"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

domingo, 21 de outubro de 2012

"Morremos de rir no horário eleitoral"...

"Hoje o pessoal reclama do engarrafamento, mas se tem engarrafamento é porque o pobre conseguiu comprar um carro." (Alegre senhora comentando na propaganda eleitoral do Elmano).
Ah senhorinha, se a senhora soubesse que seria mil vezes melhor se o rico que fosse andar de transporte público assim como o pobre e não acontecer o contrário. Mas pra isso o transporte público teria que ser de qualidade né? Mas quem vai tornar o transporte público de Fortaleza mais adequado para pobres e ricos?
"É Roberto Claudio na cabeça!" (Alegre senhora comemorando na propaganda eleitoral de Roberto Claudio). 
Ah senhorinha, se a senhora soubesse que o Roberto Claudio realmente é especialista em mandar na cabeça, nos peitos e nas pernas dos outros, principalmente dos professores. Ele manda bem, mas manda bem é os outros tacar o cassetete na população. 
A expectativa nos candidatos à prefeitura de Fortaleza não é das melhores, um deverá seguir o trabalho, a continuidade de uma gestão que prometeu e não cumpriu, o outro deverá seguir as atitudes autoritárias aprendidas com um governador que prefere garantir seu sucesso do que olhar para os problemas da população. 
A situação está difícil, em sinal de protesto eu seguirei meu voto do 1º turno de 50, porque ainda acredito que "nada é impossível de mudar". Sei que o voto nulo não será a solução, pois na verdade meu voto não valerá pra nada, mas será melhor do que ajudar um candidato no qual sou contrário às suas ideias e, neste caso, sou contrário a ambos candidatos...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Foi...

Foi, me ensinou a ser adulto, me jogou para bem longe e hoje estou não sei onde. Foi, me levou por campos desertos, senti arrepio na pele e na cabeça levei protestos. Chuva na cara, corpo molhado, paz longe da cabeça, problemas para todo lado. Corri sem rumo certo, chorei de aflição, vivi com dificuldade, segui sem direção.
Já chegou a velhice, você foi embora e pra mim nada disse. O tempo passou depressa, cada um foi para o seu lado, vivemos esse tempo todo separados. Cabeças opostas, saudades distantes, lugares desiguais, vidas constantes. Esperei para ver, vivi e não vi, esperei para crer, acreditei e não vivi.
Com angústias, com medo, a vida passou em segredo. Agora tudo está parado, para mim que já sou velho, já não há mais saída nesta vida sem elo. Já fui um solitário travesso, um visionário ao contrário. Já fui um otário às avessas que nesse verso me despeço.
“E dizem que a solidão até que me cai bem”.
Foi, não aprendi a ser criador, muito menos criatura, só o que senti foi dor nessa horrível aventura. Foi, voei mas foi baixo, saí da gaiola mas sozinho não me acho. Libertou a criatura, quebrou a gaiola, aumentou minha loucura, trouxe o que mais me assola.
Passei por tantos sinais, que nunca me mostraram como viver em paz. Esqueci daqueles tempos de criança, se apagou da memória toda esperança. Tempo ruim, tempo mau, tempo esse que vai chegando ao final. Sinal errado, sinal cerrado, sinal fechado, ele nunca esteve aberto.
Verde, amarelo, vermelho. Vermelho, amarelo, verde. Pare, atenção, não siga. Não siga, atenção, pare. Atenção, não siga, pare. Não siga, atenção, não viva. Não viva, atenção, pare. Pare, não viva, morra. E no final todos dizem: “ele perdeu, ele perdeu!”. E agora mesmo eu digo: “foi, não aprendi a viver, foi, não aprendi a viver”... 

terça-feira, 6 de março de 2012

Vem...

Vem, me ensina a ser criança, me pega pela mão e me enche de esperança. Vem, me carrega por campos de centeio, sente arrepio na pele e na cabeça nenhum aperreio. Brisa no rosto, cabelo ao vento, paz dentro da cabeça, problemas em nenhum momento. Correr sem rumo certo, brincar sem apreensão, viver sem dificuldade, seguir sem direção.
Mas chegou a adultez, maiores são os problemas para resolver de cada vez. Mas o tempo passou de repente, cada um foi para o seu lado, vivendo em mundos diferentes. Cabeças iguais, lugares distantes, vidas opostas, saudades constantes. Viver para ver, esperar para crer, crer para ver, esperar para viver.
Sem angústias, sem medo, o passado passou tão cedo. Agora os sinais seguem fechados, para mim que já não sou tão jovem, mas eu darei um jeito de que eles se renovem. Serei um travesso ao avesso que atravessa cada verso, serei um otário ao contrário, um visionário solitário. 
"E dizem que a solidão até que me cai bem".
Vem, me ensina a ser criador, contemplando sua criatura, sem sentir nenhuma dor, quero ver se me atura. Vem, me ensina a voar bem alto, libera essa gaiola e liberta esse pássaro. Liberta essa criatura, quebra essa gaiola, libera essa loucura, afasta o que nos assola.
Mas eu volto há tantos sinais, que sempre mostram como viver em paz. Mas eu lembro do tempo de criança, que sempre mostram como ter esperança. Tempo bom, tempo ruim, tempo esse que não devia ter fim. Sinal certo, sinal errado, sinal aberto, sinal fechado. 
Vermelho, amarelo, verde. Verde, amarelo, vermelho. Siga, atenção, pare. Pare, atenção, siga. Siga, atenção, não pare. Não pare, atenção, viva. Viva, atenção, não pare. Não pare, viva, com atenção. E ao final irão dizer: "eles venceram, eles vencerão!". E agora mesmo eu digo: "vem, me ensina a viver, vem, me ensina a vencer"...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O que não vi da vida...

Será que já está na hora de me despedir daquilo tudo que não aconteceu? Dar adeus aquilo que nunca vi e nem vivi? Dar tchau para os momentos bons que não aconteceram? É essa a hora certa?
Tudo feito na ilusão realidade ideal que só existiu no idealismo da minha consciência, mas a real realidade nunca existiu naquilo que me cerca, na matéria ao meu redor. E segue aquele velho jogo filosófico de longas discussões sem respostas certas.
O que não vi da vida, na verdade aconteceu na minha cabeça, mas era só ilusão. “O contrário do contrário, do contrário, do contrário”, a negação da negação. Um quebra-cabeça de pensamentos bons que não são palpáveis, uma chuva de momentos felizes que não tocam o chão.
O primeiro vôo de pára-quedas, o último beijo ao portão. A primeira flor à florescer no dia, o último pôr-do-sol. A primeira letra do livro, a última cena do filme. A primeira noite de amor, o último filho a nascer. O primeiro choro de alegria, a última briga do casal. O primeiro acorde da música, o último verso do poema.  A primeira cidade visitada, a última viagem realizada. O primeiro banho de mar, a última queda na piscina. O primeiro bilhete recebido, a última carta escrita. O primeiro dizer de “pra sempre”, a última despedida dando “tchau”.
Enfim, a realidade são as idéias ou o material? O que está na minha cabeça ou o que está ao meu redor? O que não vi da vida, será que realmente aconteceu de verdade ou realmente era só ilusão? Sempre sigo com perguntas sem respostas...