"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

“O coração dos aflitos pipoca dentro do peito”...

O amor é bom, mas a paixão... Ah, a paixão maltrata!
Meu coração está em muitos lugares, talvez por causa disso que eu não viva sossegado, pois estou sempre apaixonado, me errando em tantos lares. Por causa disso eu vivo estando em vários lugares fantasiosos ao mesmo tempo, seja através de bons sonhos, seja em pensamentos irrealizáveis ou então em desejos que nunca acontecerão. Isso é um carma, mas nunca uma perfeição.
Meu coração viaja por tantos cantos, ele está na cicatriz daquele rosto, naquela face bonita que se foi de repente, na amizade que ficou e fez o sentimento bom continuar, na pequena de alma gigante que sempre me encanta, na voz distante que eu insisto em escutar, no sorriso de menina que sempre traz boas sensações, na loucura maravilhosa que insiste em permanecer, nos cabelos que o vento rapidamente soprou daqui, nas novidades semelhantes que acabam de chegar. Mas no final, ele está é aqui solitário a pipocar.
Um pedaço em todo lugar, mas o todo em lugar nenhum. Fragmentado, ele leva toda a culpa. Mas já é sabido que a confusão toda, na verdade, é provocada pelo sistema límbico.

“O sistema límbico é um conjunto de estruturas localizadas no cérebro, abaixo do córtex e responsável por todas as emoções e sentimentos. A grande função do sistema límbico nos seres humanos é coordenar as atividades sociais que possibilitam a manutenção da espécie através de sua vida em sociedade. Desenvolver relações que permitam uma vida em comunidade dependem da atividade dos neurônios localizados nessas estruturas”. 

Tá vendo? Pobre coração, sempre sai como bode expiatório. A vida tem dessas coisas, tudo sempre é contraditório.
“Coração bobo, coração bola, coração balão”. O meu coração é bobo, mas é bom. Ele é besta, mas ele presta. Ele voa, mas sempre volta. Onde ele vai achar moradia, afinal? Quem está com a chave certa para trancá-lo de vez? Ou seria abri-lo de vez? Quem está com o pote para reunir cada pedacinho espalhado por aí? Já está na hora dele buscar sua certeza ou é melhor ainda se deliciar pelas incertezas do caminho? É melhor ter um coração livre, espalhando carinho ou um coração preso a um único ser? Enquanto sigo a me perguntar, eu sigo sozinho a viver...

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