"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

sábado, 25 de julho de 2009

Escutando o silêncio...

E esse silêncio que estoura os meus ouvidos? É o silêncio noturno que me assombra toda noite. Zumbi, zumbizado, zumbizando. Todos os sons, todas as vozes, todas as palavras invadem minha mente. É só o som do silêncio que me ataca em todo sono. Silêncio da insônia, insônia do barulho, barulho do silêncio. Quanto mais silêncio, mais eu ouço. Lá longe, aqui perto, lá fora, aqui dentro. O som do silêncio está em todo lugar, ele me persegue toda noite, a noite toda. Psiu! Silêncio para escutá-lo...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Esta noite eu tive um sonho...

Esta noite eu tive um sonho. No sonho não havia fronteiras de tempo e nem de espaço, você podia viajar por onde quisesse e conhecer quem você quisesse. Você poderia ir até o mais remoto dos tempos, conhecer as pessoas que fizeram a história da humanidade, os acontecimentos ditos mais importantes e você também poderia viajar pra frente, conhecer o que ainda virá, o que será disso aqui tudo. O mais legal era que você podia estar em vários lugares ao mesmo tempo, estar com várias pessoas ao mesmo tempo, e depois, você lembraria de tudo aquilo que você presenciou, que você viveu.
Você lembraria de ter caçado com os primitivos, de ter visto a beleza de Eva, de ter visto os dinos, de ter conversado com Sócrates, de ter dado um passei pelo Nilo, de ter dado um beijo em Cleópatra, de ter dado a sua opinião na Ágora, de ter ido à Antiga Roma, de ter visitado as mais belas paisagens de Norte a Sul e de Leste a Oeste, de ter ido à Índia e à China, de ter cumprimentado Jesus Cristo, de ter tirado um papo com Rousseau, de ter descoberto o Brasil antes dos europeus, de ter presenciado os discursos no Parlamento, de ter trabalhado com os escravos, de ter falado pro Freud: “Você foi um dos grandes” , de ter abusado dos militares, de ter tocado com Raul, de ter proseado com Gessinger, de ter dito a verdade em Brasília, de ter conhecido meu filho amanhã, de ter lido o teu próprio livro, de ter descoberto que você já é avô, de ter ido à Marte antes da NASA, de ter ajudado a evitar a 3ª Guerra Mundial, de ter procurado velhos companheiros, de ter amado a mesma mulher de 50 anos atrás, de ter visto você mesmo quando tinha apenas 5 anos.
Mas disso tudo, nada é importante. O mais importante do sonho era que você poderia estar mais próximo das pessoas que você realmente ama. Você poderia estar ao mesmo tempo com várias pessoas, mesmo elas estando sozinhas e elas não podiam te ver. Você era capaz de guiar os passos delas, mostrar o caminho certo a seguir, o caminho do bem. Você só levaria as pessoas para o bem, pois não havia vez para se ter ódio, se ter raiva, querer o mal dos outros. No sonho você era um espécie de anjo que ajudava a todos e principalmente aqueles que você ama. Do que eles precisassem, você era capaz de ajudá-los. Mesmo sem eles saberem, você os conduzia firmemente para a melhor opção. Neste sonho você se sentiria bem em saber que estava ajudando quem você gosta e se satisfazia mais ainda em saber que elas também gostavam muito de você.
Pena que era tudo um sonho, mas um sonho que era tão real. Talvez esse sonho vire realidade, quem sabe no outro lado da vida? Mesmo os mais céticos gostariam de saber que isso se tornaria realidade depois disso tudo aqui. Todos capazes de se ajudarem, de fazerem o bem por aqueles que amam. Será, será? Será que esse sonho já era realidade? Será que realmente vivi tudo isso? Será que ainda vamos todos viver esse sonho? “Um sonho quando é bom não devia ter fim e quando vira pesadelo fica tão ruim”...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Casa da ilusão

Não tenho nada pra dizer,
Por isso repito o que já foi dito antes.
Depósito do erro.
Não tenho mais o que fazer,
Por isso me apego ao passado.
Oficina do engano.
Não tenho com quem dialogar,
Por isso me conformo comigo mesmo.
Escritório da loucura.
Não tenho nenhum objetivo,
Por isso sigo sempre com meus sonhos.
Casa da ilusão.

