"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Frases reflexivas...

"Amar e mudar as coisas me interessa mais..."

Por que as coisas mais difíceis são tão fáceis pra mim?...

Decifra-me e te direi quem sou...

Não gosto das minhas poesias, gosto dos desenhos que elas fazem...

Ai que saudades que sinto daquilo que nunca vi...

Ai que saudades que sinto de não sei quem...

Oh vontade de escrever, de falar tudo quanto for possível, não sei, acho melhor não dizer nada...

Oh coisa doida é a memória, você consegue lembrar até daquilo que nunca viveu...

Pessoas solitárias em imensas metrópoles...

A vida é um imenso quebra-cabeça com várias peças perdidas...

Contradição é a guerra pela paz...

Se a história que te contam não é a que você deseja ouvir, então faça você mesmo sua própria história...

Sem muita lógica no meu sistema...

Jovem, porém, consciente...

Quanto às batatas, eu já comi todas, mas continuo faminto...

Cabelos presos, pensamentos soltos...

"De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas dentro da sua cabeça..."

Se o H português é mudo, por que na Internet brasileira ele fala?...

E o rei absolutista europeu nunca pisou em suas terras descobertas...

A história é longa e a estrada é comprida...

Ninguém nunca entende nada...

"Desculpe, mas eu não entendi..."...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Armando Nascimento de Jesus...

Vai chegando ao fim todo o trabalho de Armando Nascimento de Jesus, talvez amanhã mesmo todos os presépios construídos por ele ao redor do mundo serão desfeitos. E quantas pessoas deram valor ao seu trabalho? Será que elas perceberam o significado existente por trás do bucolismo do nascimento do menino? Ou preferiram dar valor ao "bom velhinho" da Lapônia? As cifras falam mais alto, as rezas, as orações, as reflexões ficam de lado. Ouro, incenso e mirra valem mais do que tudo isso. Presentes dados para amigos secretos, ao final a disputa é para saber quem recebeu o melhor regalo. Enquanto isso, Armando ceia modestamente com sua família numa periferia da grande cidade. Ele aguarda o próximo ano para voltar ao trabalho que tanto gosta, armar o nascimento de Jesus...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A prática de Educação Física na Escola Normal do Ceará: entre o tradicionalismo e a Escola Nova (1930-1945)

Aaah, até que enfim terminei meu relatório de monografia. Apesar de ter defendido semana passada, só hoje conclui a versão final, pelo menos eu acho. Se eu ler de novo, tenho certeza que modificadrei mais alguma coisinha. É tudo um processo que não para nunca. Foi uma verdadeira viagem, mas no fim tudo deu certo. Muitas pessoas apareceram e ajudaram, agradeço a todas. Publico aqui o resumo do relatório, depois vou vê se coloco mais algumas partes do texto.

"O objetivo principal desta pesquisa foi compreender a inserção da Educação Física na Escola Normal do Ceará, no período de 1930 a 1945, analisando sua vinculação aos postulados escolanovistas na tensão com o tradicionalismo vigente. Este estudo foi desenvolvido numa abordagem histórico-pedagógica. A metodologia da história nova foi escolhida por buscar novos significados e valores em fontes que antes não eram vistas como documentais ou mesmo seguras no trabalho do historiador. Este estudo caracterizou-se como sendo uma pesquisa bibliográfica e documental, buscando seus dados em livros, artigos científicos, periódicos, documentos e fotografias. Os principais resultados encontrados foram: a verificação da forte tensão existente entre educadores católicos e renovadores no período em estudo; a contemplação dos ideais escolanovistas na Escola Normal do Ceará; e a utilização do Método Sueco, diferentemente do proposto na Lei nacional, nas aulas de Educação Física da Escola Normal do Ceará. Conclui-se que a prática da Educação Física estava embasada pelos conceitos de higienismo, eugenismo, nacionalismo e escolanovismo. Percebeu-se ainda que a Educação Física fez parte de uma política educacional que buscava a formação do cidadão dito moderno e civilizado."

É, aqui no Ceará a história foi diferente.
E agora? Eu sou um sujeito quase formado, o que me resta fazer?...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Sara...

Será Sara sã? Será Sara só sonho? Será Sara sedutora? Será Sara séria? Será Sara sofisticada? Seria Sara sincera? Sem cerimônia, Sara será sempre sábia. Sem saber se Sara será sozinha, sonho sonhos sem solução. Sinceridade, Sara será sonhadora. Sara seduz somente seres sábios. Segredos sujos, Sara sempre sabe. Simples saber se Sara será segura. Sara será simples sempre. Sabia Sara sobre seu sucesso. Sara, sarada, sagrada, safada, sábia, sedutora, selvagem, secreta, serena, simples, sincera, sinistra, sonhadora, sozinha, sofisticada, super, sublime, supérflua, Sara...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Siarês...

Gosto de sê siarense, do meu jeito de falá, corta as frasi e vê no que dá. O início eu num sei, mas no final sempre tem que tê um má, né má?
Aféladumagaita má.
Tutáfrescanoé má.
Doidêraéssaaí má
Tariaéssaaí má.
Vaipápôrra má.
Criditunão má.
Tádoidotá má.
Vaitilascá má.
Arriégua má.
Êtapôrra má.
Béisso má.
Falô má.
Má.
Falo, falo, falo, só num falo quando me calo. "Eu sou é siarense, do Siará. E dessa terrinha, num tenho vergônia de falá". Gostô dessa aí má?...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Compactação...

Vamos em boa hora.
Vamos embora.
Vambora.
Bora.
Bó.

...

Fui.
Indo.
Tô indo.
Estou indo.
Já estou indo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Decifra-me e te direi quem sou...

J A N D I M
U L A E M A
V E T L A L
E G U Í G U
N R R R I Q
T I E I N U
U A Z O A E
D A Ç Z
E Ã
O
E Ã
D A Ç Z
U A Z O A E
T I E I N U
N R R R I Q
E G U Í G U
V E T L A L
U L A E M A
J A N D I M

Decifra-me e te direi quem sou...

"O papa é pop"...

O papa é pop? Se ele não é, os padres agora são, e os pastores também. Flashes, flashes e mais flashes. Acenos, gritos, lágrimas, cânticos e até cantadas. Uma benção rápida e um sinal da cruz. Pronto, minha alma está salva para sempre. A criancinha, o jovem, o adulto, o homem, a mulher, o idoso, o doente, o animal, eu, você, todos nós. Pronto, estamos todos livres do purgatório. Jogo rápido como uma oração, poucas palavras e tudo está dito. Afinal, pra que serve uma oração hoje em dia? Rezar sem querer, rezar e depois pecar. Pra quê então? Enquanto isso, "todo mundo tá revendo o que nunca foi visto", "todo mundo tá relendo o que nunca foi lido". Aguarde, ele voltará. Pois fiquemos todos esperando...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Não queria escrever...

Sem poesias ou textos bonitinhos. Longe do meu eu-lírico, ele se esconde por um instante. Eu sou apenas eu, mais ninguém. "Com tanta gente que eu podia ser, eu nasci eu" e não me arrependo disso. "Sou eu quem me explico quando me complico. Eu mesmo atendo às minhas preces. Eu mesmo ouço meus próprios gritos". Sou eu que me entendo quando preciso. Sou eu que enlouqueço quando estou são e fico lúcido quando estou louco. Deixem que eu crio meus próprios conceitos, sem preconceitos. Não quero que entendam, eu quero que se confundam. Percebem minha aflição? Será tudo alucinação? Culpa dos outros que cantam ao pé do meu ouvido. "Se você vier me perguntar por onde andei no tempo em que você sonhava, de olhos abertos lhe direi: amigo eu me desesperava". Sou eu mesmo que me desespero em meus sonhos e você segue a andar e me perguntar coisas que não sei responder. Droga, eu não queria ter escrito isso, mas já escrevi...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Canta sabiá

O sol já raiou
E meu olho não pregou.
O galo não cantou,
Mas a ema já.
O canto da ema dá azar,
Já dizia o Mr. do Pandeiro,
Com toda sua ginga de brasileiro.
Se o canto da ema dá azar,
Morena me dá uma ruma de beijo
Que é pra esse amor não se acabar.
O sol já bateu
Na janela do meu quarto,
Mas a morena não apareceu,
Então sou eu quem parto.
Deixa que eu vou atrás dela,
Não faça nada por mim.
Vou buscar a minha bela
E nosso amor não chegará ao fim.
Não ficarei preso
Nessa gaiola da saudade.
Vou buscar minha liberdade,
Vou atrás do meu amor.
A ema não vai mais agourar,
O canto agora será do sabiá,
Que no seu assovio dirá,
Onde andará o meu amor.
Quando a gente se encontrar,
Será o verdadeiro apogeu,
A gente vai se amar
E todos seus beijos serão meus.
Pois canta nobre sabiá,
Pra minha morena eu poder beijar.

(Janderson Felipe)

Fresquim, fresquim, como a primeira fornada de pão do dia. Não consegui dormir, mas a madrugada me rendeu um fruto. É o fruto de toda uma madrugada musical. Se perceberem, a música do Nordeste está contida aí...

sábado, 31 de outubro de 2009

Delírios da meia-noite...

Meia-noite - Delírios, delícias, gemidos, grunidos, mistérios. O que acontece à meia-noite? Uma passagem instantânea do tempo. Fim de um ciclo, começo de outro.
Meia-noit - Último dia do mês de outubro. Dizem que é o dia das bruxas. Mas bruxas no século XXI não existem mais, já foram todas jogadas à fogueira.
Meia-noi - Lua inteira. Ela olha pra mim e eu insisto em contemplá-la. A sua forma arredondada é a perfeição e eu sou apenas amante.
Meia-no - Amor é o que se pode fazer à meia-noite, mas sem ninguém por perto fica mais difícil. Sigo a raciocinar coisas.
Meia-n - Poucos sons, muitos sonhos. O escuro se esclarece, atrás dele nada se modifica. Mas eu tenho medo.
Meia - Chegando ao fim a meia-noite, as doze badaladas já cessaram. Ela continua a iluminar.
Mei - Todos dormem, eu acordo. Reviravolta no ciclo, espero o sol aparecer e a lua se esconder.
Me - Sem pesadelos, a meia-noite não me engana, os sonhos serão de felicidade.
M - Acabou o instante, o tempo já passou. Meia-noite delirou.
...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Menina minha

Menina pequena que habita meus sonhos
E mora em meu coração.
Menina moleca que cara sapeca
Foi a mãe que deu.
Menina travessa que não foge da raia
Me ajuda no momento que eu caia.
Menina bonita que a lua me deu,
Foge da vida e vive mais eu.
Menina mulher que sabe o que quer,
Na hora do nó escapa sem dó.
Menina danada que mexe comigo
Me leva pra ti e me dá teu abrigo.
Menina singela me espera na janela
E feito novela foge mais eu.
Menina querida me dá mais amor
E faz mais feliz o teu admirador.

(Janderson Felipe)

Uma antiguinha que escrevi pra minha menina. É a cara dela, se bem que ela cresceu e já é uma mulher feita. Não, mas pra mim ela sempre vai ser minha menina...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Loucura consciente, lucidez insana...

A loucura e a lucidez são coisas que andam de mãos dadas dentro de mim. Sou tão lúcido que às vezes pareço louco. Sei controlar essas diferenças, sem estresse. Sei o ponto certo que separa ambas, o momento exato que cada uma deve agir. É uma loucura consciente e uma lucidez insana. É, elas são contraditórias. A contradição, aliás, é algo que me persegue, ou será eu que a persigo? Sempre são dois lados, duas faces, dois momentos, duas vidas. Eu sou contradição, às vezes sou guitarra, outras vezes violão. Um dia é calmaria, outro dia agitação. Às vezes sou todo poderoso, outras vezes sou Zé Ninguém. Um dia gosto de chuva, outro dia gosto de sol. Equilíbrio? A minha loucura é tão consciente que ao invés de eu atirar tiros de dor, eu atiro beijos de felicidade. Se você for atingido por aí, fui eu quem atirei o beijo. Se você quiser mais de perto, eu atiro à queima-roupa. A minha lucidez é tão insana que eu poderia amar apenas uma pessoa, mas eu acabo amando todas. Se você precisar de mim, me chama que eu vou. Se você quiser mais de perto, eu penso no seu caso. Louco é aquele que diz ser normal, lúcido, na verdade, é aquele completamente fora de si. E eu sou assim, tanto um quanto outro. O limite entre um e outro sou eu quem faço na minha cabeça pensante e nem Simão Bacamarte, muito menos Sigmund Freud, explicariam o que há nas entranhas de um cérebro como este que está sempre a interrogar: "loucura consciente ou lucidez insana?"...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Sorriso da Gioconda...


