"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

domingo, 18 de dezembro de 2016

Recomeço... ou De volta ao mesmo...

E a imaginação se tornou realidade, meu menino voltou pra mim, mesmo já tendo partido. Não foi um intervalo tão longo quanto 10 anos, mas também não foi tão curto quanto 10 dias. Foram 10 meses, tempo suficiente para reconhecê-lo, amá-lo, niná-lo, me entregar de corpo e alma, e vê-lo partir novamente.
Ele me trouxe aqueles velhos ensinamentos que já estão bem batidos na mente dessa mulher experiente que vos escreve. Me veio dar a certeza incerta de que nada é para sempre, a vida sabe o que faz, mesmo nos pregando peças a todo momento. Me fez lembrar que é a paixão que nos move, precisamos nos aventurar nela, deixar acontecer o que o nosso coração manda e não sermos tão racionais. E por último, me disse que não precisa pedir permissão pra nada, se o que você quer fazer é bom pra você, se te faz feliz e não machuca ninguém, então vai lá e faz, no fim basta pedir o perdão e tudo estará resolvido. Incrível como ele me fez lembrar desses ensinamentos sem nem precisar dizer tantas palavras.
Ai aquele sorriso bonito do meu menino, seu coração de moleque aventureiro, sua loucura juvenil, seu prazer pelos riscos da vida me fazem acreditar que mesmo com tanta experiência, a jovem que há dentro de mim jamais deve partir. Foram 10 meses de novos aprendizados, de tentativas de entender não apenas ele, mas a mim mesma. E melhor que ele conseguiu isso, me fez ver novas razões para a vida, me fez ver que cada um é o que quer ser, sem julgamentos ou preconceitos de ninguém. 
Mas já acabou, pena que ele já se foi. Decisões foram tomadas e só me resta aceitar e respeitar tudo, mesmo sem entender algumas pequenas coisas. O resultado das nossas escolhas me parece um pouco preocupante, mas confio que com o tempo tudo vai se ajeitar. Não há nada que seja maior que nossos sonhos, que nossos desejos, devemos ir atrás deles mesmo sabendo das dificuldades que vamos enfrentar. 
Se estou decepcionada com a partida? Claro que sim, mas aquela esperança no peito calejado segue a existir, acreditando que ele voltará, mesmo que aquele sorriso venha em outros rostos. Voltarei para o meu mundinho entre músicas, violões, livros, textos, bebidas, cigarros e solidão. No mesmo velho/novo apartamento com vista para uma cidade que dorme enquanto me lamento em textos notívagos. E sempre vou lembrando das palavras filosóficas de um bom amigo meu: "é melhor viver o que se quer do que depois ficar se lamentando por não ter feito o que queria"...

Por Sara Fernandes

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