"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Duas naturezas...

Para onde meus olhos apontam eu enxergo duas naturezas. A primeira é aquela com suas diversas cores que, apesar do meu daltonismo, me revela belas paisagens de verde, de azul, de amarelo, de branco. A segunda, mesmo com toda perfeição da minha visão, segue feia, preta, cinza, incolor. A primeira é a natureza natural que insistem em dizer que foi criada por Deus e se realmente foi Ele, pense num cabôco pra se garantir na aquarela. A segunda é a natureza criada pelo homem, com suas casas e prédios, fios e postes, “concreto & asfalto”. É impressionante como a primeira natureza se transforma no seu ritmo natural, há poucos meses os galhos estavam secos, as terras sob as pontes estavam rachadas, mas hoje já está tudo novo de novo, galhos verdes e cheios de pássaros, águas abundantes agora correm sob as pontes. Mais impressionante é a transformação da segunda natureza, tudo em ritmo frenético, há poucos dias era apenas um terreno baldio, hoje é mais uma construção levantada, só é preciso ter o dinheiro e do nada surge o tudo. A primeira é divinamente bela, a segunda é milimetricamente arquitetada, ambas são indispensáveis. Pena que o “bicho mau, bicho mau, bicho homem” insiste em acabar com a primeira natureza para expandir a sua, deve-se ter cuidado, pois a primeira natureza é muito mais forte e também acaba com a segunda natureza, é só pensar no Japão, no Chile, na Indonésia, no Haiti...

terça-feira, 29 de março de 2011

Fim do mundo...

Daqui a pouco 2012 chega e parece que estamos mesmo chegando ao fim dos tempos, o apocalipse se aproxima. São atentados em Nova York, em Madri, em Moscou, em Jerusalém. É guerra no Afeganistão, no Iraque, em Mianmar, na Líbia. É terremoto na Indonésia, no Chile, no Haiti, no Japão.
Aí eu lembro que no Brasil não tem atentados, não tem guerras, não tem terremotos, mas uma mulher consegue chegar ao poder, é o fim do mundo mesmo viu.
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Opa, opa, calma, calma, calma, brincadeirinha, piada apenas, brincadeira de mau gosto, piada sem graça, calma, calma...

sábado, 26 de março de 2011

Tudo isso por míseros trocados...

Cadê o asfalto que tava aqui? A chuva comeu. Cadê o governo pra ver isso aí? Acho que se esqueceu. Cadê a criança que era pra tá na escola? Ela que tá tapando os buracos. Cadê o governo pra ver isso aí? Acho que se esqueceu de novo, é muito fácil fechar os olhos. E segue a viagem pela BR-222, estrada federal e cheia de crateras. E vem um sujeito de fora dizer que o nosso futuro já chegou, ah vá se fuck you meu bem, ah vá abandonar seu Air Force One e atolar seu carro nas estradas do Brasil, aí sim vai enxergar nosso futuro. E um coração de lama se forma na poça coberta pela água da chuva, talvez pra mostrar aos viajantes e governantes que a esperança de mudar ainda existe...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Contradições, mentiras e enganos sobre o mundo...

No dia 30 de outubro de 1933 a sábia menina Nina Lugovskaia escrevia assim em seu diário: “coisa horrível a vida humana, um bolo de contradições e mais nada. Na vida não há verdade e justiça, tudo é mentira, tudo é engano. O engano está até na própria verdade, em tudo, em tudo, e existirá sempre. Os homens jamais verão o tempo em que no mundo todos serão iguais, quando um não terá o direito de coagir e ofender o outro, quando não existirão fortes que decidem tudo e fracos que não têm direitos.”
E mais uma vez lançam mão da “guerra pela paz” e sigo a perguntar: será que existe contradição maior do que essa? Será que eles não aprendem? E mais uma pergunta: quem sai feliz com tantas guerras? Não há resposta certa para isso, só sei que “ao vencedor, as batatas” e “que chore o perdedor”. "Não me entrego sem lutar, tenho ainda coração, não aprendi a me render, que caia o inimigo então", se pelo menos transformassem a guerra em palavras poéticas, será que adiantaria?
Enquanto isso o Brasil se engana e arria as calças para o novo “dono do mundo”. “O Brasil é o país do futuro”? Não, não, para ele “o futuro é hoje e cabe na mão”! Êta Brasil, vamos que vamos celebrar nossas excelentes relações internacionais “e esquecer a nossa gente que trabalhou honestamente a vida inteira e agora não tem mais direito a nada”. Será que queremos e deixaremos enganar a nós mesmos? “O engano está na própria verdade”. Haja pão pra tanta gente!
Falando nisso, infelizmente o Japão é um bom exemplo de que mesmo com tanta tecnologia a natureza ainda é mais forte do que nós. E quanto à Líbia, se explodirá com a bomba nuclear e levará Kadhafi embora? Gritem suas mentiras por todos os lados, estão todos de ouvidos abertos a escutar.
Até quando seremos controlados pelos poderosos que decidem tudo? Até quando seremos privados de nossa liberdade e de nossos reais direitos? Quando teremos nossa vez e nossa voz? Termino falando como Bob Marley “that until the basic human rights are equally guaranteed to all without regard to race, there's a war” e lembrando que o tempo passa mais as contradições, mentiras e enganos continuam, quão inteligente era aquela menina Nina...

