"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Fim do túnel...

Cheguei ao fim do túnel e aqui não tem nenhuma luz. E agora o que eu faço? Volto, corro, fico aqui parado? Está escuro demais pra ver, nem minha própria sombra me persegue mais. Ouço ruídos, talvez sejam vozes, mas de onde vêm essas vozes, será que têm pessoas aqui além de mim? Sigo tateando as paredes do túnel, mas sigo sem ver nada nem ninguém. Onde eu fui parar meu São Crispim? Pra quê fui confiar no ditado, agora estou é perdido no fim do túnel. Não tem nenhuma luz aqui não, nem uma lâmpada, nem uma vela, nem uma lanterna, nem mesmo um palito de fósforo aceso. Opa, as vozes parecem estar se aproximando daqui, minhas pernas estão bambas de medo. Meu São Jorge me ajude, o que eu faço pra me proteger? Valha, as vozes estão chegando aqui, parece as mesmas vozes que eu escuto toda noite nos meus pesadelos.
- Oh Sebastião, tu esqueceu de religar minha luz hômi, eu já paguei o diacho daquela conta que tava atrasada.
- Disculpa dona Josefa, já tô indo ligar a sua luz.
Ai que alívio, bem que o povo diz que sempre tem uma luz no fim do túnel, mesmo que ela demore a acender por diversos motivos, mas uma hora ela vai acender. Aí lembro de outro ditado: "A esperança é a última que morre", nesse caso eu já estava crente que esse ditado também ia por água abaixo, mas a esperança e a luz da Josefa me salvaram. Por isso que eu digo, não há nada mais certo que a sabedoria e as coisas ditas pelo povo...

Um comentário:

Anônimo disse...

Certamente, Jandim, o povo diz muita coisa com sabedoria. Não é à toa que existem diversos ditados populares e que estão ainda se encaixando com muita precisão em diversas situações da vida da gente. Mas há um com o qual eu não concordo: "A voz do povo é a voz de Deus". Sempre achei exagero. O povo também diz muitos absurdos.