"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

terça-feira, 28 de abril de 2020

Um lunático na janela...


Um lunático.
Um lunático na janela.
Um lunático na janela esperando.
Um lunático na janela esperando alguma coisa.
Um lunático na janela esperando alguma coisa cair do céu.
Caiu, choveu, molhou! Como eu previa, começou a chover e a ventar forte. Ela está aqui bem pertinho de mim, iluminada por uma luz artificial de poste, ela não cai reta, cai em diagonal, com um vento vindo do leste e com a força de quem inundará muitos lugares.
Eu realmente sou um lunático ao observar tão de perto essas coisas, mas um lunático sem lua. Infelizmente hoje ela não apareceu, têm nuvens escuras demais cobrindo todo o céu da minha cidade. Não sei se ela já nasceu ao leste, se está se pondo a oeste ou se está bem em cima de mim no zênite. Ah, não sei, fica para outra ocasião a sua observação, no momento eu observo a chuva.
Os céus são incríveis, nos privam de uma deusa, mas nos mandam uma princesa. A chuva me faz refletir, me deixa mais abobalhado do que eu já sou, ainda mais nesses dias de isolamento. Sei lá, parece tudo tão irreal e ilusório. Quando a gente vai sair disso aqui? Parecemos moscas perambulando de lá pra cá dentro da nossa própria casa, dentro de nós mesmos. E o que a gente faz com as moscas?
Junto com a chuva vem o frio e junto com o frio vem a vontade de chorar, mesmo sem ter nenhum motivo aparente para isso, chorar mesmo só por causa da condição humana. Ah, esquece! Vocês ainda não estão preparados para isso. São apenas as vãs filosofias, os textos não lidos e os gritos no silêncio de um lunático, e o pior, um lunático na janela vendo a chuva cair...

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