Há muitos e muitos anos as dúvidas, as questões, os problemas de nossa espécie eram puramente naturais, as perguntas estavam nas coisas da natureza e cabia a nós observarmos, estudarmos e resolvermos tais problemas.
As estrelas estão paradas no céu? Nosso planeta gira ao redor do sol? Somos feitos de quê? Qual a menor partícula que nos compõe? Estas são perguntas que foram e seguem sendo respondidas, no entanto, outros tipos de questões assumiram o "poder". Hoje em dia tiramos a natureza do centro de tudo e colocamos nós mesmos, nos preocupamos muito mais com perguntas e problemas pessoais referentes ao trabalho. Nossa maior preocupação hoje é o estresse que nos consome, que pena, perdemos o dom de olhar a natureza e divagarmos em dúvidas que depois nos levariam à certeza.
Hoje a ânsia pela produção, pelo prazo, por entregar as coisas em dia, nos fez esquecer de apreciar o céu, por exemplo. Antigamente era comum as pessoas por si só entenderem coisas básicas como identificar as constelações, os movimentos dos planetas, as estações do ano, atualmente não conseguimos nem saber onde vai estar a lua que é o astro mais próximo de nós.
Incrível a capacidade de nós seres humanos evoluirmos e transformarmos tudo ao nosso redor, mexer em tudo que nos cerca. Nossa evolução nos trouxe ganhos incríveis, mas nos fez esquecer o básico, apagou da nossa mente o essencial, o continuar nos perguntando de onde viemos. Com nossa evolução vieram as luzes das cidades e as estrelas se apagaram, em uma grande cidade, com dificuldade, ainda podemos ver apenas aquelas estrelas mais brilhantes que estão sempre lá para nos mostrar o quão fortes e enérgicas elas são e nos fazer lembrar que apesar de tão magnífico, nosso sol não passa de um anão em meio há tantos outros astros que estão perdidos por aí no céu.
Talvez as 40000 humanidades que nos antecederam foram mais felizes em descobrirem por eles mesmos diversos segredos do universo, tiveram a oportunidade de apreciar o seu meio, o seu lar nada mais era do que toda a Terra, com um imenso céu noturno cheio de estrelas que lhes serviam como cobertor.
Com a Revolução Industrial e a nossa consequente evolução passamos a nos ater cada vez mais em livros, em ambientes fechados, sem acesso à natureza natural. Nossa natureza agora é artificial, criada por nós mesmos, com fogueiras modernas que chamamos de TV, mas que insistimos em deixá-la ligada por muito tempo sem nem dar a mínima importância pelo que está passando nela. Ficamos cada vez mais preguiçosos e esperando que os outros descubram as coisas por nós, depois apenas damos um "google it" e temos lá facilmente toda a informação que nós mesmos poderíamos ter produzido. Antigamente era comum uma única pessoa entender sobre diversos assuntos como poesia, teatro, música, física, astronomia, atualmente nos tornamos tão especializados que se buscarmos informações em áreas que não atuamos nos criticam logo perguntando: "pra quê tu quer saber disso aí?". Talvez esse seja o preço a se pagar por tudo de bom que se veio com tal Revolução, uma evolução que nem sempre leva para coisas boas.
E se transformarmos esse imenso período de tempo de tudo que existe, pegarmos os 13,8 bilhões de anos de surgimento do universo e jogar em um ano cósmico, nós como seres humanos só teríamos nascido nos últimos segundos do dia 31 de dezembro deste ano, e mesmo assim, toda a história de nossos antepassados, das pessoas que viveram na Idade da Pedra, dos exploradores da natureza, dos observadores de céus limpos, ainda será muito maior do que a história que veio após toda a Revolução que ainda estamos vivendo até hoje.
Nascemos há pouco tempo e só estamos começando a engatinhar para conseguir entender todo cosmos e tudo que nele existe. No entanto, tantos e tantos mistérios ainda existem, talvez lá habite o cara que muitos insistem em chamar de Deus. Enquanto isso eu sigo a me perguntar, conseguiremos algum dia revelar todo mistério e apertar a mão de Deus?...
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