"O pior cego é aquele que não quer ver"...

Todos contando os dias para o próximo feriadão e meninos de beira de estrada seguem com suas pás e enxadas tapando buracos de nossas esburacadas estradas federais, tudo isso por míseros trocados de motoristas que jogam suas moedas pelas janelas. E meninas de beira de estradas seguem com suas poucas idades e roupas vendendo seu corpo para míseros motoristas que querem tapar seus buracos de solidão ao longo das mesmas esburacadas estradas, tudo isso por míseros trocados.
Enquanto isso nossos maiores artistas estão na televisão vendendo o maior causador de acidentes do próximo feriadão e de todos os que já passaram e dos que ainda virão. Skol redondinha, Nova Schin cervejÃO, Antarctica A boa, Brahma e tantas outras que serão consumidas por muitos meninos e meninas, e principalmente por irresponsáveis motoristas que trafegarão pelas esburacadas estradas de outrora. A única precaução que nos passam é uma irritante mensagem de "aprecie com moderação", mas que bobagem, quem enxerga isso e todos os outros problemas escritos em letras minúsculas? "O pior cego é aquele que não quer ver".
E na semana que insistem em chamar de Santa, vamos celebrar e contar "todos os mortos nas estradas". Se ao menos o menino que morreu na cruz aos trinta e três e que ressuscitou ao terceiro dia pudesse fazer algo para evitar tantos pecados! Mas quando ele voltará? Até lá só nos resta abrir os olhos e mudarmos nós mesmos. Amém! Hey men! Amem!...

sábado, 12 de março de 2011

"12 de novembro de 1932"...

"[...]

Só me resta este escrever infeliz, que não traz nem utilidades nem vantagens, mas só uma vã perda de tempo. E o tempo é tão necessário! Para qualquer coisa precisamos de tempo."

E no meu diário moderno eu cito um diário escrito há quase 80 anos. Trata-se de "O diário de Nina", uma jovem (escreveu o diário dos 13 aos 18 anos) moscovita que viveu e sofreu o regime "comunista", terrorista, stalinista dos anos de 1930, regime esse pior até mesmo que o regime nazista de Hitler. Nina teve sorte de ter sobrevivido ao campo de concentração e aos trabalhos forçados e só foi falecer em 1993, pena que nunca conseguiu seguir a carreira que desejava, escritora, mas só pela citação acima é fácil perceber que ela teria futuro no ramo da escrita. E esse pensamento de Nina me lembra a minha eterna vã filosofia "que não traz utilidades nem vantagens", tá vendo como eu não sou o único? E o tempo hein? "És um senhor tão bonito" e único a saber o amanhã e o que já se foi. Lembrando do que já se foi, esse 12 de novembro de Nina não me lembra coisas muito boas. Mas que coincidência, o texto, a idéia, o tempo, a data, tudo se encaixa tão perfeitamente na minha vida, ninguém vai entender nada, só eu e ela...

quarta-feira, 9 de março de 2011

ISSO...

