Retiro o que eu disse. Não, não é
verdade, eu até já me desanimei. Pensava que voltaríamos melhores depois disso
tudo, mas talvez voltemos é piores. Desde criança sabemos que existe uma lista
de animais em extinção, talvez os próximos seremos nós mesmos. E a culpa da
nossa extinção será nossa, acredita?
São tantos exemplos de
desumanidade nesses tempos de pandemia, começando pelo canalha do nosso
presidente, que nos faz ter a certeza de que as coisas não irão melhorar. É só
olhar para trás, quantas pandemias já tivemos? A última faz pouco mais de um
século, mas a história só mostra o estado onde nós chegamos depois dela. Ninguém
melhorou por ter sofrido em pandemias, pelo contrário, só o que tem é gente
lucrando com isso. Somos seres consumidos pelo egoísmo e consumidores do
capitalismo, não temos mais para onde fugir.
Mas olhando novamente para o
retrovisor da história, se pensarmos em experiências “comunistas” pelo mundo,
veremos que elas não deram muito certo também. Seja a URSS de Stalin, a China
de Mao Tsé, a Cuba de Fidel, a Venezuela de Chávez, a Coreia do Norte de Kim
Jong-un ou até mesmo o Brasil de Lula, quase todas foram experiências
extremistas, tirando o Brasil, os seus governantes viraram ditadores. O
conceito, a teoria, a ideologia pregados pelo
comunismo/socialismo/marxismo/leninismo era uma coisa e os caras distorceram
tudo na prática.
A única certeza em meio a isso
tudo é que esse governo atual do Brasil é o pior que eu já vivi nos meus pouco
mais de 30 anos. Um presidente totalmente despreparado e sem noção, o pior é
que todo mundo já sabia disso e mesmo assim ele chegou onde queria. Pior ainda
é ter tanta gente que segue apoiando as loucuras dele, caminhando lado a lado com o
extremismo de direita, beirando ao fascismo. Eu usei muitas vezes a palavra "pior" nesse parágrafo, então é porque a coisa tá ruim mesmo.
No final é tudo política e o povo
que se exploda. Chego ao consenso que direita e esquerda não nos levam a lugar
nenhum. Putz, o centrão chega a ser ainda pior! (Risos). Já diria Djonga: “esquerda
de lá, direita de cá e o povo segue firme tomando no centro”.
O problema todo é social e
econômico, uns têm demais e outros têm de menos. Não temos saúde, segurança e
educação de qualidade para todos, apenas para aqueles que conseguem pagar. No
entanto, é difícil ter uma solução para resolver isso agora, o máximo que
podemos ter são paliativos para fingir soluções. O problema todo está é lá no início
da história, onde tudo já começou desigual, umas famílias ricas demais e outras
sendo escravizadas. Não tinha como isso dar certo no final e talvez esse final
seja agora, nesses tempos em que estamos vivendo.
Ou talvez possamos reaprender com
as sociedades primitivas e tentar nos dar uma sobrevida diante de tantos males.
Há muito tempo esses povos sabem que a mãe Terra clama por socorro, eles sabem
que ela reclama dessa nossa exploração desenfreada pela matéria prima. Tanto
que a coisa mais essencial hoje em dia não é nem mais a política e nem a
economia, mas o meio ambiente. Deveríamos parar e ouvir o que essas sociedades
primitivas têm para nos dizer, os nossos índios já habitavam isso aqui bem
antes de todos nós, precisamos sentar e assistir às suas aulas. Falando nisso,
vale a pena essa aula do líder indígena Ailton Krenak: “fomos, durante muito
tempo, embalados com a história de que somos a humanidade e nos alienamos desse
organismo de que somos parte, a Terra, passando a pensar que ele é uma coisa e
nós, outra: a Terra e a humanidade. Eu não percebo que exista algo que não seja
natureza. Tudo é natureza. O cosmos é natureza. Tudo em que eu consigo pensar é
natureza”.
A história da humanidade é feita
de ciclos e renovações, desde a Antiguidade, passando pelo período da Idade
Média, depois as Grandes Navegações, o Renascimento e a Revolução Industrial
até chegarmos aos tempos atuais onde reinam o capitalismo e a globalização.
Estamos na história, fazendo parte dela e as coisas que vemos não são das
melhores. Apesar desse tempo ser riquíssimo em termos de ciência e tecnologia, ainda
assim estamos passando pelas piores crises sanitária, econômica e ambiental. Um
dia esse ciclo se acaba, renovações surgem e talvez até a nossa espécie
melhore, mas é uma pena que não estaremos mais aqui para ver.
Esquece tudo o que eu disse, eu
sou bem contraditório mesmo. De noite eu sou bem inventivo, de dia eu já não
gosto de quase nada do que eu inventei.
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