"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Brincando de ser outra pessoa, fingindo não ser ninguém...

Foi um sonho bom que eu não consegui tornar realidade, foi um livro interessante que eu não pude terminar de ler, foi uma criança alegre que eu não vi crescer, foi um vento frio que soprou e eu não me deixei levar. Como tudo e todos nesta vida, eu deixei você passar, mesmo sem ter sido apenas um passatempo para mim. Ou foi você que me deixou passar?
Ah, não me leve assim tão a sério, eu estou completamente bêbada, mesmo sem ter ingerido uma gota. E a única coisa que eu quero nessa vida é poder beijar novamente a sua boca, sentir o sabor do vinho e das uvas, esquecer a amargura dos vinagres, contar todos os nossos segredos e relembrar os nossos milagres. Milagres que tivemos de viver em paz, em harmonia, sem fé, sem agonia.
Quando o excepcional se torna tão banal, perde-se toda a graça. Mas a sua excepcionalidade se foi sem dar notícias, fiquei apenas com minha pobre banalidade. “Não queria te ver assim, quero a tua força como era antes”, a minha força, a nossa força, juntos num mesmo objetivo, mas escapuliu.
Fiquei na sarjeta, sem sonho, sem livro, sem criança, sem vento, sem vinho, sem uvas, sem você, com vinagres, sem segredo, sem milagres, sem paz, sem harmonia, sem fé, sem força, sem você, com agonia.
Mulheres cultas e sérias como eu não deveriam escrever esse tipo de coisa, desprezando-se, humilhando-se, mas fazer o quê, este é meu karma, minha vassalagem, minha escravidão emocional, ter que estar sempre lembrando alguém que nunca mais voltou...

Por Sara Fernandes

"Eu, Robô" ou Quantos gigabytes cabem na minha cabeça?...

O meu jeito nordestino de falar misturado com minha vontade rock n’ roll de gritar dão o tom de um futuro que insiste em não chegar. A idéia de um admirável mundo novo com suas tantas tecnologias me fascina e preocupa ao mesmo tempo. Humanizar robôs, robotizar humanos, aonde chegaremos com isso?
Quantos gigabytes cabem na minha cabeça? E eu entro na minha rede social, onde me balanço sozinho, sem ninguém ao lado para trocar uma idéia, somente avatares de gente que eu nem conheço bem. Quem é você? Quem sou eu? Você é real ou está apenas se fazendo? Personagens de nós mesmos? Brincando de ser outra pessoa, fingindo não ser ninguém.
Nesse canibalismo virtual, eu devoro o Pessoa, eu como pessoas, tudo sem sair de casa, “com a coragem que a distância dá”, com a segurança que a tela proporciona. Vou inverter os valores, destruir os preconceitos, “sentir com inteligência, pensar com emoção”. Só lembro que no final teremos de fazer o oposto, voltar ao normal, desumanizar robôs, desrobotizar humanos, ou então, a vida não será mais real...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dá o tônico (Não preciso de cores)

Dá o tônico, Fontoura!
Não preciso de cores
Pra ver à um palmo do meu nariz.
Não preciso de cores
Pra ver que você não é feliz.
Não preciso de cores
Pra ver o meu caminho.
Não preciso de cores
Pra ver que você segue sozinho.
Dá o tônico, Fontoura!
Não preciso de cores
Pra ver o arco-íris.
Não preciso de cores
Pra ver as suas crises.
Não preciso de cores
Pra ver as luzes da cidade.
Não preciso de cores
Pra ver a sua fragilidade.
Dá o tônico, Fontoura!
Não preciso de cores
Pra ver a beleza das flores.
Não preciso de cores
Pra ver as suas dores.
Não preciso de cores
Pra ver o mundo ao meu redor.
Não preciso de cores
Pra ver que você está na pior.
Dá o tônico, Fontoura!
Não preciso de cores
Pra ver que você não está em paz.
Não preciso de cores
Pra ver que você não foi capaz.
Não preciso de cores
Pra ver um palmo à minha frente.
Não preciso de cores
Pra ver o quanto você mente.

(Janderson Oliveira)

E nem a força do Fontoura ajudou para consertar o mal que está comprovado nestas bolinhas. Mas o mal de Dalton não me faz mal algum, desde sempre eu presumia que havia alguma coisa errada na minha visão...