E mais uma vez lanço mão da frase: “dançamos no silêncio, choramos no carnaval”, mas é porque pra mim isso é muito verdade. Quantas vezes ela me chamou para dançarmos mesmo com nenhuma música para ser tocada, e como choramos nesse carnaval que finda agora na quarta-feira de cinzas. Aí me lembro da Fênix que ressurge das cinzas, assim como ressurgiu nosso amor e tornou-se mais forte como nunca antes. Amor? Amor é muito pouco para explicar ISSO que a gente sente um pelo outro, amor é muito anos 60, todo mundo usa esse sentimento, essa coisa, esse verbo. O que a gente sente um pelo outro é muito maior do que qualquer outro sentimento, outra coisa, outro verbo que exista, tanto que tivemos que criar um sentimento, uma coisa, um verbo só nosso para explicar ISSO. E afinal, quem é essa pessoa de que falo aqui? Ora, é aquela mesma Menina que cresceu, virou mulher, mas não perde a meninice, só nós entendemos tudo ISSO. ISSO que começou na primeira carta escrita há muito tempo, amadureceu, passou de fase, mudou o ponto de vista e continuará para sempre, repito, para sempre. Então Menina que cresceu, virou mulher, mas não perde a meninice, eu te BeJ, quem quiser decifre, mas será difícil...

segunda-feira, 7 de março de 2011

"Tententender" ²...

E eu me escondo atrás de palavras que nem sei mesmo o motivo pelo qual as criei, "palavras são sombras, as sombras viram jogos, palavras pra brincar, brinquedos quebram logo", ah palavras! Palavras, prefiro as escritas do que as faladas. E eu me escondo atrás de máscaras que nem sei se fui eu mesmo que as inventei, "além do que é sentido, ver além da máscara". E falando em máscara me lembro que é tempo de carnaval, coisa que não me agrada muito, me agradaria caso eu pudesse ser seu Pierrot e você minha Colombina. Gostaria de cantar: "eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar, tô me guardando pra quando o carnaval chegar", mas por enquanto eu canto: "dançamos no silêncio, choramos no carnaval". "E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar", ah vida! A vida é um imenso quebra-cabeça com várias peças perdidas, em especial, a minha vida é um livro aberto com algumas páginas rasgadas. "Eu como, eu como, eu como. Você não está entendendo quase nada do que eu digo", mas esse é meu objetivo, sem muita lógica no meu sistema. "Ao vencedor, as batatas", quanto às batatas, eu já comi todas, mas continuo faminto, e de alguma forma lembro da teoria de Freud Flintstone onde "querem lutar pelo que amam, conquistar e destruir o que amavam tanto", sigo querendo lutar pelo que amo, sem destruir depois de conquistar, "amar e mudar as coisas me interessa mais". "Sempre que a maioria das pessoas deixa de acreditar em algo, é porque nunca existiu", ah pessoas! Pessoas irreais vivendo num mundo irreal, esse é o nosso mundo, cada um acredita no que quiser, se não quiser não acreditam em nada, nós sempre estamos reclamando de alguma coisa, mesmo quando não há nada para se reclamar, ah admirável mundo novo! E nesse admirável mundo novo, nós somos avatares de nós mesmos. Alguns procuram respostas em livros, outros em filmes, outros conversam com pessoas; eu escuto música, por isso escrevo tudo dessa forma. Acho que por agora chega ao fim meu estoque de loucuras, só peço uma coisa, por favor não "tententender" a minha agonia...

sexta-feira, 4 de março de 2011

"Tententender"...

E eu sei? Tô sem cabeça pra isso ou pra seja lá o que for, tudo que tiver que se pensar, que se curtir, que se aproveitar, que se viver, é preciso que se deixe rolar. E a vida? Ah a vida, deixa ela aí, rolar, desenrolar, fluir, falir, falhar, viver. Papo cabeça? Tantas cabeças mundo afora e “nenhuma é igual a outra”, nenhuma é igual a minha, “ninguém = ninguém”, ainda bem que ninguém é igual a mim, o mundo seria meloso/melódico demais. Melodia melosa melancólica? “Eu tô cansado dessa agonia”: fica triste, fica alegre, fica triste, fica alegre, “fica rico, fica pobre, fica rico, fica pobre”, filosofia melancólica de vários Joãos Brasil afora. “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis”? Ah Marcela ingrata, ah mulheres ingratas, mas ingrato devo ser eu que as chamo desse jeito, no entanto, esse é a melhor oração de Brás Cubas. Pra quê tudo isso aqui? Pra se ter a oportunidade única de saber o que é a vida e no final dizer se foi bom ou ruim viver, mas só uma vez é muito pouco. “Quem é que quer flores depois de morto? Ninguém.”, e ninguém entendeu Holden Caulfield, muito menos entenderam porque John Lennon “levou um tiro à queima-roupa”. Música e literatura? É bom pra quem sabe curtir a vida, melhor ainda é criar a vida através delas, liberdade pra alma fluir em qualquer direção e ainda se pode dar a desculpa de que não fui eu, foi meu eu-lírico. “Tententender”? Melhor nem tentar, nada faz muito sentido na cabeça de muitos, somente na minha, pós-modernismo surrealista com pitadas de psicodelia e metafísica não agrada a ninguém, a mim me fascina, mesmo sem nem saber do que se trata...

