do século XIX" e "Formação Integral do Educando no Tempo da Escola Normal" que versam sobre o tema, existem muitos documentos (cartas, jornais, regulamentos) que comprovam as dificuldades da educação cearense daquela época.
Vale ressaltar que os principais favorecidos com a abertura da Escola Normal foram os filhos e, principalmente, as filhas da elite e das famílias mais influentes do estado, ou seja, esta educação não era pro povão. Coisa não muito diferente acontece ainda hoje, onde os principais acessos à educação superior vêm dessa elite.
Um grande problema que persiste até hoje é a pouca remuneração dada aos nossos professores, heróis que tratam de formar nosso povo, continuam tendo o seu trabalho desvalorizado atualmente.
Tanto naquela época como hoje continuam a faltar os materiais didáticos adequados e os próprios móveis das escolas, isso continua muito presente nesse Brasilzão afora, principalmente nas cidades interioranas mais afastadas, é só ver quase que diariamente nos jornais o descaso que ocorre em muitas escolas.
Outra coisa que vale ser lembrada é da "importação" de métodos de ensino, naquele tempo os nossos intelectuais iam estudar fora e traziam prontinhos as novas técnicas de ensino para serem aplicadas nas nossas escolas, sem ao menos verificarem se elas seriam adequadas ou não para a realidade daqui. Até hoje a metodologia que guia o ensino das escolas brasileiras, que são os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), também foram "importados" da Espanha. Os PCNs chegam a ser contraditórios, já que procura padronizar o ensino nacional, mas ao mesmo tempo dando brecha para as escolas agirem de acordo com suas necessidades, comé que pode isso? O próprio co-autor do capítulo sobre Temas Transversais dos PCNs, Yves de La Taille, afirma que os PCNs: "é uma proposta sofisticada que não se transformou em realidade."
Isso tudo é só pra chegar na relação ainda muito existente entre nossa educação do passado e a atual e pra gente perceber que a nossa educação continua atrasada em termos de valorização do nosso ensino. Muitas atitudes, digamos, revolucionárias e aceitáveis nas escolas estão aí para modificar esse quadro, mas muitas delas passam por chacotas por serem consideradas muito utópicas. Mas qual grande mudança não começou com uma utopia?...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Além da dualidade

Mente sã
Em corpo são,
Escrito em sânscrito.
O que já foi escrito
Volta à tona,
As teorias na lona.
Positivo não é quântico,
Barroco não é romântico.
Todo não é parte,
Ciência não é arte.
Além da dualidade,
Tudo e nada viram complexidade.
Além da dualidade,
Amor e ódio viram cara metade.
Várias variáveis,
Idéias questionáveis.
Sabemos o que somos,
Mas não o que podemos ser.
Sai desse labirinto,
Adentra outro recinto.
Sai desse cativeiro,
Seja integral, íntegro, inteiro.

(Janderson Oliveira)

Poesia fresquinha, acabando de sair do forno da minha cabeça. Nos últimos dias lendo muito sobre tipos de conhecimento e suas diversas teorias, saiu isso aí. Não interessa em que você acredita, apenas acredite, ou não acredite em nada...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Que papo é esse?



Eu vou cantar
Sussurrar no teu ouvido
Uma loa de maracatu
Que é pra tu se admirar
Oi mulher
Que papo é esse?
O que é que há?
Oi mulher
Canta comigo balança
Se entrar na dança não pode parar
Senta a mão
A tinta vai descascar
Sai do chão
Poeira vai levantar
Senta a mão
A tinta vai descascar
Romã, romã, mandou mandar
Eu vou mandar você bater na lata
Pra tirar o som
Pra tirar o som você vai bater na lata
É massa bater na lata
A lata que se amassa
A massa que se agita
A gente grita:
- Ela é bonita
Com seu "vuco-vuco" ligeiro e medonho
Lá vai Zefinha e Antônio
Debaixo daquele capucho
Voltou Zefinha com um bucho
Pra mais um
Tonho chegar
Na lata de Pajeú
Fez seu primeiro tambor
A loa que ele soprou
Eu vou agora sussurar
Oi mulher
Que papo é esse?
O que é que há?
Oi mulher
Canta comigo balança
Se entrar na dança não pode parar

(Orlângelo Leal)

É do Siará, é nosso. Grande banda daqui do nosso estado que tira um som muito bom e contagiante. Poesia, teatro, dança e música, tudo junto e bem humorado, isso é Dona Zefinha. O vídeo é da música "Que papo é esse?", música da Dona Zefinha com participação especial da Banda de Lata de Todas as Cores...

segunda-feira, 23 de março de 2009

EGO-centrismo...

Eu estou aqui para ser visto e ouvido. Não me interessa ficar do lado de fora, eu tenho que estar no centro. As luzes são aqui oh, em mim, o escuro não me agrada, pois ele me cega. "Às vezes acho que o centro do universo tá no meu umbigo." Olhe que isso não é pretensão, só quero que olhem para mim. Não apenas 15 minutos de fama, mas o tempo todo, este é o meu tempo. Me desculpem se o meu ego está inflado, mas ele está necessitado. No centro, no meio de tudo só eu. "Acho que alguém aqui pirou, eu ando desconfiado que esse cara sou eu."
Inda bem que num sou assim oh, acho que era tudo engano, insano...

segunda-feira, 16 de março de 2009

A educação física e as mídias...