Paranóia



Quando esqueço a hora de dormir
E de repente chega o amanhecer
Sinto a culpa que eu não sei de que
Pergunto o que que eu fiz?
Meu coração não diz e eu,
Eu sinto medo! Eu sinto medo!

Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Com medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas
Mas eu sinto medo! Eu sinto medo!

Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro
Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre
Sempre, sempre
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu tava sempre com Deus!

Minha mãe me disse há tempo atrás
Onde você for Deus vai atrás
Deus vê sempre tudo que cê faz
Mas eu não via Deus
Achava assombração, mas
Mas eu tinha medo!
Eu tinha medo!

Vacilava sempre a ficar nu lá no chuveiro, com vergonha
Com vergonha de saber que tinha alguém ali comigo
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro

Paranóia

Dedico esta canção:
Para Nóia!
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo

(Raul Seixas)

Mais uma de Raul Seixas. Essa letra me lembra alguma coisa, principalmente de quando eu era criança, como são inocentes as crianças. Hoje não tenho mais medo dessa "Paranóia" que segue a estar somente na cabeça de milhões. Mesmo estando sozinho estou bem, sem vergonha de fazer nada que deve ser feito a sós. Aí lembro de outra música do Raul, "Eu sou egoísta" porque "onde eu tô não há sombra de Deus"...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Insônia esquizofrênica...

Será que isso tudo que eu vivo é verdade ou tudo não passa apenas de esquizofrenia? Quem souber a resposta por favor me diga. Nem John Nash explica esse imenso jogo de quebra-cabeça com várias peças perdidas, "é a vida, é bonita e é bonita". Mas continuo com a mesma pergunta do post de minutos atrás (no entanto, com mais calma), "pra quê?". E se a vida de todos nós for uma grande esquizofrenia? Se ninguém tiver vivendo a realidade? Todos fazendo papéis em um teatro real e sendo observados por um diretor? Um único diretor dirigindo tanta gente e ordenando que cada um faça o que ele quiser? Droga, continuo com tantas perguntas e pra quê? Prefiro terminar por aqui, se não for a esquizofrenia, é a insônia que insiste em me atacar.
(Confesso que esses dois últimos textos não foram na minha completa normalidade, mas afinal, quais foram?)...

Que a terra nos seja leve...

São tantas as perguntas que ficarão sem respostas, ninguém nunca explicará o que significa isso aqui, pra que serve isso tudo? Pra quê? É só passagem, é nada, é só um momento que acabará e o fim será só o fim. Quantas mais lágrimas cairão? Quantas? Cansado de saber que no final nada disso vai comigo, tudo, tudo foi em vão. Como aproveitar? Como? São só perguntas, são só pensamentos, ninguém pra responder, ninguém ao menos para escutar. O desespero chega nessas horas, mas a consciência diz que não adianta desespero, só resta continuar, seguir, ver onde e quando vai acabar. Sucesso, declínio, vitória, derrota, riso, choro, passa tempo, tempo passa, passa vida, vida passa, somos todos passageiros do mesmo trem, trem que não leva a lugar nenhum, quantos já tiveram a mesma chance? Quantos? E quais deles voltaram para esclarecer tantas dúvidas? Nenhum. Os que dizem terem voltado são apenas mentirosos, os que acreditam não passam de tolos, hipócritas que têm medo de encarar a realidade, a realidade do fim, do final, the end, do acabou, do que não haverá coisas bonitas para nos alegrar, do que foi tudo ilusão, uma imensa ilusão. Tolo sou eu que sigo tentando buscar explicações para esse existencialismo inexplicável, enquanto lá fora todos vivem suas vidas sem se importar com tudo isso que só nasce na minha cabeça. Observo toda uma cidade da fria janela do meu apartamento e quantos estão preocupados comigo? Logo eu que procuro ser tão prestativo com todos, não adianta querer abraçar o mundo todo, sempre alguém vai ter que perder, que sofrer, que chorar, mesmo que esse alguém seja eu. Pra que passar por tantas coisas se nada vai comigo? Se não vou deixar nada pra ninguém? Desespero, desabafo, loucura, insanidade? Nada disso, apenas pensamentos sinceros e racionais. Onde encontrar força pra continuar até o fim? Fim para todos, que a terra nos seja leve...