(Janderson Oliveira)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Valeu professor...

"É tão estranho, os bons morrem jovens...". Infelizmente mais uma vez isso acontece, perdemos a simpatia e o carisma de um grande professor.
A resposta pra pergunta feita é ela, é ela que passa a existir quando deixamos de ser. Algo que é tão comum, tão normal, mas que quando acontece perto da gente dá medo. A gente fica indefeso, triste, desorientado. A gente se pergunta como pode? Assim de uma hora pra outra, como pode acontecer isso?
Há três semanas nós estávamos em sala de aula falando sobre as nossas experiências como professores e ele estava lá conosco ouvindo cada história. Há duas semanas ele estava nas primeiras bancas de monografia, orgulhoso pelo crescimento do nosso curso, empolgado por vê a gente pesquisando em todos os ramos da Educação Física, essa área do qual ele sempre gostou. Eu sei que desde cedo ele sempre gostou de praticar atividade física, sei que já foi atleta e há muito tempo estava presente na universidade, mesmo jovem foi um dos nossos primeiros professores do curso.
E agora? Ainda tão jovem se vai assim sem dar aviso, de repente, pra nos deixar essa lacuna. É difícil até de acreditar, como pode, como pode? Ele que nos últimos quatro anos esteve presente assim tão perto. Nos meus primeiros dias de universitário deu uma palestra sobre qualidade de vida, totalmente diferente daquilo que eu esperava, me ensinou ali na sala de aula os conteúdos de fisiologia do exercício, estava há pouco conosco vivenciado nossos projetos de estágio e de repente se vai.
Tenho inveja dos católicos, pois acreditam que ainda é possível vê-lo em outra dimensão. Tenho inveja dos espíritas, pois acreditam que ele voltará em outra ocasião. Mas, infelizmente, não tenho essa crença, infelizmente para mim é só o final disso aqui que é a vida. É tão cruel, tão pouco, temos apenas essa vida e nada mais, temos apenas essa oportunidade para fazermos tudo que queremos aqui e agora. Temos que aproveitar apenas essa oportunidade que ela se vai assim de repente como o nosso professor.
Já perdi a oportunidade de viver com uma pessoa especial para mim, nem tive essa oportunidade, pra falar a verdade. Agora perdemos uma pessoa que trazia a calma em todos os momentos, nunca demonstrava raiva ou ódio por algo ou por alguém, tinha sempre uma palavra amistosa pra falar, um estímulo pra nos dar continuidade na nossa carreira. Só resta agora lamentar essa partida tão repentina e agradecer a esse grande professor e essa grande pessoa. E é impossível não lembrar as suas palavras: "Pô cara, fica tranquilo que vai dar tudo certo...". Professor Thelmo, calmaria e paz sempre, deixe quieto que continuarei lutando pra dar tudo certo sim, valeu professor...

Falano cum Patativa

Num falo do sertão,
Pra num disôbedecê seu Patativa.
Então a minha solução
É encontrá ôtra alternativa.
Falo mermo da cidade,
Que aqui é o meu chão.
Dêxo queto sua terra
E as coisa bela do sertão.

As coisa aqui são mermo deferente
Daquelas cantada no sertão.
Mas também tem muita semeiança,
Referente à isploração.
Tanto no sertão quanto na cidade
A vida é bem compricada.
É rico isplorano pobre
E num acaba essa impreitada.

Seu Patativa a cidade cresceu
E os pobrema dela também.
Da comida que come o rico
Pro pobre nunca tem.
Quanto a inducação que o sinhô falô,
Aqui num tem pra todo mundo.
Enquanto fí de rico vai pro colejo,
Fí de pobre é dito vagabundo.