Aaaaaaaah, desvendaram o sorriso da Gioconda. Égua, mó paia, pensava que nunca iriam descobrir. Mona Lisa, que já deve tá estribada numa altura dessas, sorri e fica séria pra gente. E o pior, é a gente que faz ela rir ou ficar séria, é tudo culpa do nosso cérebro. Quando todos achavam que o mistério estava nela, descobrem que o mistério tá é na gente. Mas será que foi tudo culpa do Da Vinci? Que uma altura dessas já deu mais de vinte e muito. O cara era gênio n'era. Será que foi ele quem percebeu que daria essa impressão ambígua ao sorriso de sua dama ou foi sem querer mesmo? E num dizem que é o auto-retrato dele? É, eu acho que só um dos mistérios foi desvendado, ainda existem mais perguntas. No título segue o link pra matéria sobre o sorriso da Mona Lisa. Aiiiii Mona, dá um sorrisinho pra eu dá...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Movimento Antropofágico...

"No Brasil de 1920, a pintora Tarsila do Amaral e o poeta e filósofo Oswald de Andrade, junto a um grupo heterogêneo de romancistas, lingüistas e filósofos, fundaram uma corrente artística à qual chamaram Movimento Antropofágico. Sob o signo da Antropofagia foram publicados manifestos e poemas, feitos quadros, escritos romances e ensaios, e foi chamada a atenção pública sobre o significado novo e revolucionário da antropofagia e das civilizações pré-coloniais da América. É necessário assinalar, entretanto, que para estes artistas da vanguarda latino-americana, o canibalismo era algo diferente dos lugares comuns de horror fascistóide e inveja hipócrita diante da nudez orgiástica sob as quais se representavam e representam as culturas milenares das selvas americanas. A Antropofagia apontava, em primeiro lugar, para as raízes históricas das civilizações destruídas da América. Em segundo lugar, revelava um novo significado da relação humana com a natureza, com seu próprio corpo, com sua sexualidade, seus afetos e, não em último lugar, com sua comunidade. A Antropofagia brasileira transformou os medos e os ódios tradicionalmente ligados aos relatos europeus sobre o canibalismo americano, no reconhecimento artístico de um estado de liberdade sem limites e uma visão poética de renovação cultural".

Citação de Eduardo Subirats no texto "O modernismo brasileiro: arte e política" de Marília Andrés Ribeiro, publicado na Revista ArtCultura, v. 9, n. 14, 2007.

Uma antiga/nova visão para os nossos antepassados. Canibalismo da cultura mundial. Muito interessante...

E vamos à luta


Eu acredito
É na rapaziada
Que segue em frente
E segura o rojão
Eu ponho fé
É na fé da moçada
Que não foge da fera
E enfrenta o leão
Eu vou à luta
É com essa juventude
Que não corre da raia
À troco de nada
Eu vou no bloco
Dessa mocidade
Que não tá na saudade
E constrói
A manhã desejada
Aquele que sabe que é negro
O coro da gente
E segura a batida da vida
O ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco
De um jogo tão duro
E apesar dos pesares
Ainda se orgulha
De ser brasileiro
Aquele que sai da batalha
Entra no botequim
Pede uma cerva gelada
E agita na mesa
Uma batucada
Aquele que manda o pagode
E sacode a poeira
Suada da luta
E faz a brincadeira
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí...
(Gonzaga Jr.)
Tô fissurado nessa música, nessa letra, nesse compositor. Gonzaga Jr., Gonzaguinha, o filho do rei. "E vamos à luta" é aquele sambinha só o mí, de quem tem fé na fé da moçada. Mostra a realidade brasileira de quem enfrenta o leão e não corre da raia. E no final da batalha faz a festa no botequim e se orgulha de ser brasileiro. "Eu acredito é na rapaziada...". Gonzaguinha é o bicho pra falar da nossa gente, do nosso povo, dos nossos problemas, das nossas alegrias. Nesse vídeo ele canta com Roberto Ribeiro. Grande Gonzaguinha, mas também né, o cara era filho do rei...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Devaneios...

Já faz quase um ano dessa minha agonia. Você partiu sem me avisar e nem deixou recados. Desde então eu mudei, vivo sozinha me perguntando sobre os porquês desta vida que é tão cruel. Amores, desencontros, desesperos. Fico aflita comigo sem saber pra onde ir. E quando saio, em todos os rostos você está, mas quando chego à noite nenhum daqueles rostos vem comigo. Seu rosto de menino, eu nunca mais vi. Seu jeito atrapalhado, nunca mais me fez rir. Sem ter com quem falar, sem ter com quem amar, a noite chega e eu fico encharcada com goles de uma bebida que não reconheço o sabor. A noite é triste, a solidão sempre me persegue. No rádio rola "você se foi, você partiu, você partiu o meu coração" e não consigo não pensar em você nesse momento. Meu coração em pedaços, o meu corpo também, me sinto velha, feia e sem mais vontade de viver. Vivo porque é meu dever, a idéia do suicídio me aflige, mas a esperança de rever você é maior. Garrafas pelo chão, fumaça de cigarro no ar. Meu alimento são meus pensamentos, minhas lembranças, lembranças dos tempos bons que vivemos juntos. Mas agora você se foi e eu fico a me perguntar "será que pra sempre"? Oh meu menino, oh meu querido, meu amor por ti é imenso, mas você me abandonou. Onde está? O que faz da vida? Por que não voltas pra mim? O meu desespero só aumenta a cada dia, sigo minha vida sem razão e sem prazer. Os dias passam, as angústias ficam. A minha boca seca pede seu sabor, deliro em pensamentos sem lógica. O meu corpo frio espera o seu toque, viajo por lugares nunca antes explorados. Quando volto à realidade, percebo que estou sozinha novamente e a dor da sua perda aumenta ainda mais minha agonia. Antes, com você, tudo era comédia, agora com sua ausência a tragédia é algo freqüente na minha vida. As lágrimas escorrem pelo rosto nesse instante e delírios acontecem na cabeça de uma amante que perdeu seu amor. Abandonada e arrasada, eu sigo a levar a vida, e o pior, ela segue a me levar...

Por Sara Fernandes

domingo, 11 de outubro de 2009

Só mais uma madrugada...

Oh madrugada comprida esta que não se acaba. É só mais uma de muitas que já aconteceram e de muitas que ainda virão. Novamente o galo já canta e nem sinal do sono chegar. Sem palavras, sem imaginação, eu deixo a madrugada me levar. Amanhã é outro dia que já começou. Enquanto todos dormem, eu grito pra mim mesmo: "É hoje que eu só durmo amanhã"...

sábado, 3 de outubro de 2009

RIO 2016...

Com tantas expectativas e esperanças, eu acho até que vou voltar a ser atleta pra poder conseguir meu índice pra lá.

É, seria a realização de um sonho de criança.

Nossa, como as crianças são inocentes!

Risos...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Manias...

Manias, cada um tem as suas. Eu tenho poucas, a minha principal mania talvez seja amar demais. É incrível como eu amo as pessoas. Muitas delas talvez nem saibam, mas eu as amo tanto que crio histórias na minha cabeça como se estivéssemos juntos. Eu penso em situações, em palavras, em gestos que nós faríamos. Como não posso estar perto, então, sonhador que sou, invento os nossos encontros. Eu amo tanto, mas não sinto essa reciprocidade das pessoas. Ah eu queria, eu queria que elas me amassem do jeito que eu as amo. Dessa vez não vou com Mário Quintana que diz "não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame", eu queria sim que elas me amassem mais, talvez até mais do que as amo, não sou carente de amor, mas quanto mais melhor. Mas como já falei, têm pessoas que nem sabem que eu as amo. Os nossos encontros são todos irreais, são secretos, só quem sabe sou eu, nem a própria pessoa sabe que eu a encontro. Na maioria das vezes são belos momentos, pena que não são reais. Manias, ah manias! Por que tenho logo essa mania? O que me conforta é saber que tenho uma única pessoa que, essa sim, me ama muito, eu tenho a mais absoluta certeza. Pena que sou humano e como qualquer outro, estou sempre querendo mais do que aquilo que consigo. Não sei se estou magoando alguém com estas palavras, posso até estar me magoando, mas não sei o que faço com essa minha mania de amar. Uma vez já falei "O amor não é sofrer, o sofrer não é amor. Quem ama não sofre, quem sofre não ama", mas na maioria das vezes o amor é doloroso sim. Oh sentimento véi sem futuro, ao mesmo tempo em que ele é bom, nos faz sofrer. Mas me digam uma coisa, existe uma mania melhor do que esta de amar os outros?...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Gospel



Por que que o sol nasceu de novo e não amanheceu?
Por que que Deus criou o homem e não se arrependeu?
Por que que a crença no futuro é fatal e a serpente simboliza o mal?
Por que que tudo que é bonito está trancado no museu?
Por que que eu nasci assim e meu irmão assado?
Por que beber whisky-soda prá ficar animado?
Por que que o tempo deixa tudo prá trás e sempre que você consegue quer mais?
Por que na hora do naufrágio cada um vai pro seu lado?
Por que que eu tenho uma caneta e não sei escrever?
Por que eu passo a noite inteira sem nada para ler?
Por que que a agulha da vitrola sumiu e o anúncio do cinema caiu?
Por que que eu faço essas perguntas sem ninguém prá responder?

(Raul Seixas)

Há alguns domingos o "Fantástico" anunciou uma música inédita de Raul Seixas chamada Gospel. E só agora, depois de vinte anos de sua morte, a música foi lançada sendo tocada por músicos atuais, mas com a voz do Raul. Vasculhando o "Youtube", encontrei essa versão gravada por Tukley, cover do Raul, com uma letra que diferente daquela gravada agora. Gostei muito mais dessa letra que Tukley gravou em 1991. Até parece que são minhas palavras, me identifiquei muito com elas...

sábado, 19 de setembro de 2009

Meus pensamentos...

"Nesse momento eu queria ser uma mosquinha pra sair voando por aí e chegar até onde você está, ver o que você está fazendo, ver a sua reação quando eu te mando mensagens, ver tudo ao seu redor. Mas fico aqui só pensando no que pode estar acontecendo e torcendo para que toda essa tempestade passe e deixe nossas vidas.
Eu penso muito em coisas que não fazem sentido, uma dessas coisas é pensar que depois que eu morrer eu vou ser um anjo e vou ajudar todo mundo que eu gosto e ver todas as pessoas que eu gosto. E o melhor é que eu poderei estar em diversos lugares ao mesmo tempo e quando alguém se lembrar de mim e quiser estar perto, vai só me chamar e eu vou chegar e ficar juntinho dessa pessoa, vou ajudar em tudo que ela precisar. E quando eu estiver com saudades de alguém eu também vou ao encontro dela e me sentirei melhor. Nesse pensamento louco eu sempre penso em você rezando antes de dormir e então eu apareço e fico lá de cima só observando você e te protegendo de qualquer mal que possa acontecer.
Mas isso é só sonho, pensamento, se não posso fazer isso agora em vida, talvez faça mesmo depois de ter saído daqui. Sabe, às vezes eu me sinto com uma vontade tão grande de sair por aí, de ver pessoas que eu gosto, de abraçar, de conversar, de sorrir com as pessoas. Eu acho que realmente eu não sou normal. Acho que tenho algum distúrbio mental, mas ainda bem que esse distúrbio é só pra fazer coisas boas, eu acho que jamais seria capaz de maltratar ninguém. Sei lá.
É isso, minha cabeça é muito doida e tem um bocado de coisa que penso e acho que é só eu que penso sobre isso, mas não sei..."

