"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A história do professor Santos...

Osvaldo Cardoso dos Santos, Cardoso por parte de pai, Aguinaldo Cardoso, homem comerciante e bravo, e Santos por parte de mãe, Maria dos Santos, como o próprio nome sugere, essa era quase uma freira, pois vivia na igreja. Apesar de não acreditar em santos e muito menos em divindades, Santos era como todos o chamavam. Professor Santos pra ser mais exato.
Há 25 anos Santos era professor do curso de História de uma universidade muito conceituada no país. Já havia estudado a história de diversos lugares do mundo, já havia lecionado para diferentes tipos de pessoas, já havia publicado diversos artigos e livros nesse mundo afora. Porém, agora o professor Santos estava cansado, para ser mais preciso, cansado e sozinho.
Desde o seu primeiro e empolgante namoro de adolescência, que nem ele mesmo sabe porque chegou ao fim, Santos não se apaixonara de verdade por nenhuma outra mulher. Depois de algum tempo na melancolia, ele resolveu viver a vida e curtir com diferentes pessoas. O seu hobby era encontrar mulheres que lhe agradassem e ir direto ao assunto, vocês sabem bem o que eu estou me referindo.
Não importava muito quem era a mulher escolhida, bastava fazer um pouquinho o seu gosto e Santos avançava. O então graduando do curso de História, Osvaldo, Osvaldão para os amigos mais próximos, pegava geral na faculdade. Foi aí que ele aprendeu o verdadeiro prazer de gozar a vida. E ele não se limitava apenas às universitárias, até mulher casada o nosso professor conseguiu na sua jornada quase que diária de trabalho.
Depois que prestou o concurso para professor universitário e teve seu tempo reduzido devido à jornada prolongada de trabalho, o professor Santos não tinha mais muito tempo para curtir a vida à toa. Mas mesmo assim ele ainda estava com aquele gás todo. As preferidas dele agora eram a suas alunas universitárias que sempre no final do semestre precisavam de uma nota melhor pra passar. E vocês imaginam qual era a proposta do professor Santos, não imaginam?
Essa que vocês estão pensando mesmo. Ajoelhou, então vai ter que pagar, pagar mesmo e não rezar, já que Santos não gostava muito dessas coisas. E assim foi até o nosso professor Santos descobrir que já não estava mais com aquela bola toda de antigamente. Santos tinha percebido que o tempo tinha passado e seu vigor físico já não era mais o mesmo. Então, a sua atividade agora se restringia à algumas poucas vezes no mês.
No entanto, Santos se apaixonara novamente, não amava, possivelmente nem era paixão, era apenas uma coisa a mais que ele passou a sentir por uma mulher. Jéssica era o nome da pretendente, ela tinha mais ou menos a mesma idade do professor Santos. Ambos já estavam na flor da idade, ela, porém, era casada.
Os dois passaram a ter encontros secretos após as aulas que Santos lecionava no turno da tarde. Como sempre eles iam para a casa de Santos já que este morava sozinho já fazia muito tempo. Professor Santos estava se sentindo velho e queria parar com sua vida de folia e ficar apenas com uma mulher até o final da sua vida. Mas o marido de Jéssica começou a desconfiar das desculpas esfarrapadas da mulher ao chegar em casa um pouquinho mais tarde do trabalho.
Certo dia, Ricardo, o marido de Jéssica, resolveu investigar a própria mulher. No horário em que ela saía do trabalho ele ficou de tocaia e foi só seguindo o carro da sua mulher para saber para onde ela ia. Quando o carro dela parou em frente ao edifício onde Santos morava de aluguel fazia 5 anos, ela não desconfiava de nada. Subiu as escadas rapidamente e foi direto para o apartamento do professor Santos no 3º andar, ela estava tão disposta a ver o seu amado que nem trancou a porta, correu logo para os seus braços.
Ricardo a seguiu cuidadosamente até o apartamento de Santos, chegando lá ele silenciosamente abriu a porta e viu sua mulher nos braços do professor Santos. Pobre Ricardo, descobrira que o Ricardão que a sua mulher tanto falava nas suas noites de amor não era ele, mas outro. Ricardo levava na cintura um revólver carregado com sete balas, sacou o revólver e não deu outra, acertou todos os tiros no nosso pobre professor Santos.
Vocês me perguntam, mas porque sete balas? Sete tiros, que exagero! Não sei, talvez sete fosse o número de vezes que Santos havia se encontrado com Jéssica. Mas nem todos os santos que o professor Santos carregava no nome deram jeito para salvá-lo. Sete dias depois rezaram mais uma missa para ele.
E chega assim ao fim a história do nosso professor de História, azar no amor, no jogo, na vida. E Jéssica? Ninguém sabe o que acontecera com ela depois daquele dia. Hoje toda a universidade está de luto, todos choram a perda do formidável professor de História, Osvaldo Cardoso dos Santos...

Um comentário:

Unknown disse...

Vaaala coitado do Santos!