"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

terça-feira, 6 de março de 2012

Vem...

Vem, me ensina a ser criança, me pega pela mão e me enche de esperança. Vem, me carrega por campos de centeio, sente arrepio na pele e na cabeça nenhum aperreio. Brisa no rosto, cabelo ao vento, paz dentro da cabeça, problemas em nenhum momento. Correr sem rumo certo, brincar sem apreensão, viver sem dificuldade, seguir sem direção.
Mas chegou a adultez, maiores são os problemas para resolver de cada vez. Mas o tempo passou de repente, cada um foi para o seu lado, vivendo em mundos diferentes. Cabeças iguais, lugares distantes, vidas opostas, saudades constantes. Viver para ver, esperar para crer, crer para ver, esperar para viver.
Sem angústias, sem medo, o passado passou tão cedo. Agora os sinais seguem fechados, para mim que já não sou tão jovem, mas eu darei um jeito de que eles se renovem. Serei um travesso ao avesso que atravessa cada verso, serei um otário ao contrário, um visionário solitário. 
"E dizem que a solidão até que me cai bem".
Vem, me ensina a ser criador, contemplando sua criatura, sem sentir nenhuma dor, quero ver se me atura. Vem, me ensina a voar bem alto, libera essa gaiola e liberta esse pássaro. Liberta essa criatura, quebra essa gaiola, libera essa loucura, afasta o que nos assola.
Mas eu volto há tantos sinais, que sempre mostram como viver em paz. Mas eu lembro do tempo de criança, que sempre mostram como ter esperança. Tempo bom, tempo ruim, tempo esse que não devia ter fim. Sinal certo, sinal errado, sinal aberto, sinal fechado. 
Vermelho, amarelo, verde. Verde, amarelo, vermelho. Siga, atenção, pare. Pare, atenção, siga. Siga, atenção, não pare. Não pare, atenção, viva. Viva, atenção, não pare. Não pare, viva, com atenção. E ao final irão dizer: "eles venceram, eles vencerão!". E agora mesmo eu digo: "vem, me ensina a viver, vem, me ensina a vencer"...