"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Reescrevendo o poeta...

Parafraseando o amor

Ainda que eu falasse todas as línguas,
Do amor eu nunca entenderia.
O amor é fogo que arde e dói,
É ferida que abre e não cicatriza.

É um descontentamento que será contente
Ou dor que não vai parar de doer?
É um não querer que insiste em aparecer,
É solitário e anda por entre a gente.

É contentar-se em ficar descontente,
É cuidado que irá se perder.
É estar-se preso na vontade
De querer servir a quem vence.

É um ter que nos mata a lealdade,
Tão contrário assim é o amor.
Agora vejo todas as partes,
Mas jamais encontrarei a verdade.

(Janderson Oliveira)

Eu adoro escrever poesia, mas não muito de ler as poesias dos outros, leio uma vez e pronto, tá tudo feito. Prefiro quando as poesias se transformam em música, aí são outros quinhentos, se a poesia, e a música também, forem boas, então tá feita a minha festa, eu passo a escutar por um longo tempo, pego as cifras e passo o dia tocando no violão. Até o dia em que encho da música e esqueço por uns tempos, vou atrás de outra, mas aquela fica lá na dela, quando eu menos espero, eu redescubro aquelas antigas canções e refaço toda minha festa, com eu e migo mesmo. Fazendo isso, juntando poesia e música, o Renato Russo escreveu “Monte Castelo” e fez uma bela canção, pegando trechos da Carta de São Paulo aos Coríntios e um soneto de Camões, e eu, como também adoro reescrever as coisas da minha maneira, peguei a música (principalmente a parte de Camões) e fiz a minha poesia mostrando o amor por uma outra visão, se é que vocês me entendem...

Medo



Medo de polícia e de bandido,
Medo de Deus e do diabo,
Medo.
Medo de chegar na esquina e de voltar pra casa,
De dormir na rua, de dormir no hotel,
De dormir na igreja e de acordar no céu.
Medo.
Medo de viver sorridno e de causar inveja,
Medo de ficar ficando e de tudo que tem pressa,
Medo do tal relógio que bate o fim da festa.
Medo.
Medo de dançar, medo de parar, medo de correr,
Medo.
Medo de comer comida e de ficar com fome,
Medo de comer fruta sem saber o nome,
Medo de comer menina e da menina comer homem.
Medo.
Medo de dormir sozinho e de acordar ao lado,
De dormir sequinho e de acordar suado,
De ouvir só um pouquinho e dizer quero mais apaixonado.
Medo.
Dormindo em cada quarto, em toda cozinha,
Em toda casa grande, na casa da vizinha,
Em cada senzala nova vivem os fantasmas de todo corredor.
Medo do medo esse é o pior,
Medo do medo esse é o horror.

(Jota Velloso)

Será que é sina de Veloso escrever tão bem e bonito? Sabe aquelas músicas que você pensa, "eu queria ter escrito essa", pois "Medo" é uma delas pra mim...

Nada como um dia após o outro...

A vida é assim, um dia te surpreende só com problemas, mas no outro você acorda cheio de esperança e vai à luta. Como já diz aquele velho ditado chinês que os problemas não existem, se existir você os conserta e vive feliz e se não consertá-los, o que é que têm, não é por causa deles que você vai perder o seu dia, a sua vida.
A vida está aí cheia de coisas interessantes para fazer, como escrever num blog de repente, é bem legal você chegar e escrever as coisas que quero e não estar nem aí pra que o povo vai falar. Pra mim é como uma terapia, depois de um dia agitado, você chega à noite, coloca a cabeça no travesseiro e não consegue dormir, começa a pensar em mil e uma coisas. A partir daí você vê que é preciso compartilhar esses pensamentos, essas idéias com os outros, então é só chegar e escrever aqui.
Vixe, e se não tiver ninguém lendo isso? Mas não se importa, seja espontâneo e escreve o que vier na cabeça, se ninguém lê, você lê pra você mesmo e se liberta. O povo sabe que sou daquelas pessoas calmas, tranqüilas, que não gosta muito de falar, é verdade. Eu adoro conversar com as pessoas, quer dizer ouvi-las e só falar algo de vez em quando, mas dentro de mim eu tenho muito o que falar, mas não quero falar pra ninguém, prefiro escrever aqui de forma bem espontânea.
Pois é gente a vida está aí para ser pensada, vivida e bem amada, os problemas sempre estarão aí também, o negócio é enfrentá-los de frente porque eles não podem acabar com você. E a vida continua e os dias passam, nada como um dia após o outro para se aprender cada vez mais o quanto vale a vida. Então sejamos todos felizes...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Primeiro passo...

Vamos começar essa viagem?
Viagem misteriosa
Vamos todos nessa mesma viagem,
Ninguém sabe onde chegaremos.
Vamos todos nessa mesma nave,
Ninguém sabe onde desceremos.

 A estrada é longa,
O caminho é desconhecido.
Alguns passageiros começam a se desesperar,
Algumas peças da nave começam a falhar.

 Nossa nave é tão bela.
O que seria de nós sem ela?
Muitas gerações ainda vão embarcar,
Isso se a gente deixar.

Os pedaços da nave se decompõem
E os diferentes males se expõem.
Os próprios passageiros se ferem,
Brigando por aquilo que eles querem.

Quem saberá o final dessa história?
Quem guardará na memória?
Será que vai sobrar alguém no fim dessa viagem?
Ainda restará alguém com coragem?

Coragem de salvar nossa nave
E tudo mais que tem nela.
Plantas, mamíferos, aves,
Até aquela espécie mais singela.

Se os passageiros se unirem
E deixarem de se ferirem.
A viagem será segura
E a nave terá sua cura.

Só não saberemos onde descer,
Mas o mais importante será viver.
Respeitando e distribuindo amor,
Merecendo quem vem depois com esplendor.

(Janderson Oliveira)

Escrevi essa poesia buscando fazer uma intertextualidade com a música "O sal da Terra" de Beto Guedes...