É gente dando em gente
Pra tê um lugázim pra morá.
Enquanto o rico tem cobertura,
Pobre num tem nem onde se assentá.
A fome, a dô e a misera
Tem é em todo lugá.
Nós tem é que mudá essa história,
Antes do mundo se acabá.

Mas mudano de assunto,
Vô agradicendo o sinhô.
Por tê feito tanto verso bunito
E cantano as coisa do interiô.
Nós é fío do Nordeste,
Nós num nega nosso naturá.
Nessas prosa bem medonha,
Cada um tem muito que falá.

Eu falo aqui da cidade
Pois dela cunheço bem.
O sinhô fala do sertão
E de tudo que nele tem.
No final nós junta tudo
Pruma rima bem gostosa.
E disfruta da puisia,
Essa arte tão vistosa.

O sinhô cantô de lá
E eu cantei de cá.
Mas já tá chegano a hora,
Dessa rima se acabá.
Brigado pelas suas palavra
Que revolucionarum a puisia.
E é lendo as suas história
Que eu vô fazeno as minha.

(Janderson Felipe)

Homenagem ao grande Patativa que há sete anos voou dessa pra melhor...

sábado, 4 de julho de 2009

Emílio

Deixa o Emílio voar,
Certamente ele vai mais alto que Ícaro.
Solta o Emílio,
Ele descobrirá por si só os segredos do mundo.
Deixa o Emílio viver,
Fugir das amarras do caminho.
Liberta o Emílio,
Que ele saberá o momento exato de crescer.
Não prenda o Emílio,
Deixe que ele os surpreenda.
Não amarre o Emílio,
Deixe que ele os encare.
A natureza é a escola de Emílio,
Ele não precisa dos ensinamentos dos homens.
A natureza é a casa de Emílio,
Ele não necessita das regras dos homens.
Emílio hesita,
Mas desenvolve.
Emílio erra,
Mas aprende.
Quando Emílio crescer,
É ele que os ensina.
Quando Emílio crescer,
É ele que os anima.
Então deixa o Emílio viver,
Então deixa o Emílio voar.
Emílio por si só,
Saberá se cuidar.

(Janderson Oliveira)

De que lado?...

O cientista estuda, estuda e estuda, pra no final descobrir que aquilo que descobriu não é totalmente certo. O artista cria, cria e cria, pra no final descobrir que aquilo que produziu não passou de uma mentira. O religioso crê, crê e crê, pra no final descobrir que aquilo que acreditou não passou de ilusão. O povo discute, discute e discute, pra no final descobrir que aquilo que falaram não passou de um monte de histórias que não servirão pra nada.
Pobre do cientista, a sua pesquisa nunca estará 100% correta. Pobre do artista, a sua arte foi só invenção da sua cabeça. Pobre do religioso, a sua fé nunca conseguirá provar a existência do divino. Pobre povo, a sua discussão nunca terminará tendo ele como vitorioso.
E eu, pra que lado eu vou? De que lado eu sambo, eu sambo de que lado? Do lado do cientista? Do lado do artista? Do lado do religioso? Do lado do povo?...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Meu céu da minha cidade

Gosto do céu,
Do céu azul e bem limpinho,
Sem nenhuma nuvem,
Gosto da imensidão do azul.
Gosto mais ainda do céu,
Do céu azul com nuvens brancas,
Branquinhas igual algodão,
Gosto das figuras que elas formam.
Gosto infinitamente mais do céu,
Do céu escuro e cheio de estrelas,
Com a lua cheia lá ao fundo,
Gosto de vê-la da janela do meu quarto.
Esse é o meu céu,
O céu do meu mundo.
Esse é o meu mundo,
O mundo do meu sonho.
Esse é o meu sonho,
O sonho que é real.
Essa é a minha realidade,
A realidade da minha cidade.

(Janderson Felipe)

Olhando pro céu de Fortaleza...