Um novo fator que está relacionado com a cultura corporal do movimento contemporânea são as mídias. Estas estão passando, cada vez mais, para as novas gerações, conteúdos que contemplam o esporte espetáculo, o que torna as crianças e adolescentes mais telespectadores do que propriamente participantes dos esportes em geral.
Cabe à educação física escolar uma nova competência pedagógica, que é a de contribuir para a formação crítica, inteligente e sensível dos seus alunos frente às produções realizadas pela mídia no âmbito da cultura corporal do movimento. Ou seja, cabe a nós professores de educação física garantirmos o acesso das crianças e jovens às mídias, porém passando uma visão crítica da realidade sobre aquilo que eles estão consumindo dos meios de comunicação.
Não cabe falar em educação nas mídias e com as mídias quando se trata a educação física escolar em apenas duas óticas: compensatória/terapêutica ou esportivização. No primeiro caso a educação física teria como objetivo a saúde e o estilo de vida ativo dos praticantes e no segundo caso a educação física é vista como base para formação de atletas.
Desta maneira a educação física escolar então tende a extinguir-se, pois esta não conseguiria concorrer com clubes e academias que tratam de melhorar a qualidade de vida das pessoas e, portanto, não caberia falar de uma educação física compensatória/terapêutica na escola. Quando se fala na esportivização, é óbvio que a educação física escolar apontaria para um retrocesso, já que esta já havia superado a unanimidade do esporte de rendimento nas suas aulas.
A incorporação da televisão e de vídeos ao ensino da educação física pode até trazer muitas vantagens para o aprendizado dos alunos, bastaria o professor utilizar a perspectiva da vivência/conhecimento/reflexão. No entanto, haveria a dificuldade em localizar e obter vídeos adequados, pois as matérias midiáticas que contemplem uma reflexão sobre a educação física são poucos presentes na TV aberta.
Esta proposta de utilizar a TV e vídeos nas aulas de educação física seria algo inovador e bem interessante, pois ao mesmo tempo em que estaríamos dando "um tempo" na prática, teríamos a capacidade de trabalhar os diversos outros temas que abrangem o conteúdo da educação física. Creio que também seria menos cansativo para os alunos do que assitirem somente à aulas expositivas, dessa maneira, visualizando o conteúdo através de imagens de TV, acho que seja mais atraente para eles. O único problema para essa metodologia nas aulas de educação física é realmente a falta de material que contemple os conteúdos a serem trabalhados.
Texto adaptado de resumo escrito para a disciplina de Educação Física no Ensino Fundamental e Médio do Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Ceará...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Diferente, não é igual?...

"Todos iguais e tão desiguais, mas uns mais iguais que os outros...", "O que faz as pessoas parecerem tão iguais? O que fazem as pessoas para serem tão iguais?...". Nesse mundo de modismo e padronização de tudo, cada vez mais a moda é ficar todo mundo igual. Igual no estilo de se vestir, no jeito de falar, no estilo de cabelo. Se tem que imitar a novela da Globo, todo mundo vai e imita, se tem que virar "emo", todo mundo vai lá e vira, se tem que dançar o CREU, todo mundo vai e dança.
Pô, cada um faz da sua vida o que quiser, mas num precisa ser marionete que só vai sendo comandado por um poder maior. Esse poder, talvez o quarto poder, pode ser a mídia, manda e desmanda onde e em quem quiser. Pô galera, vamos ser mais críticos na hora de escolher nossos modos de se apresentar, pra que seguir a mesma linha de todos? O pior, é que quando a pessoa quer fazer algo diferente do "normal", do igual, ela acaba sendo tachada de anormal, de diferente, é isso que lasca.
Mais uma vez volto as palavras de Bob Marley: "Enquanto vocês riem de mim por eu ser diferente, eu rio de vocês por serem todos iguais." Nesse mundo de desigualdades sociais e igualdades supérfluas, eu só quero mesmo uma igualdade. A igualdade de direito para todos, inclusive para aqueles ditos "diferentes"...

sexta-feira, 6 de março de 2009

Era tudo mentira...

De todas as palavras mencionadas, faladas, expressas, escritas por esta pessoa que vos fala, esqueça, pois era tudo mentira. Todas as palavras ditas sobre o amor, sobre a felicidade, sobre a alegria, todas não passavam de meras bobagens a serem ditas para impressionar. De todas as críticas postas, os versos de justiça, as frases contra o sistema, tudo não passava de mentira, era tudo dito para querer esconder o meu verdadeiro caráter.
Os sonhos de mudança social, a guerra contra o preconceito, a tentativa de igualdade, a busca por uma educação melhor, o respeito entre as religiões, a esperança em ver o homem como um ser melhor, a crítica contra a mídia, a descrença no dinheiro, a expectativa de encontrar a verdade, o ideal do amor, o combate à destruição da natureza, as palavras contra os políticos, a sede de esperança, esqueça tudo isso, era tudo mentira.
Todas essas idéias propostas, faladas, comentadas não passavam de farsa para esconder a minha realidade, a minha verdadeira visão de mundo. Esqueça os beijos e abraços, os desejos de paz e amor, as palavras doces para acalentar, tudo que eu queria era dizer o oposto disso tudo e só agora tenho coragem para revelar isso. Esse carinha que diz gostar de carinho, só quer ver o mal para os outros. Essa pessoa que se faz de amigo, não passa de ser o seu primeiro inimigo.
Esqueça tudo que foi falado ou escrito por mim até hoje, pois era tudo mentira...