Eu já falei isso pra alguém...

Formiguinhas

Formiguinhas,
Cada uma com seu ofício.
Na construção desse mundo,
A vida é tão difícil.
O tempo é tão pequeno
Para se fazer o que deve.
Cada uma no seu trabalho,
Que no final pra nada serve.
Enquanto as operárias levantam,
As rainhas vão lá e destroem.
A diferença é enorme,
Nessa terra que elas constroem.
Espalhadas em todos os cantos,
Cada uma com seu sotaque.
A pressão às vezes é tanta,
Que parece que vão ter um ataque.
Formiguinhas,
Cada uma na sua função.
Fazendo tudo quanto existe
Por toda esta imensidão.
Elas vão pra onde querem,
É só terem compromisso.
O seu limite é o universo,
Talvez mais que isso.
Daqui pra ali,
De lá pra cá.
Para onde se olha,
É fácil as enxergar.
Cada uma tem seu cargo,
Desde bem pequenininhas.
E será que existe alguém
Controlando estas formiguinhas?

(Janderson Felipe)

Pensado pela manhã, escrito, quase como sempre, na madrugada. Uma metáfora que retrata várias coisas: trabalho, exploração, diferenças sociais, morte, esperança, existência de Deus. Taí tudo aí é só se concentrar, tudo feito por uma formiguinha operária que tem a cabeça pensante...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Segunda-feira insone...

Segunda-feira insone e que começa a chover um pouquinho. Logo segunda-feira, o dia que era pra ser feriado nacional, ainda bem que odeio feriados. Então tenho que levantar cedo, mesmo se não conseguir dormir.
"Estou acordado e todos dormem", isso é verdade. Enquanto viajo na noite, a maioria das pessoas está viajando em sonhos. Enquanto isso, o galo já canta lá fora, tão cedo assim?
O sol vai já sair e, enquanto isso, no ouvido rola o som que mais gosto e continuo escrevendo para olhos de pessoas invisíveis. Não sei, já tive vontade de chorar esta madrugada. Chorar sem razão, talvez por saudades de pessoas. Pessoas que você quer estar junto, mas nesse momento é impossível. Aaah, porque eu amo tanto?
Oh vontade de escrever, de falar tudo quanto for possível, não sei, acho melhor não dizer nada. Eu vou dormir, prometo que vou dormir. Quer dizer, se ela deixar. É ela, a Sônia. Essa às vezes está comigo, ela só vem à noite, mas vem.
Às vezes é bom, às vezes é ruim. Oh Sônia, insônia que você me causa. Fazia tempo que não vinha, veio nessa segunda, mas de forma tão ruim...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Monólogo: "Don't stop me now 'cause I'm havin' a good time"...

Não me pare agora, e nem em momento nenhum. Descobri a fórmula da felicidade, só depende de mim mesmo. É a liberdade pra fazer o que se precisa, não precisa esperar por ninguém, vai lá você mesmo e faz. É uma sensação tão boa de que você é capaz. Você sempre foi capaz, só não tinha coragem de fazer as coisas que queria. Foi só tomar a primeira atitude e tudo deu certo, agora pronto, não me pare mesmo. Não há inimigos, é só você contra você mesmo. Mas agora que descobri a fórmula, nem eu mesmo vou me parar. Deixe-me ir, confiante de que tudo vai dar certo. E é tão bom você agir e se ajudar, e melhor ainda é ajudar outras pessoas. Isso mesmo, além de estar se ajudando, você tem a capacidade de ajudar outras pessoas. Ah, essa é a melhor parte, ajudar sem precisar cobrar por isso, é só saber que você faz o bem pro coletivo, sem querer elogios. Não há mais limites, é só a sua vontade. Certeza de que bons tempos vêm por aí, não que os passados não foram bons, mas é que agora você mesmo traça seu rumo. Não precisa querer saber o que vem depois, é só fazer o agora que o depois vai ser tranquilo. É meu camarada, crescendo e aprendendo. Nessa semana você percebeu que só depende de você pras coisas darem certo, não precisa mais esperar, vai lá e faz, ponto final. Se tiverem mãos amigas no caminho, melhor ainda, só não pode é ficar esperando sempre por elas. Estou orgulhoso de você rapaz, parabéns. Continue assim, você sabe que se fizer vai dar tudo certo. Só depende de você, quer dizer, de mim mesmo...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O MSN por Arnaldo Jabor...

Sempre odiei o que a maioria das pessoas fazem com os seus MSN’s. Não estou falando desta vez dos emoticons insuportáveis que transformaram a leitura em um jogo de decodificação, mas as declarações de amor, saudades, empolgação traduzidas através do nick.
O espaço ‘nome’ foi criado pela Microsoft para que você digite O NOME que lhe foi dado no batismo. Assim seus amigos aparecem de forma ordenada e você não tem que ficar clicando em cima dos mesmos pra descobrir que ‘Vendo Abadá do Chiclete e Ivete’ é na verdade Tiago Carvalho, ou ‘Ainda te amo Pedro Henrique’ é o MSN de Marcela Cordeiro. Mas a melhor parte da brincadeira é que normalmente o nick diz muito sobre o estado de espírito e perfil da pessoa. Portanto, toda vez que você encontrar um nick desses por aí, pare para analisar que você já saberá tudo sobre a pessoa…
‘A-M-I-G-A-S o fim de semana foi perfeito!!!’ acabou de entrar. Essa com certeza, assim como as amigas piriguetes (perigosas), terminou o namoro e está encalhadona. Uma semana antes estava com o nick ‘O fim de semana promete’. Quer mostrar pro ex e pros peguetes (perigosos) que tem vida própria, mas a única coisa que fez no fim de semana foi encher o rabo de Balalaika, Baikal e Velho Barreiro e beijar umas bocas repetidas. O pior é que você conhece o casal e está no meio desse ‘tiroteio’, já que o ex dela é também conhecido seu, entra com o nick ‘Hoje tem mais balada!’, tentando impressionar seus amigos e amigas e as novas presas de sua mira, de que sua vida está mais do que movimentada, além de tentar fazer raiva na ex.
‘Polly em NY’ acabou de entrar. Essa com certeza quer que todos saibam que ela está em uma viagem bacana. Tanto que em breve colocará uma foto da 5ª Avenida no Orkut com a legenda ‘Eu em Nova York’. Por que ninguém bota no Orkut foto de uma viagem feita a Praia-Grande – SP?
‘Quando Deus te desenhou ele tava namorando’ acabou de entrar. Essa pessoa provavelmente não tem nenhuma criatividade, gosto musical e interesse por cultura. Só ouve o que está na moda e mais tocada nas paradas de sucesso. Normalmente coloca trechos como ‘Diga que valeuuu’ ou ‘O Asa Arreia’ na época do carnaval.
‘Por que a vida faz isso comigo?’ acabou de entrar. Quando essa pessoa entrar bloqueie imediatamente. Está depressiva porque tomou um pé na bunda e irá te chamar pra ficar falando sobre o ex.
‘Maria Paula ocupada prá c** ‘ acabou de entrar. Se está ocupada prá c**, por que entrou cara-pálida? Sempre que vir uma pessoa dessas entrar, puxe papo só pra resenhar; ela não vai resistir à janelinha azul piscando na telinha e vai mandar o trabalho pro espaço. Com certeza.
‘Paulão, quero você acima de tudo’ acabou de entrar. Se ama compre um apartamento e vá morar com ele. Uma dica: Mulher adora disputar com as amigas. Quanto mais você mostrar que o tal do Paulão é tudo de bom, maiores são as chances de você ter o olho furado pelas sua amigas piriguetes (perigosas).
‘Marizinha no banho’ acabou de entrar. Essa não consegue mais desgrudar do MSN. Até quando vai beber água troca seu nick para ‘Marizinha bebendo água’. Ganhou do pai um laptop pra usar enquanto estiver no banheiro, mas nunca tem coragem de colocar o nick ‘Marizinha matriculando o moleque na natação’.
‘ < . ººº< . ººº< / @ || e $ $ ! || |-| @ >ªªª . >ªªª >’ acabou de entrar. Essa aí acha que seu nome é o Código da Vinci pronto a ser decodificado. Cuidado ao conversar: ela pode dizer ‘q vc eh mtu déixxx, q gosta di vc mtuXXX, ti mandá um bjuXX’.
‘Galinha que persegue pato morre afogada’ acabou de entrar. Essa ai tomou um zig e está doida pra dar uma coça na piriguete que tá dando em cima do seu ex. Quando está de bem com a vida, costuma usar outros nicks-provérbios de Dalai Lama, Lair de Souza e cia.
‘VENDO ingressos para a Chopada, Camarote Vivo Festival de Verão, ABADÁ DO EVA, Bonfim Light, bate-volta da vaquejada de Serrinha e LP’ acabou de entrar. Essa pessoa está desesperada pra ganhar um dinheiro extra e acha que a janelinha de 200 x 115 pixels que sobe no meu computador é espaço publicitário.
‘Me pegue pelos cabelos, sinta meu cheiro, me jogue pelo ar, me leve pro seu banheiro…’ acabou de entrar. Sempre usa um provérbio, trecho de música ou nick sedutores. Adora usar trechos de funk ou pagode com duplo sentido. Está há 6 meses sem dar um tapa na macaca e está doida prá arrumar alguém pra fazer o servicinho. ‘Danny Bananinha’ acabou de entrar. Quer de qualquer jeito emplacar um apelido para si própria, mas todos insistem em lhe chamar de Melecão, sua alcunha de escola. Adora se comparar a celebridades gostosas, botar fotos tiradas por si mesma no espelho com os peitos saindo da blusa rosa. Quer ser famosa. Mas não chegará nem a figurante do Linha Direta.
Bom é isso, se quiserem escrever alguma mensagem, declaração ou qualquer coisa do tipo, tem o campo certo em opções ‘digitem uma mensagem pessoal para que seus contatos a vejam’ ou melhor, fica bem embaixo do campo do nome!! Vamos facilitar!!!!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A normalista e o alienista...

