"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O insuportável limite do querer...

Quando a razão já não está mais sã e o coração obriga o corpo a fazer tudo por impulso. Quando não se vive mais tranquilamente cada dia, pois cada dia passa a ser uma eternidade inalcançável. “É como ficar esperando cartas que nunca vão chegar. Não vão chegar com X, nem vão chegar com CH. É como ficar esperando horas que custam a passar, enquanto ficamos parados andando pra lá e pra cá. É como ficar desesperado de tanto esperar, olhando pela janela até onde a vista alcançar”. É inevitável não parar de pensar, de imaginar, de sonhar, de fantasiar, enfim, de querer. É improvável sentir uma sensação mais sublime que o próprio amor e que vai invadindo todo o ser. É insuportável porque é um “fogo que arde sem se ver”, mais do que isso, “é fogo que arde e dói”. É paixão que chega com aquele burburinho que esquenta o coração e deixa a cabeça fora de si. É o querer ou o quereres? “O quereres e o estares sempre a fim do que em ti é em mim tão desigual, faz-me querer-te bem, querer-te mal, bem a ti, mal ao quereres assim, infinitivamente impessoal e eu querendo querer-te sem ter fim e querendo-te aprender o total do querer que há e do que não há em mim”. Gostar, acordar, viver, cansar, dormir, sonhar com tudo aquilo na cabeça, sem nada pra se concretizar, apenas algumas palavras. A distância é pouca, mas pode ser muita, o tempo pode ser curto, mas acaba sendo eterno e prejudicial. Brilhante forma de se viver seria se pudesse levar tudo ao real, ao concreto, ao vivido. Insuportável limite do querer, querer e não poder...

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