"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Vem, vamos descobrir o mundo...

"Vem, vamos descobrir o mundo", era essa frase que ele vivia dizendo ao meu pé do ouvido, ou pelo menos esta era a frase que eu vivia imaginando ele dizer. Às vezes eu procurava fugir das suas tentações, mas nunca conseguia ir muito longe, no final, ele fugiu de mim, desapareceu da minha vida. Agora eu procuro esquecer, eu tento fugir, mas aqueles olhos negros me perseguem aonde eu vou, mesmo distante eles parecem sempre perto, estarão sempre na imaginação.
Eu nunca mais fui a mesma depois de conhecê-lo e logo em seguida perdê-lo, pelo menos aprendi algumas coisas, a primeira delas é que nada pode ser pra sempre, apesar de tantas promessas, as pessoas apenas passam em nossas vidas; a segunda coisa é que a vida não é movida pela razão, é a loucura/paixão que nos move; por último, aprendi que é melhor pedir perdão do que permissão, afinal, depois da oração vem sempre o pecado. Mas e eu que nunca rezo, estou sempre pecando ou eu nunca pequei?
Pecados, aqueles que nunca cometeram que atirem a primeira pedra. Pedras, aquelas no caminho você pode retirar, juntar todas e fazer seu castelo. Castelos, aqueles de areia são levados facilmente pela água. Águas, aquelas que escorrem pelo rosto podem ser de alegria, mas na maioria das vezes são de tristeza. Tristezas, aqueles mesmos sentimentos depressivos que percorrem toda uma vida. Vidas, aquelas que não podem ser ditas no plural, aprendi com um jovem amigo que temos apenas uma para ser vivida.
Viver e estar sempre a se perguntar os porquês desta vida. Lei da atração, força do pensamento, poder da mente, mundo invisível, é lá onde está o segredo da vida? Se é lá Universo, pois leve-me, é lá onde quero habitar e poder ter tudo e todos ao meu redor, lá sim eu poderei descobrir todo o mundo, "um mundo bem distante dos erros humanos, um mundo onde só existem a paz e o amor", e talvez lá eu possa encontrá-lo, transformando novamente em realidade toda uma história que há tempos só está na minha imaginação...

Por Sara Fernandes

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Direito de educar...

Cid Gomes: “Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado"...

Muito obrigado senhor governador do estado do Ceará, assim você incentiva ainda mais um professor iniciante a pensar em desistir logo no começo da carreira. Mas não vou lhe dar esse gostinho, seguirei lutando pelos meus direitos e dando valor sim à minha profissão e aqueles que mais precisam, a população do meu estado. Quero continuar tendo o meu direito de educar.
Não serão comentários negativos e infelizes de gestores estaduais ou até mesmo dos gestores de minha escola que me farão desistir do sonho de servir ao meu estado e à minha população. Lembro ainda que esses gestores não são nossos patrões, pelo contrário, eles são nossos primeiros funcionários.
Não penso em ser milionário fazendo minha função de educador, só exijo respeito por parte daqueles que detêm, pelo menos no momento, o poder sobre a educação.
Muito menos penso em lecionar no ensino privado, pois infelizmente sei como a educação está sendo gerida nesse setor, tornando a escolas em empresas, tornando os alunos em propagandas, descaracterizando a verdadeira educação.
Enfim, a luta dos professores do estado do Ceará continua, independente do resultado final, vitória ou derrota, o importante é que nós estamos lutando. A gente fica, os gestores passam...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Hedonismo notívago...

Acordei a pouco tempo com o barulho do vento frio que batia na janela e entrava casa adentro, deixando meu corpo leve e, não sei por qual motivo, cheio de tesão. Comecei a sentir meus seios enrijecerem, os pêlos do corpo eriçados e uma invasão de pensamentos eróticos, para não dizer pornográficos.
Liguei a TV para procurar algo que me pudesse ajudar naquele momento e logo encontrei um enlatado norte-americano bem sacana com um homem e uma mulher transando feito dois animais, ele fazia cara de muito prazer enquanto ela falava "come on guy, fuck my little pussy".
Aquilo só me deixou ainda mais excitada, com mamilos extremamente rígidos, começando a sentir fluidos nas minhas regiões mais quentes e com as mãos à viajarem por todo o meu corpo, principalmente seios, barriga, coxas e toda a parte genital, que tesão!
Ah como eu queria alguém do lado para me ajudar nessa hora, tanto faz o sexo, só queria alguém. Mas depois de tanto tempo percebi que às vezes é melhor você mesma ser dona das suas próprias sensações, dos seus próprios toques, dos seus próprios dedos, algo bem egoísta, mas muito excitante.
Continuei vendo o filme e me tocando até que o homem pediu para ela "oh bitch, suck my cock", e ela imediatamente atendeu ao pedido e ficou lá até o momento em que ele colocou para fora todo o gozo e prazer que sentia para fazer aquela cena.
Enquanto eu aqui do outro lado da tela também chegava ao meu clímax, que maravilhoso aqueles segundos em que parece o ar ser extinto do cérebro e em que você sente todo seu corpo estremecer de tesão e prazer, não há nada nessa vida que se compare a essa sensação.
Não há nada de jocoso ou pecaminoso nesse ato, pelo contrário, eu acho que não há nada mais belo do que isso, prazer, libido, tesão, sexo, sexualidade, descobrir a si mesmo, ter momentos de euforia consigo mesmo, melhor ainda com os outros, quem sabe na próxima?...