Estou aqui de novo, dessa vez para falar do estranho caso entre uma normalista e um alienista. Esse caso deu-se aqui pelas bandas do Ceará há muito tempo, talvez no século XIX.
A normalista tratava-se de Maria do Carmo, filha do cearense Adolfo, e era mais conhecida como Carminha do Adolfo. O alienista era um médico bem estudado, formou-se na Europa e seu nome era Simão Bacamarte de Assis, ele era filho de um ilustre carioca.
Bem, a nossa história começa quando o Dr. Simão Bacamarte, cansado de cuidar de sua Casa Verde e da busca pela descoberta das patologias psicológicas, resolve tirar umas semaninhas de férias pelo Ceará. Ele resolveu vir sem sua esposa, a jovem D. Evarista, dizem que ela não era "nem bonita nem simpática".
Chegando a capital cearense, o alienista é chamado para visitar a Escola Normal, local onde ele poderia ajudar com os seus estudos sobre a razão humana. Meio à contra gosto, ele resolve dar uma passada na Escola para conhecer suas instalações e as pessoas que lá conviviam.
Ao fazer uma espécie de inspeção pelas salas, o Dr. Bacamarte conheceu muitas normalistas, mas ele encantou-se com a beleza de uma em especial. Era ela, a nossa Maria do Carmo.
O alienista apaixonou-se por ela e foi logo atrás de buscar informações da normalista. Maria do Carmo era órfã de mãe e mesmo jovem já havia perdido um filho recém-nascido. Ele obteve as informações de que ela era uma menina simples que morava na casa dos padrinhos e já estava prometida ao alferes Coutinho, um rapaz que era metido à poeta.
Mas o alienista não se intimidou e no outro dia tratou de ter uma conversa com a normalista, ele alegou que havia percebido alguns sinais de patologia mental na moça e queria examiná-la. Dr. Bacamarte teve a autorização do diretor da Escola e naquele dia à tarde eles estavam a sós numa salinha da Escola, Simão Bacamarte e Maria do Carmo.
O alienista, sábio do raciocínio das pessoas, fez a cabeça da Carminha e a convenceu de ir junto com ele para Itaguaí, pois lá ele daria tudo que ela quisesse e eles teriam uma mansão só para eles viverem juntos o resto da vida. Em nenhum momento o alienista disse que era casado e muito menos falou que a "mansão" tratava-se da Casa Verde, manicômio onde ele estudava seus pacientes.
A normalista encantou-se com aquele homem, tão culto, inteligente e gracioso para com ela. Não pensou duas vezes, nem avisou ao Coutinho, foi-se embora com o alienista. Os dois não combinavam muito, ela muito jovem, bonita e na flor da idade; ele já era quase um senhor com os seus mais de 40 anos, bem verdade que ele era um homem muito feio. Feio, mas sábio, pelo menos é o que diziam.
Voltando à Itaguaí, Dr. Simão Bacamarte tratou de colocar Carminha num quarto dos mais escondidos dentro da Casa Verde. Ele falou pra normalista que ficasse ali por uns dias no quarto para ela descansar da longa viagem, ela não precisava sair porque ele levaria tudo para ela, além disso, depois ela teria muito tempo para conhecer a cidade e quando quisesse poderiam voltar ao Ceará.
Pobre Maria do Carmo, nunca mais pôde ver a sua terra natal, o alienista a havia aprisionado naquele quarto para o resto de sua vida. Aos poucos Dr. Bacamarte foi esvaziando a Casa Verde, dizia ele que havia descoberto cientificamente a cura para a loucura e afirmou que é louco aquele que é dito normal. Além do mais, ele iria se internar na Casa Verde para estudar a si mesmo. Ninguém entendeu nada, mas como ele era um homem bastante respeitado, inclusive no exterior, todos aceitaram a proposta.
Tudo isso foi um pretexto para Simão Bacamarte ficar para sempre a sós com a sua normalista. No começo, sua mulher, D. Evarista ia o visitar na Casa Verde, não desconfiava de nada, mas tempos depois ela achou que o seu marido havia enlouquecido totalmente e resolveu não mais vê-lo. Os boatos dizem que o alienista morreu "dezessete meses" após a sua internação, mas a verdade é que ele ficou muito mais tempo lá, e o pior, abusando da coitada da normalista.
Maria do Carmo, sua vida toda foi mesmo de tristezas e agonias; Simão Bacamarte, sua vida foi mesmo de loucuras e angústias...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Dias de chuva, dias de sol...

Ontem o dia esteve tão lindo, apesar da sua cara fechada. Tava tudo assim meio cinza, mas o sorriso da menina estava mais claro do que nunca. Uma névoa decorrente da chuva fina que caía, cobria os arranha-céus que nunca chegaram ao céu, parecia até uma paisagem londrina disfarçada. Os passarinhos cantavam bem quietinhos, tentando se esconder dos pingos que caíam em suas penas e eles sacudiam naquela dança que só uma ave sabe fazer, se encolhe toda e depois balança tudo. Os carros passavam nas poças naquela teimosia de molhar quem trafega pelas calçadas, a alegria de uns é a desgraça de outros. Guarda-chuvas abertos, mas por pouco tempo, a chuva era tão pouca que mal dava para se molhar. Como desde criança, eu preferi ir sem proteção, deixando que os pingos do sereno me molhassem de leve, sem preocupação com gripes ou resfriados, não se pode perder um momento desses, contato direto com a natureza. Hoje é diferente, o dia amanheceu azul, poucas pessoas percebem, mas o céu é tão azul, mas tão azul, que se você ficar olhando muito tempo você se perde nele. Ao longe estão algumas nuvens brancas, branquíssimas, só pra disfarçar. Hoje não precisa de jeito nenhum de guarda-chuva, talvez de guarda-sol. Mas como ontem vou sem proteção, deixa o sol arder na cara e sentir a energia. Não sei qual é o mais bonito, o céu cinza de ontem ou o céu azul de hoje. "Meu céu da minha cidade". É a beleza não vista, muitas vezes até escondida no dia-a-dia de correria, ninguém percebe...

domingo, 16 de agosto de 2009

Usain Bolt, the legend...



Até eu que falo que atleta não é herói, devo dizer que me rendo a este cara. Usain Bolt é genial. Eu sempre me emocionei com os esportes e ano passado nas Olímpiadas mais uma vez fiquei impressionado com o esporte, Bolt apareceu como fenômeno e ganhou 3 medalhas de ouro e quebrando os 3 recordes.
Desde que fiquei sabendo do Mundial de Atletismo este ano, já fiquei super ansioso em ver a final dos 100m rasos, e não podia ser diferente, o cara arrasou. Pra ele não existe estresse, não existe pressão, ele sabe que pode, por isso, é só correr. 9s58, esse é o tempo do novo recorde mundial, "ah ele usa algum doping!", acho muito difícil, o bicho é bala.
Com as suas molecagens e gaiatices (que até parece brasileiro) que contagiaram o mundo e os demais atletas, agora ele pode dizer que é campeão olímpico e mundial da prova mais rápida do atletismo. Interessante uma reportagem que mostrou que em diversas provas os atletas não estão mais ficando tão tensos, mas rindo e relaxando igual ao Bolt. Menos o americano Tyson Gay (2º colocado) que já disse que o "Bolt não é imbatível", foi mal cara, mas tu vai ter que correr muito pra ganhar dele. O pódio dos 100m fechou-se com outro jamaicano, Asafa Powell.
Acreditem, o genial Bolt tem apenas 22 anos, ainda tem muitas vitórias pela frente, já nesse Mundial ainda falta ele correr os 200m e o revezamento 4x100. E tudo isso não podia acontecer em lugar mais apropriado, o Estádio Olímpico de Berlim, o mesmo palco onde em 1936 Jesse Owens calou nada mais nada menos do que Adolf Hitler. Mais uma vez um negro pra provar que esse negócio de raça superior é tudo papo furadíssimo.
Bolt não calou ninguém, apenas mostrou como é que se faz pra ser um campeão genial sem precisar se estressar numa final. O cara é fera, deve nem precisar de psicólogo.

E como é impressionante esta revolução tecnológica, esta globalização, o que aconteceu há poucas horas lá na Alemanha já está gravado pra sempre aqui no meu computador...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Rede Globo X Rede Record...

Qual é a mais mentirosa? A emissora do plimplim ou a do bispo estribado?
Nessa semana começou a briga entre as duas maiores vitrines da televisão brasileira. A Rede Globo, já com destaque para as suas fraudes, calúnias, apoio à ditadura, e a Rede Record, que aos poucos foi colocando as garrinhas de fora e agora vem que vem com tudo.
Tudo isso para ver quem consegue o monopólio da TV brasileira. Tudo isso pra ver quem tem mais poder no país. E o povão fica aonde no meio disso tudo? E nós, o que temos a ver com essas histórias? Quero saber das notícias do país e do mundo, mas tenho que ver briga entre duas concorrentes.
É bispo que desvia dinheiro dos "fiéis", comprando a fé deles ou é tudo história da poderosa? Engraçado é que a Record acusa a Globo de monopólio e ela mesmo vai criar um. Nas próximas Olimpíadas, uma das coisas mais vistas no mundo, a Record é a única que vai passar os Jogos pra cá. E por acaso isso também num é monopólio? Outra coisa, os "pobres" jornalistas da Record, a grande maioria criados na Globo, são "obrigados" (ou quem sabe não) a falar mal da antiga casa. Da Globo não precisa falar nada, surgida nas escuras da ditadura, foi divulgando a sua "idéia" por todo o país e hoje até o que acontece na Índia é copiado aqui no Brasil, pode um negócio desses?
Calúnia ou crítica, investigação ou acusação. E a nossa cara continua sem ser vista na televisão. Edir lascar Marinho. E eu que num tenho nada com isso? Bispo Macedo ou "finado" Roberto Marinho, qual dos dois é o dono do Brasil?...

sábado, 8 de agosto de 2009

A minha cara na TV

A minha cara está na TV,
Mas ninguém pode ver.
Todos os dias ela está lá,
Basta o canal sintonizar.
Ela é a estrela da TV,
Mas ninguém pode reconhecer.
Todos olham pra ela,
Mas ninguém pode enxergar.
Ela está em todos telejornais,
Nas esquinas e nos sinais.
Ninguém olha, nem dá atenção.
Só olham pro atleta, pro artista,
Só olham pro deputado, pro ladrão.
A minha cara passa despercebida,
Mas é a que mais deveria ser olhada.
Olhada pelos detentores do poder
Que alguma coisa deveriam fazer.
Mas ninguém conhece minha cara.
Seria a cara do perdão ou da vingança?
Do desespero ou da esperança?
É só a cara do povo brasileiro,
Que não aguenta mais tanto desespero.
A cada dia pedindo uma pequena ajuda,
Mas não há ninguém que lhe acuda.
A cada dia lutando por um pedaço de pão,
Mas ninguém lhe dá ouvidos na televisão.

(Janderson Oliveira)

sábado, 1 de agosto de 2009

Tecnologia

Casa hi-tech,
Câmera multifuncional,
Impressora à laser,
Internet banda larga.
E eu, o que faço com essas coisas?

Comida light,
Carro flex,
Geladeira frost free,
Garrafa térmica.
O que seria dessas coisas sem mim?

Vídeo-game,
Cyber café,
Televisão à cabo,
Avião supersônico.
Por que eu preciso disso?

Calça jeans,
Gravador de CD,
Home theater,
Microprocessador.
E eu, o que faço com tudo isso?

(Janderson Felipe)

Nessa lista já podem ser acrescentados uma impressora 3D e um jato F5 de 5ª geração...

sábado, 25 de julho de 2009

Escutando o silêncio...

E esse silêncio que estoura os meus ouvidos? É o silêncio noturno que me assombra toda noite. Zumbi, zumbizado, zumbizando. Todos os sons, todas as vozes, todas as palavras invadem minha mente. É só o som do silêncio que me ataca em todo sono. Silêncio da insônia, insônia do barulho, barulho do silêncio. Quanto mais silêncio, mais eu ouço. Lá longe, aqui perto, lá fora, aqui dentro. O som do silêncio está em todo lugar, ele me persegue toda noite, a noite toda. Psiu! Silêncio para escutá-lo...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Esta noite eu tive um sonho...

Esta noite eu tive um sonho. No sonho não havia fronteiras de tempo e nem de espaço, você podia viajar por onde quisesse e conhecer quem você quisesse. Você poderia ir até o mais remoto dos tempos, conhecer as pessoas que fizeram a história da humanidade, os acontecimentos ditos mais importantes e você também poderia viajar pra frente, conhecer o que ainda virá, o que será disso aqui tudo. O mais legal era que você podia estar em vários lugares ao mesmo tempo, estar com várias pessoas ao mesmo tempo, e depois, você lembraria de tudo aquilo que você presenciou, que você viveu.
Você lembraria de ter caçado com os primitivos, de ter visto a beleza de Eva, de ter visto os dinos, de ter conversado com Sócrates, de ter dado um passei pelo Nilo, de ter dado um beijo em Cleópatra, de ter dado a sua opinião na Ágora, de ter ido à Antiga Roma, de ter visitado as mais belas paisagens de Norte a Sul e de Leste a Oeste, de ter ido à Índia e à China, de ter cumprimentado Jesus Cristo, de ter tirado um papo com Rousseau, de ter descoberto o Brasil antes dos europeus, de ter presenciado os discursos no Parlamento, de ter trabalhado com os escravos, de ter falado pro Freud: “Você foi um dos grandes” , de ter abusado dos militares, de ter tocado com Raul, de ter proseado com Gessinger, de ter dito a verdade em Brasília, de ter conhecido meu filho amanhã, de ter lido o teu próprio livro, de ter descoberto que você já é avô, de ter ido à Marte antes da NASA, de ter ajudado a evitar a 3ª Guerra Mundial, de ter procurado velhos companheiros, de ter amado a mesma mulher de 50 anos atrás, de ter visto você mesmo quando tinha apenas 5 anos.
Mas disso tudo, nada é importante. O mais importante do sonho era que você poderia estar mais próximo das pessoas que você realmente ama. Você poderia estar ao mesmo tempo com várias pessoas, mesmo elas estando sozinhas e elas não podiam te ver. Você era capaz de guiar os passos delas, mostrar o caminho certo a seguir, o caminho do bem. Você só levaria as pessoas para o bem, pois não havia vez para se ter ódio, se ter raiva, querer o mal dos outros. No sonho você era um espécie de anjo que ajudava a todos e principalmente aqueles que você ama. Do que eles precisassem, você era capaz de ajudá-los. Mesmo sem eles saberem, você os conduzia firmemente para a melhor opção. Neste sonho você se sentiria bem em saber que estava ajudando quem você gosta e se satisfazia mais ainda em saber que elas também gostavam muito de você.
Pena que era tudo um sonho, mas um sonho que era tão real. Talvez esse sonho vire realidade, quem sabe no outro lado da vida? Mesmo os mais céticos gostariam de saber que isso se tornaria realidade depois disso tudo aqui. Todos capazes de se ajudarem, de fazerem o bem por aqueles que amam. Será, será? Será que esse sonho já era realidade? Será que realmente vivi tudo isso? Será que ainda vamos todos viver esse sonho? “Um sonho quando é bom não devia ter fim e quando vira pesadelo fica tão ruim”...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Casa da ilusão

Não tenho nada pra dizer,
Por isso repito o que já foi dito antes.
Depósito do erro.
Não tenho mais o que fazer,
Por isso me apego ao passado.
Oficina do engano.
Não tenho com quem dialogar,
Por isso me conformo comigo mesmo.
Escritório da loucura.
Não tenho nenhum objetivo,
Por isso sigo sempre com meus sonhos.
Casa da ilusão.

