"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Sobre fraqueza e fortaleza... ou Sobre meus pensamentos loucos da madrugada... ou ainda Sobre o que você quiser entender...

Então deixo a serenidade invadir um pouco o meu pensamento neste instante, mais tarde volto à minha loucura habitual do cotidiano.
E estando assim, penso na incrível normalidade da vida, é essa normalidade do cotidiano mesmo, onde fazemos tudo de forma automática, sem pensar muito, e de repente tal normalidade é quebrada por diversas reviravoltas que aparecem no caminho.
"A vida não é um jogo de palavras cruzadas onde tudo se encaixa", talvez ela possa ser um jogo de quebra-cabeça com algumas peças perdidas ou um livro com algumas páginas rasgadas, quem sabe um dia eu encontre aquelas ou leia algumas destas?
Mas então temos que superar tais reviravoltas da vida, um lugar novo para ir se morar, uma meta nova que precisa ser alcançada, uma pessoa nova que vai chegar, outra que se foi, e o pior, que se foi pra sempre. Aí lembro da ideia do poeta de que o "pra sempre" realmente "sempre acaba".
Certa vez li em algum lugar um texto de uma pessoa se exibindo, dizendo que nunca morreu nesta vida, mas que bobagem, quem nunca morreu mesmo estando vivo? Quem nunca fraquejou pelo menos uma vez e depois pediu desculpas? Eu confesso que já morri algumas vezes sim e isso foi bom, é bom voltar à vida e criar novos objetivos para se alcançar. Deve ser o que a mitologia grega conta na história da fênix, ressurgir das cinzas e ainda mais forte, deve ser o que os psicanalistas explicam como catarse, vivenciar/contemplar seus medos para conseguir purificar o espírito e fazer do drama a sua libertação. Eu só acho que superei estas minhas "mortes em vida" transformando o luto em poesia, fazendo graça da desgraça, nada melhor que aprender e aceitar as reviravoltas da vida do jeito que elas são, aprender que a vida é dinâmica e temos pouco tempo para ficarmos nos lamentando.
Apesar de não tão velho, sei que já vivi um bom tempo e que posso e devo analisar este tempo que passou, é quando a serenidade toma conta e faz refletir sobre os percalços da vida, nisso vejo que já aprendi com muitas lágrimas a superar as perdas, já aprendi com muitos choros a superar as tragédias, hoje respeito o luto, a perda, a tragédia, mas não quero viver neles, seja quais forem. "Não sofro mais, agora eu sei o que nos faz sobreviver".
Apesar disso, entre os devaneios da madrugada e os meus deveres do raiar do dia, sei que me encontro entre minha fraqueza e minha fortaleza.
Sou fraco quando na calada da noite, enquanto todos dormem, ainda me deixo cair em pensamentos loucos de um "futuro em flashback", planos/metas que não se concretizam e talvez nunca se concretizarão, isto é o que tenho de pior. No entanto, sou forte ao acordar, deixar o sol bater na cara e ir tentar mudar alguns mundos por aí, este é meu maior objetivo e o que tenho de melhor. Mas quantos mundos querem ser mudados e quantos querem seguir como estão?
E nessas idas e vindas de fraqueza e fortaleza da vida, quantos e quantos pensamentos já se passaram, alguns foram desenvolvidos e outros já morreram na praia. Quantas e quantas pessoas já passaram, algumas ficaram e outras também morreram na praia, estas últimas são os piores casos, é onde ainda resta um último resquício do luto/perda/tragédia que é a vontade de querer dar um abraço em silêncio, pois todas as palavras e sentimentos caberiam dentro dele.
E o para sempre insistiu em acabar e a loucura começa a reinvadir meu pensamento a serenidade está se esvaindo, sinto-me bêbado mesmo sem ter ingerido uma gota de álcool em toda minha vida, sendo assim, preservo-me ao direito de não dizer nada mais...