Por Sara Fernandes

Como um vício...

Estou com tantas idéias na minha cabeça que se eu fosse uma verdadeira escritora conseguiria escrever um longo romance antes do sol aparecer, do dia amanhecer, do galo cantar. Um romance com muitas páginas e poucos personagens, poucos detalhes e muitos lugares. Um romance sem sofrimentos, sem falhas, sem intrigas, sem culpas, afinal a culpa não foi de ninguém, talvez tenha sido toda minha. Ah deixa pra lá, o tempo me dirá de quem foi a culpa.
Pronto, agora que começou essa história não sei mais onde vai parar. Não sei qual será a próxima cena, o próximo capítulo, nem mesmo se terá continuação. Talvez ainda hoje, talvez amanhã ou talvez nunca mais. É como um vício difícil de se livrar, pior do que qualquer droga. Is this the real life?
Pensava que era a vida real, mas era só imaginação. Essa tal imaginação realmente faz a pessoa perder seu limite, deixa-se ir e não sabe onde vai parar. E o que faço com tanta imaginação? Crio músicas que ficarão presas em folhas cifradas, longe dos ouvidos? Crio poemas expostos em sites, longe dos olhos? Crio romances que se tornarão livros que serão jogados à prateleira longe do leitor?
Através desse vício posso brincar de ser qualquer um, posso brincar de conhecer diversos lugares, posso brincar com diversas pessoas que nem conheço, só não posso brincar de tornar tudo isso realidade. Tenho que ter cuidado, vai que esse vício mata!
Saúdo com um gole de vinho para aliviar a dor, good night with sweet dreams and beautiful nightmares...

Por Sara Fernandes

sábado, 13 de agosto de 2011

Conversando comigo mesmo...

E eu sigo a filosofar comigo mesmo ou será com alguém que já esteve aqui comigo? No meu sonho ele veio me dizer:

─ Filho, essa vida é muito curta pra viver, olha o meu exemplo, fui atrás do pão para alimentar você e o seu irmão, mas vacilei e voltei pra casa embrulhado, e vocês não puderam mais ficar ao meu lado.
─ Calma pai, já entendi o seu recado, não adianta eu ficar aqui parado, preciso aproveitar o máximo essa vida, afinal, temos apenas uma para ser vivida. Já li certa vez por aí que "a morte seria um tédio caso não houvesse vida", mas por que nela há tantas feridas?
─ É filho, eu te digo mais, a vida seria um tédio se não fossem suas feridas. São elas que nos ajudam a continuar vivendo, são elas que nos dão aquele gás pra seguir em frente, ajudando gente. Cada pessoa com suas feridas, com seus problemas, todos os caminhos são diferentes, pena que no final todos vão dar no mesmo lugar.
─ Pô, sempre me pego a pensar naquelas velhas questões: Quem sou eu? De onde eu venho? Pra onde eu vou? Quem é esse povo do meu lado? Pra que eles servem? Pra que tudo isso servirá? Por que não se explode logo tudo? "Ah, morre diabo!".
─ (Risos) Calma filho, não adianta ficar se perguntando essas coisas. Pra quê? Ah, não precisa saber as respostas disso aí não, só continua vivendo, levando numa boa, no final tudo vai se acabar, mas essas perguntas vão continuar aí, para sempre.
─ Mas ninguém pode viver e nem morrer sem motivo, pai. Tem uma corrente filosófica, o existencialismo, que diz que cada um é mestre dos seus atos, faz da sua vida o que quiser. E sabe pai, já escolhi o que quero na minha vida, a minha meta é o amor ambulante, já a minha morte, nem pensei, nem quero pensar. Só acho que depois de morrer acaba tudo, não acontece mais nada.
─ Filho, não posso te falar nada sobre isso, é o segredo universal, mesmo eu que estou aqui não posso comentar nada sobre isso.
─ Sabe pai, quando eu morrer, se acaso um dia eu morra, não quero ser exposto aos olhos dos outros e nem às moscas, muito menos quero flores ao meu redor, nem lágrimas caindo dos rostos.
─ Acho que tudo isso que você não quer foi exatamente o que aconteceu comigo filho, você lembra?
─ Não, desculpa, mas eu não tive coragem de ir te ver naquele estado. Talvez medo, talvez covardia, mas o certo é que não queria ver meu pai daquele jeito.
─ Certo filho, eu te compreendo, você ainda era muito criança pra entender sobre essas coisas de vida e morte. Não se preocupe com isso.
─ OK, pai. Só sei que vi quando chegaram com você à igreja, também lembro que a igreja ficou lotada para darem um último adeus a você, você era uma pessoa muito querida. Como eu não fui me despedir, sempre fiquei com a esperança de que um dia podia te ver novamente e conseguir me despedir de você.
─ Oh filho, aqui estou eu, mas não quero adeus, a gente vai se ver mais. Mas esquece isso, me conta mais desse tal amor ambulante que você falou agora a pouco.
─ Então pai, a minha meta é o amor ambulante, ou seja, o meu objetivo é propagar o amor pelo mundo, espalhar alegria e felicidade para o máximo de pessoas que eu puder. Ser feliz e fazer muitas pessoas felizes, e no final poder partir em paz, sabendo que têm diversas pessoas que gostam de mim, assim como gostam de você. Mas não quero propagar o amor falso, sabe pai, hoje em dia é muito fácil as pessoas dizerem que se amam, mas o difícil é elas realmente agirem e mostrarem esse amor.
─ Quanto orgulho eu sinto filho, mesmo com tão pouco tempo vivido com você, com tão pouco tempo que tive pra te ensinar alguma coisa, ainda bem que você conseguiu seguir um rumo certo, o rumo do bem. Agora pra embaralhar um pouco tua cabeça eu te pergunto, o que é mais difícil, você amar um milhão de pessoas ou um milhão de pessoas amar você?
─ Opa, deixa eu analisar um pouquinho. Hummm. Bem eu acho que é muito mais fácil eu amar um milhão de pessoas, apesar de saber que isso nunca venha a acontecer.
─ É meu filho, é mais fácil sim. E não precisa um milhão de pessoas te amar, basta você amar o máximo de pessoas que puder, basta você saber que pode fazer o bem para o máximo de pessoas que conseguir, basta você saber que pode e deve respeitar a opinião de cada uma delas, dessa forma você já vai amá-las.
─ É sim pai. Sabe uma frase que criei, é assim: "não acredito em nada, por isso respeito tudo", sou um cara bem cético, mas respeitador. Apesar de ter diversas questões a me incomodar, não acho que seja muito provável que elas são respondidas da forma que a maioria das pessoas pensam, no entanto, respeito a opinião e a crença de cada um.
─ É, e devemos viver sempre acreditando em algo, mesmo que esse algo seja nada. Contra qualquer afirmação ou negação, eu prefiro o talvez. Sou, ou era, assim como você, não ficava muito tranqüilo com afirmações ou negações absolutas, prefiro passar o tempo me questionando, duvidando, do que não ter nada pra pensar sobre.
─ Opa, então esse fator é hereditário pai.
─ (Risos) É sim filho!
─ Uma antiga escritora disse uma vez, pai: "morrer é do maior risco, não saberei passar para a morte e pôr o primeiro pé na primeira ausência de mim". Mas afinal, para que serve a morte pai?

Acordei ainda sussurrando as palavras "pai, pai, pai..." e ouvindo aquele bom som da sua risada. Ah, mas que pena, realmente era só um sonho, nem me despedi dele, ele nem respondeu essa minha última pergunta, será que ele aparecerá de novo? Pelo menos depois de tanto tempo eu pude, pela primeira vez que lembro, ter um diálogo com ele, mesmo que num contato onírico. Será que aquela pessoa realmente era meu pai? Será que aquela voz realmente era a sua? Como vou saber, os sonhos sempre deixam essas dúvidas. Ah, mas sonhos são só sonhos! Não importa, esse foi mais do que especial, vai ser lembrado pra sempre, quem sabe venham outros e eu possa descobrir o que mais nós temos em comum...