"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Indignação...



CiDITADOR, respeite o professor! Voltamos ao tempo da ditadura em que as pessoas apanhavam pra garantir seus direitos? Chegamos no limite da sanidade, senhor governador? Professores têm que apanhar pra garantir seus direitos? Indignação é o mínimo que se pode ter após assistir cenas como estas contra nossos companheiros de classe. Mais indignação ainda é saber que os responsáveis por tal violência nada mais são do que funcionários públicos do estado do Ceará, ou seja, são funcionários do estado agredindo funcionários do estado, todos sofrendo sob as mesmas mãos pesadas e injustas de nosso governador. Falando nele, onde estava nosso governador nessa hora? Observando tudo do alto do seu trono? E nossos deputados que ainda aceitaram a proposta que divide a classe de professores? Só lembro que os políticos passam, mas a história fica aí para ser contada para sempre. Enfim, poucas palavras, as imagens nesse caso valem muito mais do que mil palavras. Dia 29 de setembro de 2011, um dia que já entrou para a história da luta trabalhista pela educação no estado do Ceará...

sábado, 17 de setembro de 2011

Caras...


Caras. Quem são estas caras? Quem são estes caras? De quem são estas caras? De quem são estes caras? De quem são as caras destes caras? Ora, as caras destes caras são destes caras, minha cara. As caras no espelho. Os caras do espelho. Os caras do espaço. As caras no espaço. Se as caras fossem todas iguais. Se eu fosse um cara diferente. A cara e a coragem. A cara e o coração. Os caras sem coragem. Os caras sem coração. De cara com o inimigo. O inimigo é o cara. Do cara sou amigo. A amizade é cara. Dar a cara à tapa. Dar uma tapa no cara. Dar uma tapa na cara do cara. De cara a cara com estas caras. De cara a cara com estes caras. Encara as caras destes caras, minha cara...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Madrugada alada...


Na madrugada alada que me leva para um lugar bem distante do senso comum. Na madrugada alada, na calada da noite, nas vozes da cidade, no silêncio total, alço vôo, vou pra cima, pro alto, muito além de qualquer céu, muito acima de qualquer estrela eu me encontro com meus delírios, meus espasmos, meus deslizes, minhas alucinações, minhas ilusões, minhas angústias, meu sentimento, minha insônia.
Longe do senso comum eu me sinto como na conquista do espaço, “lá do alto deve ser esquisito, aqui de cima até que é normal, minha cabeça pesa quase dois quilos, meu corpo flutua, peso nenhum”. Longe de qualquer pessoa eu me sinto como nos filmes de guerra e nas canções de amor, “preciso beber qualquer coisa, não me lembre que eu não bebo, o que só nós dois sabemos, nós sabemos que é segredo”.
Falando em nosso segredo, eu lembro que lá embaixo eu a deixei, mas isso não pode, ela precisa vir comigo, pois “você vai comigo aonde eu for, você vai bem se vem comigo, serei teu amigo e teu bem, fica bem, mas fica só comigo”. Nossa história não pode ficar perdida em algum lugar entre o era uma vez e o nunca mais. Acorda vai, vem passear comigo em algum lugar que não sabemos onde fica.
Sei que ninguém me entende, nem eu mesmo, é que “tenho muito mais dúvidas do que certezas” porque sigo o filósofo que lembra que “a dúvida é o preço da pureza”. É que eu faço tudo ao contrário para não demonstrar que eu estou certo, pois sei que estou sempre com a certeza mesmo demonstrando a dúvida. Digo talvez porque tenho medo de dizer não, mas se realmente fosse preciso eu diria sim. Ah dúvida! “Sem dúvida a dúvida é um fato”.
O senso comum nos leva a fazer tudo igual ao que todos fazem, “iguais aos poucos que ainda andam, iguais a tantos que andam loucos, iguais a loucos que ainda andam, iguais a santos que andam loucos de satisfação”. Não quero isso para mim, muito menos pra você, vamos fugir disso, vamos construir nosso próprio mundo, totalmente insano, deixar a madrugada nos levar céu adentro, mundo afora.
E se eu cito palavras alheias, é pela total falta de criatividade para tirar palavras bonitas dessa cabeça que anda meio louca. E se eu digito palavras virtuais, é pela total falta de estrutura para redigir à livre punho. Mas, afinal, pra quê tantas palavras? Elas servem apenas para complicar. Pena que sentimentos compliquem ainda mais.
“Quinze pras duas”, “duas e meia”, “já passa das três”, acorda vai, vamos em boa hora fazer parte da minha loucura, seguir viagem nessa madrugada alada, deixar ela nos levar para bem distante do comum, do igual, do racional, do concreto, do asfalto.
“Eu voava alto porque tinha um grande par de asas, até que um dia caí”...

