"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Sufoca...


Sufoca, mas depois para. Demora, mas depois sara. 
Nessa época em que vemos tantas máscaras, vou começar a revelar algumas das minhas. Já fui a puta que deu por dinheiro, já fui a lésbica que beijou a boca de outras mulheres, já fui a hétero que fodeu bem gostoso, já fui a menina que buscou caras mais velhos, já fui a madura que amou um menino. Mas sempre “fui minha, só minha e não de quem quiser”. Minto, se aquele menino me quiser, sempre serei só dele, pois “sou Deus, tua deusa, meu amor”.
Chega uma hora que uso tantas máscaras que já não sei mais qual estou revelando e nem para quem eu estou revelando, acabo enganando a mim mesma e, no final, me sinto sufocada demais com minhas próprias máscaras. Aliás, sufocamento é a palavra que traduz muitos dos meus últimos dias. É você lutar constantemente para dar certo, mas ao mesmo tempo se sentir sufocada por não conseguir fazer com que ele ficasse. No final, só o amor não bastava, a juventude merece muito mais que isso, “todos têm, todos têm suas próprias razões”.
“Minha terra tem a lua, tem estrelas e sempre terá”, era esse um dos versos que ele gostava de cantar para mim, nos nossos melhores momentos. Ouvindo essa música agora, voltei a uma das melhores lembranças que tenho da vida, algo que continua eterno em mim. Foram choros, saudades e abraços, mas foi um momento que marcou muito pelo forte carinho e afeto que eu senti e carrego todo ele até hoje. Passado e presente se encontrando num mesmo sentimento, mas eu sigo a sina da solidão com meus pensamentos. “I’ve been losing my mind in these sweet dreams of loneliness”.
Vocês mal sabem que eu agora mesmo não queria sufocamento de máscaras e muito menos sufocamento de sentimentos, eu queria mesmo era me sufocar de prazer, de tesão, de desejo. 22h42, essa era uma boa hora para nos satisfazermos, queria apenas as mãos dele no meu pescoço, movimentos frenéticos, suor pelo meu corpo, fluidos nas minhas partes e depois risadas de felicidade, era isso que ele me proporcionava. Mas agora, sabe-se lá onde eu irei encontrá-lo.
Parece que é sempre assim, chega uma hora que as pessoas cansam de mim, dão as costas e simplesmente vão embora. Eu não sou boa de cama, eu não sou boa de lábia, eu não presto pra nada. Ah, quer saber: Viva! Esqueça de mim! Faça as coisas por você!
E era sobre isso...

Por Sara Fernandes

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