(Janderson Oliveira)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Valeu professor...

"É tão estranho, os bons morrem jovens...". Infelizmente mais uma vez isso acontece, perdemos a simpatia e o carisma de um grande professor.
A resposta pra pergunta feita é ela, é ela que passa a existir quando deixamos de ser. Algo que é tão comum, tão normal, mas que quando acontece perto da gente dá medo. A gente fica indefeso, triste, desorientado. A gente se pergunta como pode? Assim de uma hora pra outra, como pode acontecer isso?
Há três semanas nós estávamos em sala de aula falando sobre as nossas experiências como professores e ele estava lá conosco ouvindo cada história. Há duas semanas ele estava nas primeiras bancas de monografia, orgulhoso pelo crescimento do nosso curso, empolgado por vê a gente pesquisando em todos os ramos da Educação Física, essa área do qual ele sempre gostou. Eu sei que desde cedo ele sempre gostou de praticar atividade física, sei que já foi atleta e há muito tempo estava presente na universidade, mesmo jovem foi um dos nossos primeiros professores do curso.
E agora? Ainda tão jovem se vai assim sem dar aviso, de repente, pra nos deixar essa lacuna. É difícil até de acreditar, como pode, como pode? Ele que nos últimos quatro anos esteve presente assim tão perto. Nos meus primeiros dias de universitário deu uma palestra sobre qualidade de vida, totalmente diferente daquilo que eu esperava, me ensinou ali na sala de aula os conteúdos de fisiologia do exercício, estava há pouco conosco vivenciado nossos projetos de estágio e de repente se vai.
Tenho inveja dos católicos, pois acreditam que ainda é possível vê-lo em outra dimensão. Tenho inveja dos espíritas, pois acreditam que ele voltará em outra ocasião. Mas, infelizmente, não tenho essa crença, infelizmente para mim é só o final disso aqui que é a vida. É tão cruel, tão pouco, temos apenas essa vida e nada mais, temos apenas essa oportunidade para fazermos tudo que queremos aqui e agora. Temos que aproveitar apenas essa oportunidade que ela se vai assim de repente como o nosso professor.
Já perdi a oportunidade de viver com uma pessoa especial para mim, nem tive essa oportunidade, pra falar a verdade. Agora perdemos uma pessoa que trazia a calma em todos os momentos, nunca demonstrava raiva ou ódio por algo ou por alguém, tinha sempre uma palavra amistosa pra falar, um estímulo pra nos dar continuidade na nossa carreira. Só resta agora lamentar essa partida tão repentina e agradecer a esse grande professor e essa grande pessoa. E é impossível não lembrar as suas palavras: "Pô cara, fica tranquilo que vai dar tudo certo...". Professor Thelmo, calmaria e paz sempre, deixe quieto que continuarei lutando pra dar tudo certo sim, valeu professor...

Falano cum Patativa

Num falo do sertão,
Pra num disôbedecê seu Patativa.
Então a minha solução
É encontrá ôtra alternativa.
Falo mermo da cidade,
Que aqui é o meu chão.
Dêxo queto sua terra
E as coisa bela do sertão.

As coisa aqui são mermo deferente
Daquelas cantada no sertão.
Mas também tem muita semeiança,
Referente à isploração.
Tanto no sertão quanto na cidade
A vida é bem compricada.
É rico isplorano pobre
E num acaba essa impreitada.

Seu Patativa a cidade cresceu
E os pobrema dela também.
Da comida que come o rico
Pro pobre nunca tem.
Quanto a inducação que o sinhô falô,
Aqui num tem pra todo mundo.
Enquanto fí de rico vai pro colejo,
Fí de pobre é dito vagabundo.

É gente dando em gente
Pra tê um lugázim pra morá.
Enquanto o rico tem cobertura,
Pobre num tem nem onde se assentá.
A fome, a dô e a misera
Tem é em todo lugá.
Nós tem é que mudá essa história,
Antes do mundo se acabá.

Mas mudano de assunto,
Vô agradicendo o sinhô.
Por tê feito tanto verso bunito
E cantano as coisa do interiô.
Nós é fío do Nordeste,
Nós num nega nosso naturá.
Nessas prosa bem medonha,
Cada um tem muito que falá.

Eu falo aqui da cidade
Pois dela cunheço bem.
O sinhô fala do sertão
E de tudo que nele tem.
No final nós junta tudo
Pruma rima bem gostosa.
E disfruta da puisia,
Essa arte tão vistosa.

O sinhô cantô de lá
E eu cantei de cá.
Mas já tá chegano a hora,
Dessa rima se acabá.
Brigado pelas suas palavra
Que revolucionarum a puisia.
E é lendo as suas história
Que eu vô fazeno as minha.

(Janderson Felipe)

Homenagem ao grande Patativa que há sete anos voou dessa pra melhor...

sábado, 4 de julho de 2009

Emílio

Deixa o Emílio voar,
Certamente ele vai mais alto que Ícaro.
Solta o Emílio,
Ele descobrirá por si só os segredos do mundo.
Deixa o Emílio viver,
Fugir das amarras do caminho.
Liberta o Emílio,
Que ele saberá o momento exato de crescer.
Não prenda o Emílio,
Deixe que ele os surpreenda.
Não amarre o Emílio,
Deixe que ele os encare.
A natureza é a escola de Emílio,
Ele não precisa dos ensinamentos dos homens.
A natureza é a casa de Emílio,
Ele não necessita das regras dos homens.
Emílio hesita,
Mas desenvolve.
Emílio erra,
Mas aprende.
Quando Emílio crescer,
É ele que os ensina.
Quando Emílio crescer,
É ele que os anima.
Então deixa o Emílio viver,
Então deixa o Emílio voar.
Emílio por si só,
Saberá se cuidar.

(Janderson Oliveira)

De que lado?...

O cientista estuda, estuda e estuda, pra no final descobrir que aquilo que descobriu não é totalmente certo. O artista cria, cria e cria, pra no final descobrir que aquilo que produziu não passou de uma mentira. O religioso crê, crê e crê, pra no final descobrir que aquilo que acreditou não passou de ilusão. O povo discute, discute e discute, pra no final descobrir que aquilo que falaram não passou de um monte de histórias que não servirão pra nada.
Pobre do cientista, a sua pesquisa nunca estará 100% correta. Pobre do artista, a sua arte foi só invenção da sua cabeça. Pobre do religioso, a sua fé nunca conseguirá provar a existência do divino. Pobre povo, a sua discussão nunca terminará tendo ele como vitorioso.
E eu, pra que lado eu vou? De que lado eu sambo, eu sambo de que lado? Do lado do cientista? Do lado do artista? Do lado do religioso? Do lado do povo?...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Meu céu da minha cidade

Gosto do céu,
Do céu azul e bem limpinho,
Sem nenhuma nuvem,
Gosto da imensidão do azul.
Gosto mais ainda do céu,
Do céu azul com nuvens brancas,
Branquinhas igual algodão,
Gosto das figuras que elas formam.
Gosto infinitamente mais do céu,
Do céu escuro e cheio de estrelas,
Com a lua cheia lá ao fundo,
Gosto de vê-la da janela do meu quarto.
Esse é o meu céu,
O céu do meu mundo.
Esse é o meu mundo,
O mundo do meu sonho.
Esse é o meu sonho,
O sonho que é real.
Essa é a minha realidade,
A realidade da minha cidade.

(Janderson Felipe)

Olhando pro céu de Fortaleza...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Revelando minha essência...

E tenho muitas faces e muitas fases que quase ninguém conhece, quer dizer, apenas uma pessoa conhece minha verdadeira essência e ela é essencial pra mim. Não é transtorno bipolar, eu sei lidar com essas mudanças de caráter, não é meu querer, é minha vida que exige uma fase pra cada lugar, uma face pra cada pessoa. Mas na minha essência eu sou ista, sou ego, sou zista, sou narci, sou nista, sou hedo. Não sei se escondo bem, mas esse sou eu. É só perceberem nas coisas que eu escrevo, tudo em primeira pessoa do singular, sou eu, eu e eu, nada mais. Meu melhor amigo não é ninguém mais do que o espelho, ou seja, eu e mim mesmo. O prazer não é o que dói, é o mais puro êxtase. Da próxima vez em que eu estiver com você, decida, decida quem você quer que eu seja, meu temperamento só dependerá de você. Sei lidar com isso e isso me ajuda...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Meu mundo do meu jeito...

"Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito...". Eu só quero ser o contrário de tudo aquilo que eu vejo...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Tempos de menino...

Se um dia a gente não mais se ver, não chore lágrimas de tristeza, apenas sonhe sonhos de felicidade. Felicidade dos momentos bons que a gente passou na infância, tempos de menino, correndo prum lado e pro outro, jogando bila, soltando raia, jogando bola.
O tempo passou e nos distanciou, crescemos e não nos correspondemos, você foi indo e eu só observando, quando me dei conta você já estava longe, distante. Nossas brincadeiras de menino não eram mais as mesmas, nossos momentos de alegria se foram no tempo, só ficaram no pensamento.
Já não sei mais por quais caminhos você anda, quais becos, quais ruas, quem são seus amigos, seus comparsas, do que você gosta, do que você vive, onde você vive. O tempo foi cruel com a gente desde sempre, ainda meninos não tínhamos alguém especial nas nossas vidas, eu consegui vencer muitas batalhas, infelizmente você se deixou levar por essa vida doida.
Não te julgo, não te condeno, você faz o que quiser, quem sou eu pra impedir algo, pra me intrometer na vida de alguém que já nem conheço mais. Queria ter coragem de te procurar de novo e tentar te explicar os motivos pelo qual deve voltar, mas como sempre eu não consigo, os pensamentos não se tornam realidade. Acredito que sou fraco, diferente de você que sempre teve um caráter bem forte.
Fico aqui esperando que você volte, que nós possamos nos falar novamente, trocar as velhas idéias e quem sabe brincar dos mesmos jogos que brincávamos anteriormente. Uma coisa que eu tenho é muita esperança, espero que nós consigamos nos reunir novamente, quem sabe a gente possa voltar aqueles tempos de menino...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Minha sina

Já passaram muitas chuvas e muitos sóis,
Mas em nenhum momento estivemos sós.
Nem na maior das tempestades a gente se separou
E foram nos momentos quentes que a gente se revelou.
Um sempre ligado ao outro, em cada instante.
Não teve sequer um segundo que ficássemos distantes.
A cada dia que vivo com você,
Só aumenta ainda mais a vontade de viver.
Viver com alegrias, com decepções, com lembranças, com sonhos
E assim nosso amor vai ficando mais alegre, forte, maduro, medonho.
Ainda não te descobri totalmente,
Lembro daquela noite e continuo contente.
Você me deu a paz, a alegria, a união,
Meio sem querer, conquistou meu coração.
Desculpa se não te dei tudo aquilo que queria.
Desculpa se te dei só palavras, mas elas são minha quantia.
Muito já foi vivido e muito mais ainda virá.
Essa sintonia só acaba quando a idade não mais aguentar.
Mesmo velhinha ainda será minha menina,
A minha morena Helena pequenina.
E não resta dúvida de qual será minha sina,
Continuar sempre escrevendo pra minha linda menina.

