Ilustração de Estevão
Gomes (Instagram: @colo.rindo_)
“Deitamos no chão, apoiamos os
pés na parede e ficamos vendo a chuva cair”.
Quantos dias eu já fiquei na
janela vendo o tempo e a vida passar. Se somassem todos esses dias, talvez
chegassem a semanas, meses, anos, décadas, séculos e milênios. Pelo menos no
meu pensamento eu já fiz tantas viagens e vivi tantas coisas ao olhar pela
janela que não caberiam ao longo do tempo e nem do espaço.
Já tiveram janelas que me
mostraram diversas paisagens como praças vazias, letras iluminadas, sinos de
igrejas, árvores e plantas, serra e rio, lua e estrelas. Já vi animais a
vasculhar o lixo procurando comida e, infelizmente, tinham pessoas também.
Atualmente, apesar da janela ser
a mesma, todos os dias as cenas são diferentes. Cenas de arranha-céus aos
montes, folhas balançando em seu balé aleatório, luzes piscando em outras
janelas, transeuntes vagando sem rumo, relâmpagos a iluminar e raios a riscar o
céu, nuvens formando seus desenhos imaginários e estrelas tiritando ao redor da
formosa lua.
Da janela consigo enxergar
inclusive os mais diversos sons. São o galo acordando ainda na madrugada, os
pássaros cantando ao raiar do dia, os carros transitando no clarão da noite, a
sirene incessante da sentinela, as ambulâncias passando para salvar gente, os
anúncios dos mais variados produtos, o barulho da chuva e dos trovões, as
músicas vindo das casas vizinhas e até mesmo os sons naturais de corpos se
amando, se é que você me entende.
Mas bom mesmo é olhar nos seus
olhos, que são a janela da alma, e poder ver que “as coisas são mais lindas
quando você está” e melhor ainda vai ser quando estiver mais vezes ao meu lado
a olhar todas essas cenas da janela. O que mais quero é compartilhar essas
cenas ao seu lado, deitados no chão, pés apoiados na parede, filosofando sobre
a vida, vendo as nuvens a passar,
fazendo desenho com as estrelas e com as nuvens, ouvindo a chuva cair e fazendo
barulho com os corpos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário