"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

sábado, 25 de dezembro de 2010

Já passou um ano...

Já passou exatamente um ano (talvez por querer, talvez por não querer) e estou de volta a esse meu mundinho ilusório e contraditório. Quantas vezes eu apertei no link Nova Postagem pra dizer alguma coisa pra mim mesmo e acabei não dizendo nada, esperei para hoje, uma data especial para muitos, mas nem tanto pra mim. Fim de ano não me traz boas recordações e prefiro me resguardar muitas vezes em meus sentimentos.
Fim de um ano que mudou completamente minha rotina, meu cotidiano, minha vida, quem diria que aquela longa vontade de liberdade se realizaria tão rápido? Rápido, intenso e satisfatório, a vida agora depende mais de mim, muitas decisões que eu e mim mesmo temos que decidir. Alegre pela liberdade, triste pela solidão, quem diria, solidão que um dia já foi tão desejada por esse cara que vos fala.
Sobral é o nome dela, a Princesinha do Norte me trouxe um novo mundo de experiências nessa curta vida que sigo curtindo e, felizmente, me alegrando. Já faz três meses que estou por lá, no começo era tudo mil maravilhas, aos poucos foi caindo a ficha e às vezes à noite me bate uma saudade de casa, de aconchego, de meu amor (talvez a maior dor de ter "abandonado").
Durante toda minha vida não viajei tanto como este ano que está perto do fim, foram muitas viagens na BR-222, 230 km indo e 230 km voltando, viagem no buzão e nas músicas ao pé do ouvido: "Cabeça no vidro, som aos ouvidos, sol na cara, vida que passa na janela. Vida que vai passar, vida que já passou". A primeira viagem para Sobral foi durante um Congresso na UVA, me apaixonei logo pela cidade moderninha e calorosa (em todos os sentidos), regressei meses depois para morar aos pés da Serra da Meruoca após aprovação no concurso para professor do estado. Agora minha vida é uma bigamia entre Sobral e Fortaleza.
Também conheci outra grande cidade cearense, a também bela cidade do Crato onde ocorreu o casamento do grande professor Edson, nunca passei tanto frio quanto no alto da Chapada do Araripe, experiência ótima. Além disso, em novembro do ano passado saí pela primeira vez do meu querido Siará (mais uma vez uso a expressão "quem diria") e fui dar umas andanças por Pernambuco (estado repleto de história e tradições, e grandes músicos: Alceu, Lenine, Nação) também para participar de um Congresso. Conheci a belíssima praia de Porto de Galinhas, infelizmente não muito conservada pela ingestão diária de milhares de turistas, a capital Recife cercada pelo majestoso Capibaribe e a linda Olinda com vistas maravilhosas do mar, mais uma experiência que não será esquecida.
Com tantas viagens pude constatar quão grande é o nosso Brasil, quanta terra nós temos e que são mal utilizadas, tem espaço sim para todos os habitantes desse país, o problema é que elas estão nas mãos de poucos. Do lado das estradas existem extensões imensas de verdadeiros desertos esperando por gente, aí me pergunto "por que muitos ainda precisam viver 'nas esquinas e nos sinais'?". Desertos que terminam e dão início a cidades perdidas, no entanto, informadas do que acontece no mundo através das antenas de TV, para saber quantas casas existem na cidade é só olhar para cima e contar as Century. "Um satélite na cabeça" de todos que se deliciam com os reclames do plimplim.
Também pude constatar uma coisa que já imaginava, mas em menor proporção, quão rodeado de serras é esse nosso estado do Siará, para onde olhamos podemos vê-las em todos os formatos e tamanhos, as nossas montanhas brotam do solo de todo nosso sertão e formam imagens maravilhosas que contrastam com as nuvens, com o sol e com a chuva também.
Enfim, passou-se um ano e não tive muita criatividade para produzir muita coisa, talvez por causa do viciante Twitter que faz com que a gente perca milhares de caracteres de criatividade. Mas agora já tenho muita coisa rolando de novo nessa mente maluca que não para um segundo, estou novamente disposto a mexer nessa cuca e fazer sair arte, coisas interessantes pelo menos para mim...

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