(Janderson Oliveira)

Pra minha menina...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mais do mesmo de novo...

De todas essas teorias científicas que andam falando por aí, creio que me encaixo mais no relativismo. Serei eu um relativista? Depende. Vê? Pra mim tudo depende de outra coisa, tudo tem que ter um E SE...
Na literatura, creio que sou um barroco, as antíteses, os paradoxos, as contradições, os opostos me atraem e se atraem por si só. Tem coisa melhor do que confundir as idéias dos outros? Divino e profano sempre andam juntos, o profano sempre tendo mais valor no que é dito. Queira Deus que eu esteja errado? Ops, mas não sou dessas coisas divinas. Então ambos andam juntos mesmo, e ainda mais, de mãos dadas. Não tem melhor ou pior. Também na literatura me agrada a oralidade, mais uma contradição. Deixa eu explicar, eu gosto de escrever do jeito que a gente fala, não me importando tanto com as regras de escrita, então eu gosto da oralidade na escrita, é só lembrar do grande Patativa, seus poemas escritos do jeito que ele falava.
Referente às músicas, creio que sou eclético. Tudo me agrada, não me falta nada. Quer dizer, a música brasileira me agrada, o internacional a mí no me gusta. Pra mim, toda a musicalidade brasileira me completa, não precisa eu ir pra fora se eu já tenho tudo aqui no meu país. Além do mais, não tenho ouvido pra decifrar os outros idiomas, não tenho vontade de buscar as letras das músicas estrangeiras e muito menos tenho paciência pra decifrá-las pro português. De que vale uma música se eu não sei seu significado, seu conteúdo. Então me agarro às nossas raízes.
Sou tão assim, cheio de dúvidas, mas isso não me importa, por isso que sigo Raul e vou sendo metamorfose ambulante. Mas é claro, o que eu acredito hoje, amanhã já é diferente e eu posso deixar de acreditar. Os pensamentos são tantos e tão diferentes, tão loucos.
Não sei o que acontece, mas quando entro no ônibus tudo se abre na minha cabeça, quando sento no assento, todo um mundo, mundo não que é pequeno demais, todo um universo invade meu ser. Tenho quadrilhões de pensamentos durante a viagem, é uma verdadeira viagem, no ônibus e na cabeça. Quantas dessas minhas loucuras escritas aqui surgiram no ônibus, os pensamentos vinham e de repente as idéias se juntavam, era só chegar em casa e transcrever pro PC. Agradabilíssimas essas duas viagens.
Queria escrever pouco, mas agora já foi, um monte de palavras apareceram na tela branca e um emaranhado de informações surgiu do nada, quer dizer, do tudo que é essa complexa mente sã que vos fala. O texto já foi e eu já fui...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Histórico da Escola Normal do Ceará...

A aspiração para criar escolas de formação de professores no Brasil começou ainda no Império, porém havia dificuldades na criação das Escolas Normais em todo o país. Em 1879, a Reforma de Leôncio de Carvalho, que tinha valor somente no Rio de Janeiro, foi um marco para a criação desse tipo de escola.
No Ceará, a primeira tentativa de criação de uma Escola Normal deu-se em 1837, no mandato do presidente da província, José Martiniano de Alencar. A Lei 91, de 05 de outubro de 1837, criava temporariamente a Escola Normal do Ceará, porém a escola não foi instalada por falta de recursos e continuidade administrativa. Após esse fracasso na tentativa da criação da Escola Normal, o estado ficou ainda um longo período sem sua escola de formação de professores.
Somente com a Lei 1790 de 1878, ressurge o interesse na criação da Escola Normal, que viria a se concretizar apenas no fim do Império, no ano de 1884.
A regulamentação da recém-criada Escola Normal do Ceará foi orientada por legislações concebidas em anos anteriores a sua efetivação. Essa regulamentação estava presente na Lei nº 1790, de 28 de dezembro de 1878 e no Regulamento da Instrução Pública de 1881. "Somente no ano seguinte (1885), é expedido o primeiro Regulamento da instituição”.
Escola Normal do Ceará foi o primeiro nome da nova instituição de ensino e seu prédio ficava localizado na Praça Marquês de Herval (posteriormente chamada de Praça José de Alencar). A Escola Normal teve algumas mudanças de localização durante esses anos. No período de 1919 a 1923, a escola foi instalada no pavimento térreo da Fênix Caixeiral. Após reivindicações, o presidente do estado, Justiniano de Serpa, mandou construir o novo prédio da escola na Praça Figueira de Melo (onde hoje funciona o Colégio Justiniano de Serpa). A escola funcionou nesse local até 1958, ano em que se mudou para o Bairro de Fátima, já com o nome de Instituto de Educação do Ceará. Além das mudanças de locais, a Escola Normal também mudou várias vezes de nome.
Ao longo de sua trajetória a Escola Normal recebe várias denominações: Escola Normal Pedro II (Lei nº 2260, de 28 de agosto de 1925), seu segundo nome; Escola Normal Justiniano de Serpa (Decreto-Lei nº 122, de 2 de março de 1938); Instituto de Educação (Decreto-Lei nº 2007, de 7 de fevereiro de 1947) e, no final dos anos 50 recebe sua atual denominação, Instituto de Educação do Ceará (Lei nº 8559).
Pode-se ser percebido que no momento histórico estudado neste texto (1930-1945), a Escola Normal do Ceará teve duas denominações: Escola Normal Pedro II e Escola Normal Justiniano de Serpa. Para deixar claro ao leitor, utilizaremos apenas a nomenclatura Escola Normal do Ceará para se referir à esta instituição de ensino.
Juntamente com a Escola Normal do Ceará, foi criada a sua Escola de Aplicação, também chamada Escola Anexa, que ficou em funcionamento até o ano de 1918. A Escola de Aplicação era o local da prática pedagógica dos alunos da Escola Normal. Essa escola ressurgiu em 1922 com a denominação de Escola Modelo.
Até a década de 1920, período que divide a história da educação no Ceará, a Escola Normal não tinha muito prestígio. A sua verdadeira importância deu-se somente após a Reforma de 1922, marcada pelo ideário da Escola Nova.
Para se entender melhor o período em estudo, é preciso conhecer um pouco do período anterior, ou seja, a década de 1920, e toda sua efervescência com iniciativas para as reformas sustentadas pelo pensamento escolanovista.
Em todo o país começam a surgir diversas reformas educacionais com caráter voltado à Escola Nova, buscando romper com a pedagogia tradicionalista que era presente na educação brasileira. Vale lembrar que essas idéias escolanovistas já haviam sido divulgadas no Brasil por Rui Barbosa, ainda no Império, mas sem muita força como na década de 1920.
No Ceará, as idéias modernas de educação também já eram pregadas desde o final do século XIX. Após viagem aos Estados Unidos, o advogado e professor de latim, Amaro Cavalcante, apresentou um Relatório ao presidente da província e à população cearense. Tal Relatório foi escrito em 1881 e dava informações acerca da instrução primária americana.
No Relatório, Amaro Cavalcante trata da educação de um modo geral; do método escolar; das escolas normais e da inspeção da educação pública. “O debate em torno das idéias por Amaro Cavalcante e demais fundadores da Escola Normal e suas conseqüências práticas preparam o terreno para que o escolanovismo florescesse a partir do impulso dado pela reforma de 1922”.
A Reforma de 1922, mais conhecida como Reforma Lourenço Filho, realizada no governo de Justiniano de Serpa, marca o início de uma nova fase da educação no estado. Ela ocasiona mudanças no ensino primário e normal do estado, além da criação da Diretoria Geral da Instrução.
Não se sabe até que ponto ocorreu essa mudança do tradicionalismo para a prática de um ensino dito moderno, esse é um assunto ainda em discussão nos estudos e se tentará com esse estudo buscar informações acerca dessas mudanças no âmbito da Educação Física.

Texto extraído do meu projeto de monografia intitulado: "A prática de Educação Física na Escola Normal do Ceará (1930-1945): entre o tradicionalismo e a Escola Nova", e fala um pouco da história da Escola Normal do Ceará no período citado. Retirei as referências desse texto, porém estão todas no meu projeto.
Como já foi dito, trata-se apenas de um projeto, ainda tem muita coisa a ser estudada, pesquisada e escrita. Estou muito empolgado com a elaboração desse trabalho, como sempre a história me fascina e dessa vez não é diferente, toda uma nova história surgindo para mim, quero só desvendá-la mais e mais...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

"O corpo fala"...

"O corpo fala", há pouco tempo fui descobrir que essa expressão realmente é válida, literalmente o corpo fala, quer dizer, literalmente não, corporalmente. Essa expressão é muito falada no meio dos profissionais de Educação Física e Psicologia, mas eu sempre ficava com um pé atrás em relação a essa história do corpo falar. Cheguei até a ler um livro que tem como título essa mesma expressão, pensava que iria ser uma leitura interessantíssima, mas não me agradou muito.
Faz cerca de 2 meses e meio que comecei um curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e comecei a perceber a partir disso o quanto o nosso corpo se comunica sim. Por si só o aprendizado de Libras já é uma coisa fascinante, toda uma língua escondida nos nossos movimentos, no nosso corpo. Mas o mais impressionante é que agora fico percebendo as pessoas conversando (em português mesmo, não em Libras) e o quanto elas utilizam o corpo juntamente com a fala. Sempre fico olhando um círculo de amigos, uma dupla, o professor durante a aula e eles estão sempre demonstrado aquilo que estão falando através de gestos, é como se eles desenhassem o que falam, o ar é seu quadro e os dedos, as mãos e, às vezes todo o corpo, são os seus pincéis. É, realmente para falar, nós também utilizamos o corpo e o corpo por si só também fala, demonstra nossa personalidade, nosso estado de ânimo, nossas tensões.
Voltando à Libras, essa é uma língua interessantíssima, cheia de simbolismo, de representações das coisas, tudo está relacionado com o concreto, com o que as coisas realmente são, entendem? As configurações (gestos feitos com a mãos) ou sinais das Libras estão sempre ligadas ao real, sempre lembram a palavra que queremos dizer. Achava que seria difícil aprender essa nova língua, mas nas aulas eu estou sempre querendo saber mais e mais, realmente é algo fascinante. Tudo que queremos falar está expresso ali, no nosso corpo...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Música boa...

Para mim, música boa é aquela que tem conteúdo, não me interessa muito a forma. É a letra da música que expressa o verdadeiro sentido dela, o ritmo em que ela é tocada é o de menos. Não importa se é funk ou forró, samba ou rock, o que interessa é o significado que sua letra quer passar, por isso que a letra deve ser boa. Não interessa se a "Súplica cearense" é cantada na sanfona de Luiz Gonzaga ou no sample d'O Rappa, o que interessa é a humildade da fala do sertanejo cearense se desculpando por ter errado na oração. Não interessa se a "Aquarela do Brasil" é cantada na voz de Ary Barroso ou na de Gal Costa, o que interessa é o Brasil ser mostrado de forma magnífica na letra. Só não vale é a letra ser esdrúxula, repetitiva, de fácil memorização, mas péssima audibilidade, como são muitas das músicas feitas hoje em dia. Enfim, para mim, não interessa se a música boa tenha forma, o que me interessa é o seu conteúdo, o que interessa é o que o compositor tem pra dizer...