Os anjos caídos (ou A construção do caos)



Os homens são anjos caídos que Deus mandou para Terra
Porque botaram defeito na criação do mundo.
Aqui, começaram a inventar coisas, a imitar Deus.
E Deus ficou zangado, mandou muita chuva e muito fogo.
Eu vi de perto a sua raiva sacra, pois foram sete dias de trabalho intenso.
Eu vi de perto, quando chegava uma noite escura.
Só meu candeeiro é quem velava o Seu sono santo.
Santo que é Seu nome e Seu sorriso raro,
Eu voava alto porque tinha um grande par de asas
Até que um dia caí.
E aqui estou nesse terreiro de samba,
Ouvindo o trabalho do Céu.
E aqui estou nesse terreiro de guerra,
Ouvindo o batalha do Céu.
Nesse terreiro de anjos caídos.
Cá na Terra trabalho é todo dia,
Levantar, quebrar parede,
Matar fome matar a sede,
Carregar na cabeça uma bacia
E esse fogo que a Sua boca envia
Pra nossa criação.
Deus,
Esse terreiro de anjos,
Esse errar que é sem fim,
Essa paixão tão gigante,
Esse amor que é só Seu,
Esperando Você chegar.
Os homens aprenderam com Deus a criar
E foi com os homens que Deus aprendeu a amar.

(Lirinha)

"Os anjos caídos" é uma música de uma banda chamada Cordel do Fogo Encantado, de Arcoverde/PE, que infelizmente findou em 2010. Essa música é tema do filme "Deus é brasileiro" e no vídeo é interpretada espetacularmente pelo grande poeta Lirinha...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Apenas jogo!... ou O meu time sou eu...

Não jogo pelo ouro, pela prata nem pelo bronze, apenas jogo! No meu time não jogam onze, nem sete, muito menos cinco, somos apenas um, o meu time sou eu, quem joga o jogo sou eu, apenas jogo! Não quero saber de jogar bonito ou feio, ganhar ou perder, só quero jogar, apenas jogo! Sem mandingas ou superstições, preces nem orações antes de entrar em campo, tanto faz se entro com o pé direito ou o esquerdo, eu tenho que jogar é com o corpo todo, apenas jogo! Não me importa a posição na qual devo jogar, no ataque ou na defesa, driblando ou marcando, apenas jogo! Nesse jogo o placar é o de menos, gols a favor, gols contra, gols feitos, gols perdidos, o certo é que aprenderei com todos eles, apenas jogo! Não me satisfazem os risos do campeão e muito menos as lágrimas do perdedor, prefiro a indiferença do empate, apenas jogo! Não preciso de câmeras pegando todos os detalhes do meu jogo e nem de torcida gritando pelo meu nome, não jogo defendendo camisa alguma, apenas jogo! Sou eu o dono da bola e faço questão de ser, mas não me interessa saber para qual lado devo chutá-la, chuto a bola, jogo a vida, apenas jogo! Jogo a vida, logo existo, apenas jogo! Mas o que é a vida senão infinitos jogos que jamais serão vencidos, no entanto, não desisto e sigo jogando, apenas jogo! E nesse jogo eu me acerto mesmo nos meus erros, nas quatro linhas de qualquer campo, entre as linhas do meu texto, nas entrelinhas do meu coração, apenas jogo!...