"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

terça-feira, 23 de julho de 2013

Intertextualidade²...

"— Quantas pessoas acha que morreram?
— Tipo, quantas personagens fictícias morreram neste filme fictício? Não o suficiente — ele brincou.
— Não, quer dizer, tipo, desde sempre. Tipo, quantas pessoas você acha que já morreram até hoje?
— Por acaso, eu sei a resposta para essa pergunta — ele disse. — Há sete bilhões de pessoas vivas no mundo, e mais ou menos noventa e oito bilhões de mortos.
— Ah — falei.
Eu achava que porque o crescimento populacional tinha sido muito acelerado, houvesse mais pessoas vivas do que todos os mortos juntos.
— Há cerca de quatorze pessoas mortas para cada vivo — ele disse.
[...]
— Pesquisei isso uns anos atrás — o Augustus continuou. — Eu estava me perguntando se todo mundo poderia ser lembrado. Tipo, se nós nos organizássemos, e designássemos uma determinada quantidade de cadáveres para cada vivo, será que haveria pessoas vivas o suficiente para se lembrar de todos os mortos?
— E há?
— Claro. Qualquer um pode listar quatorze mortos. Mas nós somos uns pranteadores muito desorganizados, por isso acaba que muitas pessoas se lembram de Shakespeare e ninguém nem pensa na pessoa para quem ele escreveu o soneto cinquenta e cinco.
— É — falei."

(A Culpa é das Estrelas - John Green)


Esta passagem do "A Culpa é das Estrelas" trata-se de um diálogo entre Hazel Grace e Augustus Waters (página 140), onde após eles assitirem um filme ela pergunta: "Quantas pessoas acha que morreram?". Assim que li me lembrei logo de um dos primeiros posts que publiquei aqui no blog, trata-se do "Quantos mortos têm no mundo?...", no qual também me questiono sobre a quantidade de mortos que pode existir na Terra. Pensava que era somente eu que pensava sobre essas coisas. É legal duas partes deste livro me fazerem lembrar de coisas que já escrevi sobre e que, coincidentemente, falam do mesmo tema, a morte. Por que será isso hein?...

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