Súplica cearense


Oh! Deus, perdoe esse pobre coitado 
Que de joelhos rezou um bocado 
Pedindo pra chuva cair, cair sem parar 

Oh! Deus será que o senhor se zangou 
E é só por isso que o sol se arretirou 
Fazendo cair toda chuva que há 

Oh! Senhor, pedi pro sol se esconder um pouquinho 
Pedi pra chover, mas chover de mansinho 
Pra ver se nascia uma planta, uma planta no chão 

Oh! Meu Deus, se eu não rezei direito 
A culpa é do sujeito 
Desse pobre que nem sabe fazer a oração 

Meu Deus, perdoe encher meus olhos d'água 
E ter-lhe pedido cheio de mágoa 
Pro sol inclemente, se arretirar, retirar 

Desculpe, pedir a toda hora 
Pra chegar o inverno e agora 
O inferno queima o meu humilde Ceará 

Oh! Senhor, pedi pro sol se esconder um pouquinho 
Pedi pra chover, mas chover de mansinho 
Pra ver se nascia uma planta no chão, planta no chão

(Gordurinha / Nelinho)

E num é que o forró se encaixou direitinho no reggae. Ótima essa versão que O Rappa fez da música "Súplica cearense" que já tinha sido imortalizada nas vozes de Luiz Gonzaga e Fagner. Que pena que mais uma vez a água acaba com a esperança do nosso humilde povo do Siará. O povo luta e luta contra a seca, mas de repente vem a chuva e leva tudo embora. E a culpa disso tudo é de quem? De Deus ou do próprio homem? "Ganância demais. Política demais. Descaso demais. Tristeza demais. Pobreza demais. Miséria demais. Interesse tem demais"...

Analogisando psicanaliticamente o futebol...

"E quando analisamos psicanaliticamente o futebol, por exemplo, nós encontramos uma explicação multimilenar para a força que o futebol traz dentro de si. Outrora, milênios e milênios, quando os inimigos se defrontavam em guerras sem quartel, os vencidos eram degolados e suas cabeças rolavam ao chão e os vencedores as chutavam, fazendo com que rolassem como se fosse uma bola. Isso traduzia a força mística de uma das religiões mais antigas que é o bramanismo, segundo a qual, os homens teriam sido criados em quatro castas: os sacerdotes proveriam da cabeça de Brama; os guerreiros, do peito de Brama; os comerciantes e artesãos proveriam do abdômen de Brama e, finalmente, os parias proviriam dos pés de Brama. E nestes combates, com a parte mais vil de seu corpo (os pés), os vencedores chutavam a parte mais nobre de seus inimigos (a cabeça), demonstrando exatamente o desprezo que por eles manifestavam, fazendo rolar com chutes sucessivos a cabeça dos vencidos..."

Palestra ministrada pelo professor Inezil Penna Marinho no VI Encontro Nacional de Professores de Educação Física, realizado na cidade de Tramandaí, Rio Grande do Sul, em abril de 1980.
Extraído do livro "Inezil Penna Marinho: coletânea de textos" (2005), organizado por Silvana Vilodre Goellner.

Mas que analogia mais impressionante...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Paradoxos...

Eu sou preciso nos meus movimentos, mas qualquer um faz qualquer coisa melhor que eu. Eu só preciso dos meus movimentos, por isso ninguém faz nada para mim. Eu suo com os meus movimentos, mas nada soa bem aos ouvidos. De tudo que eu quero, nada jamais será feito. De nada do que eu deveria querer, tudo já está realizado. Não gosto de falar, por isso escrevo. Não gosto de fazer, por isso penso. Se nada faz sentido, eu lhe dou todos. Se todos são iguais, não sou assim. Se é pra frente que se anda, então eu volto atrás. Para um lado e para o outro, sem direção. Pra se fazer o que é certo, disposição. Pra discordar de tudo isso, contradição...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A hora mais apropriada

Na escuridão da noite
Ou no clarão da madrugada?
Qual é a hora mais apropriada
Para brincar de ser adulto?

Se a noite é uma criança,
Brincando a gente faz uma.
Na madrugada não pára,
Nesse jogo ninguém separa.

São dois nessa partida,
Somente um contra o outro.
Na posição preferida,
Se faz tudo e mais um pouco.

É hora do músculo enrijecer,
Num êxtase puro de prazer.
O falo pronto para fazer,
O que o outro órgão querer.

No meu falo você cala,
No teu colo eu descanso.
Depois volta o exercício
E dessa vez eu sou mais manso.

As palavras são os estímulos,
Por isso não me calo.
Peço tudo o que quiser,
Fantasias então eu falo.

Agora mudou a posição,
Mas continua a atração.
No pé do ouvido ela vai pedindo
E para fazer eu vou sorrindo.

A noite chegando ao fim,
A madrugada aparecendo.
Se deixarem tudo assim,
Até amanhecer se vai gemendo.

Gozou, gozei, gozamos,
Mais suados nós ficamos.
Ela diz: "Eu quero mais."
Eu respondo: "Está bem, a gente faz."

No final tudo feliz,
Foi feito tudo que se quis.
Dia, noite ou madrugada,
Qualquer hora é a mais apropriada.

(Janderson Felipe)

Passando a madrugada em claro fazendo coisas.
A poesia meu povo...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Pro Poeta Safado

O sujeito é uma figura,
No sentido figurado.
Porque no sentido real,
Ele é um poeta safado.

Safado para expor qualquer negócio,
Do sexo ao amor, do trabalho ao ócio.
Tudo junto, nada separado.
Para ele qualquer assunto é adequado.

Literária é sua mente,
Totalmente marginal.
Livre de qualquer regra ou lei
Que desajusta o intelectual.

Literalmente poeta,
Creia, cria e recria.
Porque com uma mente dessa meu caro,
Qualquer assunto ou conversa vicia.

(Janderson Felipe)

Prum poeta amigo meu, Safado no nome, gênio nas palavras...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Cante lá que eu canto cá

Poeta, cantô de rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.

Se aí você teve estudo,
Aqui, Deus me ensinou tudo,
Sem de livro precisá
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá, que eu canto cá.

Você teve inducação,
Aprendeu munta ciença,
Mas das coisa do sertão
Não tem boa esperiença.
Nunca fez uma paioça,
Nunca trabaiou na roça,
Não pode conhecê bem,
Pois nesta penosa vida,
Só quem provou da comida
Sabe o gosto que ela tem.

Pra gente cantá o sertão,
Precisa nele morá,
Tê armoço de fejão
E a janta de mucunzá,
Vivê pobre, sem dinhêro,
Socado dentro do mato,
De apragata currelepe,
Pisando inriba do estrepe,
Brocando a unha-de-gato.

Você é muito ditoso,
Sabe lê, sabe escrevê,
Pois vá cantando o seu gozo,
Que eu canto meu padecê.
Inquanto a felicidade
Você canta na cidade,
Cá no sertão eu infrento
A fome, a dô e a misera.
Pra sê poeta divera,
Precisa tê sofrimento.

Sua rima, inda que seja
Bordada de prata e de ôro,
Para a gente sertaneja
É perdido este tesôro.
Com o seu verso bem feito,
Não canta o sertão dereito,
Porque você não conhece
Nossa vida aperreada.
E a dô só é bem cantada,
Cantada por quem padece.

Só canta o sertão dereito,
Com tudo quanto ele tem,
Quem sempre correu estreito,
Sem proteção de ninguém,
Coberto de precisão
Suportando a privação
Com paciença de Jó,
Puxando o cabo da inxada,
Na quebrada e na chapada,
Moiadinho de suó.

Amigo, não tenha quêxa,
Veja que eu tenho razão
Em lhe dizê que não mêxa
Nas coisa do meu sertão.
Pois, se não sabe o colega
De quá manêra se pega
Num ferro pra trabaiá,
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mêxo aí,
Cante lá que eu canto cá.

Repare que a minha vida
É deferente da sua.
A sua rima pulida
Nasceu no salão da rua.
Já eu sou bem deferente,
Meu verso é como a simente
Que nasce inriba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte
Das obra da criação.

Mas porém, eu não invejo
O grande tesôro seu,
Os livro do seu colejo,
Onde você aprendeu.
Pra gente aqui sê poeta
E fazê rima compreta,
Não precisa professô;
Basta vê no mês de maio,
Um poema em cada gaio
E um verso em cada fulô.

Seu verso é uma mistura,
É um tá sarapaté,
Que quem tem pôca leitura
Lê, mais não sabe o que é.
Tem tanta coisa incantada,
Tanta deusa, tanta fada,
Tanto mistéro e condão
E ôtros negoço impossive.
Eu canto as coisa visive
Do meu querido sertão.

Canto as fulô e os abróio
Com todas coisa daqui:
Pra toda parte que eu óio
Vejo um verso se bulí.
Se as vêz andando no vale
Atrás de curá meus male
Quero repará pra serra
Assim que eu óio pra cima,
Vejo um diluve de rima
Caindo inriba da terra.

Mas tudo é rima rastêra
De fruita de jatobá,
De fôia de gamelêra
E fulô de trapiá,
De canto de passarinho
E da poêra do caminho,
Quando a ventania vem,
Pois você já tá ciente:
Nossa vida é deferente
E nosso verso também.

Repare que deferença
Iziste na vida nossa:
Inquanto eu tô na sentença,
Trabaiando em minha roça,
Você lá no seu descanso,
Fuma o seu cigarro mando,
Bem perfumado e sadio;
Já eu, aqui tive a sorte
De fumá cigarro forte
Feito de paia de mio.

Você, vaidoso e facêro,
Toda vez que qué fumá,
Tira do bôrso um isquêro
Do mais bonito metá.
Eu que não posso com isso,
Puxo por meu artifiço
Arranjado por aqui,
Feito de chifre de gado,
Cheio de argodão queimado,
Boa pedra e bom fuzí.

Sua vida é divirtida
E a minha é grande pená.
Só numa parte de vida
Nóis dois samo bem iguá:
É no dereito sagrado,
Por Jesus abençoado
Pra consolá nosso pranto,
Conheço e não me confundo
Da coisa mió do mundo
Nóis goza do mesmo tanto.

Eu não posso lhe invejá
Nem você invejá eu,
O que Deus lhe deu por lá,
Aqui Deus também me deu.
Pois minha boa muié,
Me estima com munta fé,
Me abraça, beja e qué bem
E ninguém pode negá
Que das coisa naturá
Tem ela o que a sua tem.

Aqui findo esta verdade
Toda cheia de razão:
Fique na sua cidade
Que eu fico no meu sertão.
Já lhe mostrei um ispeio,
Já lhe dei grande conseio
Que você deve tomá.
Por favô, não mexa aqui,
Que eu também não mêxo aí,
Cante lá que eu canto cá.

(Patativa do Assaré)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Visões diárias...

No dia-a-dia, no corre-corre, no vai-e-vem, ainda é possível ver por aí imagens belíssimas. São paisagens singelas, bucólicas, parnasianas da nossa natureza. Mesmo com todo o cinza dos prédios e o negro dos asfaltos, ainda podemos ver lindas imagens que realçam a beleza e a simplicidade da natureza. O azul, o branco, o verde, o marrom refletem o mais belo que pode existir por aí. São cenas que deveriam ficar guardadas para sempre, em molduras nas paredes das casas, são obras eternas. O céu, a nuvem, a árvore, o pássaro, a flor, não tem nada igual. Para mim ficam emolduradas sim, na janela do ônibus, do quarto, do carro, eu vejo tudo enquadrado. São visões diárias que quase ninguém percebe, já eu, deslumbro...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Que engodo...

E neste exato instante, o que é já deixou de ser e o que já tinha deixado de ser volta a ser o que era antes. E agora, como eu saio desse engodo?...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O bagulho é segredo...

Foi tudo na semana passada, eu liguei pra encomendar o bagulho. Marcamos um encontro em um local público, pra não causar estresse. Chegando lá, mais uma ligação para confirmar quem era o figura. O figura tratava-se de um sujeito de estatura mediana, cor da pele bem morena, cabelo curto e bigode inconfundível. Quando dei de cara com o cara, já sabia que ele era dos meus. O papo estendeu-se por alguns minutos, tudo para disfarçar o real sentido daquele encontro, conversa baixa pra não incomodar e nem levantar suspeita de ninguém. Ele me mostrou a parada, tinha muitas, todas eram da boa. Experimentei alguns e decidi levar duas, uma grande e uma pequena. Conversamos mais um bocado e nos despedimos com aquele ar de até breve. Quando tava saindo percebi que outro sujeito nos olhava, era aquele mesmo sujeito que estava sentado lendo seu livro (talvez um ator que decorasse sua fala da peça) na hora que cheguei. Será que ele percebeu algo? Não dei muita moral, saí logo fora, se tivesse que acontecer algo eu resolveria depois. Cheguei em casa animado pra experimentar o bagulho, o bagulho era louco mesmo, gostei mesmo de ter comprado. Gostei tanto que até resolvi marcar outro encontro com o cara para desfrutar de mais. Ontem mesmo eu liguei novamente pra ele, outra vez marquei um encontro em local público. Dessa vez cheguei uns 10 minutinhos atrasado, o cara já tava lá me esperando, mais uma vez ele trouxe das boas. Nosso papo foi mais rápido, pois estava apressado, disse à ele que iria pro trabalho, mas na verdade queria era correr pra casa pra experimentar o bagulho de novo. Mas antes de sair, percebi que novamente tinha alguém observando toda a nossa conversa, agora tratava-se de uma mulher que estava de pé, assim perto da gente. No primeiro instante ela não levantou suspeita, mas quando estava saindo percebi o seu olhar de desprezo para mim. Enfim, mais uma vez não liguei pra quem nos olhou, havia comprado só um mesmo, mas esse era dos grandes. Cheguei em casa e me realizei com o bagulho, viagem total. Estava eu lá trancado em meu quarto, desfrutando da nóia, de repente batem à minha porta. Escondo rapidamente o bagulho e pergunto: "Quem é?", com uma voz bem séria. Respondem com uma voz alta e mais séria do que a minha: "Abra essa porta, é a polícia". Eram eles, me pegaram em flagrante, deram algumas bofetadas para me intimidar e me levaram pra cá, pra viatura. Nesse momento estou algemado, na parte de trás e à caminho da delegacia, provavelmente serei encarcerado. Quanto ao bagulho doido, ah, infelizmente vocês vão ficar sem saber, acabaram de abrir a porta pra mim descer e vão me levar lá pra dentro. Fica pra próxima...

sábado, 4 de abril de 2009

Tava querendo sair por aí...

Tava querendo sair por aí, encontrar novos lugares, fazer coisas diferentes, encontrar novas pessoas, descobrir velhas histórias da gente. Queria ver o mar e saber como ele era antigamente, queria ouvir a Bossa Nova que há muito é usada. Queria ouvir a banda que tocou nos anos sessenta e saber por qual razão ela ainda hoje se sustenta. Tava querendo sair por aí, ver gente das antigas que há muito não converso, brincar com aquele jogo que há muito foi sucesso. Queria ler aquele livro todo, que todos dizem ser a verdade e descobrir o porquê que ele mexe com a humanidade. Queria ver o céu e saber porque ele é azul, queria ver a lua e descobrir seu lado escuro, queria ser menino para andar naqueles muros. Tava querendo sair por aí, sem saber ao certo o que fazer, caminhar ao longo de uma estrada, sem saber o ponto certo da chegada. Queria fugir disso aqui, não aguento mais tanta pressão, queria encontrar novos rumos, procurar uma solução. Tava querendo sair por aí, mas não tenho coragem, acho que vou ficar aqui mesmo, no chão da minha cidade. Tava querendo sair por aí, descobrir todo um novo mundo, mas prefiro voltar e ficar na minha casa. Tava querendo sair por aí, tentar descobrir quem é que me ama, mas resolvi ficar aqui mesmo, na segurança da minha cama...

A esperança não me esperou

A esperança não me esperou,
A linda flor não desabrochou.
Aqueles sonhos foram embora
E já não sei o que fazer agora.

O que fazer com tanto amor,
Se já não tenho minha flor.
Lágrimas descem dos espinhos
E será que ficarei sozinho?

O sangue escorre na mão,
O amor foi ao chão,
A vida não tem mais razão.

O sonho acabou,
A tristeza chegou
E a minha esperança não me esperou.

(Janderson Felipe)

Sem esperar a esperança, escrevi esse poema. Espero que gostem...

Como dois e dois



Quando você
Me ouvir cantar
Venha não creia, eu não corro perigo
Digo, não digo, não ligo, deixo no ar
Eu sigo apenas porque eu gosto de cantar
Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual quando eu canto e sou mudo
Mas eu não minto, não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias, tristezas e brinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Quando você
Me ouvir chorar
Tente, não cante, não conte comigo
Falo, não calo, não falo, deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam pra consolar
Tudo vai mal, tudo
Tudo mudou, não me iludo e contudo
É a mesma porta sem trinco, o mesmo teto
E a mesma lua a furar nosso zinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco

(Caetano Veloso)

Pra comprovar que a parceria dos caras é antiga. Nesse vídeo eles cantam no programa de Roberto Carlos a música "Como dois e dois", que Caetano escreveu e Roberto gravou no seu CD de 1971...

Roberto Carlos ou Caetano Veloso?...

Não importa quem escreveu a canção, o que importa é que pros dois sempre dois e dois vão ser cinco. E juntando ambos, sempre teremos mais que dois, é só lembrar das muitas faces, formas de cantar e os cabelos que eles criaram durante a carreira. Não interessa quem compôs ou deixou de compor uma música, o que interessa é que eles escreveram diversas músicas e muitas de excelentes letras, belíssimas letras, simples, porém lindas. Também não dá pra compará-los, dizer quem foi o melhor, não existe melhor quando se fala de dois dos maiores cantores da música popular brasileira que, inclusive, a muito tempo são parceiros. Um já escreveu música pro outro, o outro já escreveu música pro um e assim foi a carreira deles, de muitos encontros, o último pra cantar a Bossa Nova, que já não tá mais tão nova assim, passando dos 50. Roberto e Caetano, são muito mais que dois e dois...

segunda-feira, 30 de março de 2009

"A cidade não pára, a cidade só cresce"...

Bela Fortaleza bela. Continuo aqui, agora pra falar do crescimento descontrolado dessa cidade que se transformou numa grande metrópole brasileira. Eu adoro essa cidade, a minha cidade, tão linda, mas que a cada dia vai enfrentando mais problemas de crescimento e de poluição.
Na minha visão, Fortaleza, nos últimos 5 anos, literalmente inchou. Isso mesmo, inchou. É só reparar na quantidade de carros que estão circulando nas nossas ruas. Cara, tá virando coisa de outro mundo, outro mundo não, outras cidades. Num tá assim um tráfego terrível como São Paulo, mas se não cuidarmos talvez chegue lá.
O número de engarrafamentos aumentou, todo santo dia das 6h da manhã até por volta das 8h30min, e de 18h às 20h, o trânsito tá um caos. Só pra vocês terem uma idéia, antes pra mim chegar na aula do CEFET, que fica no bairro do Benfica que é vizinho ao meu, o ônibus demorava cerca de 5 minutos. Mas agora pra chegar na faculdade, que fica no mesmo bairro, a jornada chega a cerca de 15 minutos. E nos dias de chuva, basta dá aquela chuvinha característica de 1º semestre nas manhãs de Fortaleza que fica tudo alagado. Quem precisa se deslocar de automóvel para a aula, o trabalho, a reunião, pode ter certeza que vai se atrasar pelo menos uma meia horinha.
"A cidade não pára, a cidade só cresce", e nesse ritmo de crescimento a poluição também vai aumentando. É muito a quantidade de lixo que tem nas nossas ruas cara, é só reparar agora ao seu redor quando estiver numa parada de ônibus, veja só a quantidade de lixo no chão. Muitas vezes acho que é a própria falta de educação das pessoas daqui e num é à toa que a EMLURB (Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização) afirmou que todo dia tira 17 toneladas de lixo dos nosso bueiros, assim é de lascar né galera? Cara, o que custa comer, nem que seja um bombomzinho e jogar o papel no lixo? Há muito eu aprendi a não jogar mais lixo nas ruas, quando num tem lixeira, guardo o papel no bolso e só jogo fora quando vejo uma, mas vejo cada barbaridade por aí, sei não viu.
Fortaleza, terra da LUZ, linda cidade, cresceu, e se não tomarmos cuidado a situação só tende a piorar. Faço a minha parte, ainda que modestamente, mas se cada um dos habitantes desta cidade se conscientizarem de fazer um pouquinho por ela, teremos para sempre uma cidade conservada e sempre bela. Caso contrário a LUZ da cidade pode apagar por falta de preservação dos seus bens...

Versando sobre educação...

Lendo sobre a história da educação no Ceará para a escrita de minha monografia e viajando nos pensamentos e ideais da época do Império, cheguei a conclusão que a educação de hoje apresenta muitas similaridades com a daquele tempo.
A educação no Império era uma porcaria e ainda hoje ela vive numa agonia. Na Constituição de 1824 foi previsto que todo o ensino primário (Ensino de Primeiras Letras) será gratuito para todos. Beleza, um passo a frente na nossa educação, mas com a abertura de diversas escolas, todo e qualquer cidadão podia ensinar a ler e escrever.
Havia o ensino primário para as crianças, mas, pelo menos no Ceará, até o ano de 1884 não existia nenhum estabelecimento de ensino que formasse professores para lecionar na educação básica. A primeira escola criada para este fim foi a Escola Normal do Ceará (escola escolhida para eu estudar e falar da história das suas aulas de Educação Física), grande celeiro de formação, principalmente, de professoras. Mas aí é que tá, mesmo com esse avanço na nossa educação, ainda permaneciam os problemas, e muitos problemas.
Nos livros que estou lendo, escritos pela professora Ercília Braga (professora do curso de Pedagogia e pós-graduação da UFC, e talvez, quem sabe, minha orientadora na monografia) intitulados "Tinta, papel e palmatória: A escola no Ceará do século XIX" e "Formação Integral do Educando no Tempo da Escola Normal" que versam sobre o tema, existem muitos documentos (cartas, jornais, regulamentos) que comprovam as dificuldades da educação cearense daquela época.
Vale ressaltar que os principais favorecidos com a abertura da Escola Normal foram os filhos e, principalmente, as filhas da elite e das famílias mais influentes do estado, ou seja, esta educação não era pro povão. Coisa não muito diferente acontece ainda hoje, onde os principais acessos à educação superior vêm dessa elite.
Um grande problema que persiste até hoje é a pouca remuneração dada aos nossos professores, heróis que tratam de formar nosso povo, continuam tendo o seu trabalho desvalorizado atualmente.
Tanto naquela época como hoje continuam a faltar os materiais didáticos adequados e os próprios móveis das escolas, isso continua muito presente nesse Brasilzão afora, principalmente nas cidades interioranas mais afastadas, é só ver quase que diariamente nos jornais o descaso que ocorre em muitas escolas.
Outra coisa que vale ser lembrada é da "importação" de métodos de ensino, naquele tempo os nossos intelectuais iam estudar fora e traziam prontinhos as novas técnicas de ensino para serem aplicadas nas nossas escolas, sem ao menos verificarem se elas seriam adequadas ou não para a realidade daqui. Até hoje a metodologia que guia o ensino das escolas brasileiras, que são os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), também foram "importados" da Espanha. Os PCNs chegam a ser contraditórios, já que procura padronizar o ensino nacional, mas ao mesmo tempo dando brecha para as escolas agirem de acordo com suas necessidades, comé que pode isso? O próprio co-autor do capítulo sobre Temas Transversais dos PCNs, Yves de La Taille, afirma que os PCNs: "é uma proposta sofisticada que não se transformou em realidade."
Isso tudo é só pra chegar na relação ainda muito existente entre nossa educação do passado e a atual e pra gente perceber que a nossa educação continua atrasada em termos de valorização do nosso ensino. Muitas atitudes, digamos, revolucionárias e aceitáveis nas escolas estão aí para modificar esse quadro, mas muitas delas passam por chacotas por serem consideradas muito utópicas. Mas qual grande mudança não começou com uma utopia?...