"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Visões diárias...

No dia-a-dia, no corre-corre, no vai-e-vem, ainda é possível ver por aí imagens belíssimas. São paisagens singelas, bucólicas, parnasianas da nossa natureza. Mesmo com todo o cinza dos prédios e o negro dos asfaltos, ainda podemos ver lindas imagens que realçam a beleza e a simplicidade da natureza. O azul, o branco, o verde, o marrom refletem o mais belo que pode existir por aí. São cenas que deveriam ficar guardadas para sempre, em molduras nas paredes das casas, são obras eternas. O céu, a nuvem, a árvore, o pássaro, a flor, não tem nada igual. Para mim ficam emolduradas sim, na janela do ônibus, do quarto, do carro, eu vejo tudo enquadrado. São visões diárias que quase ninguém percebe, já eu, deslumbro...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Que engodo...

E neste exato instante, o que é já deixou de ser e o que já tinha deixado de ser volta a ser o que era antes. E agora, como eu saio desse engodo?...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O bagulho é segredo...

Foi tudo na semana passada, eu liguei pra encomendar o bagulho. Marcamos um encontro em um local público, pra não causar estresse. Chegando lá, mais uma ligação para confirmar quem era o figura. O figura tratava-se de um sujeito de estatura mediana, cor da pele bem morena, cabelo curto e bigode inconfundível. Quando dei de cara com o cara, já sabia que ele era dos meus. O papo estendeu-se por alguns minutos, tudo para disfarçar o real sentido daquele encontro, conversa baixa pra não incomodar e nem levantar suspeita de ninguém. Ele me mostrou a parada, tinha muitas, todas eram da boa. Experimentei alguns e decidi levar duas, uma grande e uma pequena. Conversamos mais um bocado e nos despedimos com aquele ar de até breve. Quando tava saindo percebi que outro sujeito nos olhava, era aquele mesmo sujeito que estava sentado lendo seu livro (talvez um ator que decorasse sua fala da peça) na hora que cheguei. Será que ele percebeu algo? Não dei muita moral, saí logo fora, se tivesse que acontecer algo eu resolveria depois. Cheguei em casa animado pra experimentar o bagulho, o bagulho era louco mesmo, gostei mesmo de ter comprado. Gostei tanto que até resolvi marcar outro encontro com o cara para desfrutar de mais. Ontem mesmo eu liguei novamente pra ele, outra vez marquei um encontro em local público. Dessa vez cheguei uns 10 minutinhos atrasado, o cara já tava lá me esperando, mais uma vez ele trouxe das boas. Nosso papo foi mais rápido, pois estava apressado, disse à ele que iria pro trabalho, mas na verdade queria era correr pra casa pra experimentar o bagulho de novo. Mas antes de sair, percebi que novamente tinha alguém observando toda a nossa conversa, agora tratava-se de uma mulher que estava de pé, assim perto da gente. No primeiro instante ela não levantou suspeita, mas quando estava saindo percebi o seu olhar de desprezo para mim. Enfim, mais uma vez não liguei pra quem nos olhou, havia comprado só um mesmo, mas esse era dos grandes. Cheguei em casa e me realizei com o bagulho, viagem total. Estava eu lá trancado em meu quarto, desfrutando da nóia, de repente batem à minha porta. Escondo rapidamente o bagulho e pergunto: "Quem é?", com uma voz bem séria. Respondem com uma voz alta e mais séria do que a minha: "Abra essa porta, é a polícia". Eram eles, me pegaram em flagrante, deram algumas bofetadas para me intimidar e me levaram pra cá, pra viatura. Nesse momento estou algemado, na parte de trás e à caminho da delegacia, provavelmente serei encarcerado. Quanto ao bagulho doido, ah, infelizmente vocês vão ficar sem saber, acabaram de abrir a porta pra mim descer e vão me levar lá pra dentro. Fica pra próxima...

sábado, 4 de abril de 2009

Tava querendo sair por aí...

Tava querendo sair por aí, encontrar novos lugares, fazer coisas diferentes, encontrar novas pessoas, descobrir velhas histórias da gente. Queria ver o mar e saber como ele era antigamente, queria ouvir a Bossa Nova que há muito é usada. Queria ouvir a banda que tocou nos anos sessenta e saber por qual razão ela ainda hoje se sustenta. Tava querendo sair por aí, ver gente das antigas que há muito não converso, brincar com aquele jogo que há muito foi sucesso. Queria ler aquele livro todo, que todos dizem ser a verdade e descobrir o porquê que ele mexe com a humanidade. Queria ver o céu e saber porque ele é azul, queria ver a lua e descobrir seu lado escuro, queria ser menino para andar naqueles muros. Tava querendo sair por aí, sem saber ao certo o que fazer, caminhar ao longo de uma estrada, sem saber o ponto certo da chegada. Queria fugir disso aqui, não aguento mais tanta pressão, queria encontrar novos rumos, procurar uma solução. Tava querendo sair por aí, mas não tenho coragem, acho que vou ficar aqui mesmo, no chão da minha cidade. Tava querendo sair por aí, descobrir todo um novo mundo, mas prefiro voltar e ficar na minha casa. Tava querendo sair por aí, tentar descobrir quem é que me ama, mas resolvi ficar aqui mesmo, na segurança da minha cama...

A esperança não me esperou

A esperança não me esperou,
A linda flor não desabrochou.
Aqueles sonhos foram embora
E já não sei o que fazer agora.

O que fazer com tanto amor,
Se já não tenho minha flor.
Lágrimas descem dos espinhos
E será que ficarei sozinho?

O sangue escorre na mão,
O amor foi ao chão,
A vida não tem mais razão.

O sonho acabou,
A tristeza chegou
E a minha esperança não me esperou.

(Janderson Felipe)

Sem esperar a esperança, escrevi esse poema. Espero que gostem...

Como dois e dois



Quando você
Me ouvir cantar
Venha não creia, eu não corro perigo
Digo, não digo, não ligo, deixo no ar
Eu sigo apenas porque eu gosto de cantar
Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual quando eu canto e sou mudo
Mas eu não minto, não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias, tristezas e brinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco
Quando você
Me ouvir chorar
Tente, não cante, não conte comigo
Falo, não calo, não falo, deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam pra consolar
Tudo vai mal, tudo
Tudo mudou, não me iludo e contudo
É a mesma porta sem trinco, o mesmo teto
E a mesma lua a furar nosso zinco
Meu amor
Tudo em volta está deserto, tudo certo
Tudo certo como dois e dois são cinco

(Caetano Veloso)

Pra comprovar que a parceria dos caras é antiga. Nesse vídeo eles cantam no programa de Roberto Carlos a música "Como dois e dois", que Caetano escreveu e Roberto gravou no seu CD de 1971...

Roberto Carlos ou Caetano Veloso?...

Não importa quem escreveu a canção, o que importa é que pros dois sempre dois e dois vão ser cinco. E juntando ambos, sempre teremos mais que dois, é só lembrar das muitas faces, formas de cantar e os cabelos que eles criaram durante a carreira. Não interessa quem compôs ou deixou de compor uma música, o que interessa é que eles escreveram diversas músicas e muitas de excelentes letras, belíssimas letras, simples, porém lindas. Também não dá pra compará-los, dizer quem foi o melhor, não existe melhor quando se fala de dois dos maiores cantores da música popular brasileira que, inclusive, a muito tempo são parceiros. Um já escreveu música pro outro, o outro já escreveu música pro um e assim foi a carreira deles, de muitos encontros, o último pra cantar a Bossa Nova, que já não tá mais tão nova assim, passando dos 50. Roberto e Caetano, são muito mais que dois e dois...