quinta-feira, 3 de março de 2011

O sonho acabou

My little girl 
O sonho acabou, 
O sonho que nunca chegava ao fim. 

My little girl 
The dream it’s over, 
Dream, dream, dream it’s over. 

My little girl 
Bola pra frente, 
Chuta essa bola pra frente. 

My little girl 
The way must go on, 
The way always must go on. 

My little girl 
Difícil entender, 
Que o sonho fosse terminar assim. 

My little girl 
You can’t understand me, 
You never gonna can understand me. 

My little girl 
Meu coração quebrou, 
Estou juntando ele todinho. 

My little girl 
My heart it’s broken, 
But I gonna remake it all. 

My little girl 
Te peço desculpas, 
A culpa sempre foi toda minha. 

My little girl 
Sorry a lot, 
Sorry, sorry, sorry a lot. 

My little girl 
O sonho acabou, 
Mas o nosso amor é pra sempre. 

My little girl 
The dream it’s over, 
But our love never will come in the end. 

(Janderson Oliveira)

Como pode um cara que vive reclamando por não gostar de ouvir música em inglês compor em inglês? Como pode um cara que fala que adora a música brasileira compor uma música com um jeito bem Beatles? Como pode um cara amar tanto uma menina e dizer que o sonho chegou ao fim? Eu sou uma eterna contradição mesmo, sabe lá se mudo algum dia. "O sonho acabou" é falado, cantado, gritado para aquela Menina que cresceu, virou mulher, mas não perde a meninice, ela pode achar o que quiser de mim, "mas o nosso amor é pra sempre". Quanto à música, ela é uma levada beatlemaníaca de somente quatro acordes: A G F#m E7, tocando as cordas de baixo para cima...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Mais uma vez seremos só nós dois

Não vá dizer que você não sentiu nada por mim, 
Não vá dizer que o princípio já chegou ao fim. 
Não me diga que aqueles beijos foram à toa, 
Não me diga que as conversas não foram boas. 

Vou respeitar seus sentimentos nesse momento, 
Vou dar um tempo e evitar seu sofrimento. 
Vou viver para mim mesmo nesse instante, 
Vou lembrar de você como um retrato na estante. 

Mas se acaso algum dia quiser voltar, 
De braços abertos estarei a te esperar. 
Contando os dias pra esse dia acontecer, 
Mais uma vez seremos só nós dois: eu e você. 

Não vá dizer que desejos não foram despertados, 
Não vá dizer que não gostou de estar ao meu lado. 
Não me diga que aqueles risos foram em vão, 
Não me diga que não mexi com o seu coração. 

Vou tentar tirar você do meu pensamento, 
Vou apagar da memória o seu encantamento. 
Vou procurar esquecer você por um segundo, 
Vou encontrar dentro de mim meu próprio mundo. 

Mas se acaso algum dia quiser voltar, 
De braços abertos estarei a te esperar. 
Contando os dias pra esse dia acontecer, 
Mais uma vez seremos só nós dois: eu e você. 

Não vá dizer que aquela tarde não foi especial, 
Não vá dizer que aquele instante foi o final. 
Não me diga que aqueles sonhos foram perdidos, 
Não me diga que seu coração não está ferido. 

Vou sair voando por aí sem direção, 
Vou levar para longe o meu coração. 
Vou esperar alguns dias até te ver, 
Vou acreditar que ainda seremos só eu e você. 

Mas se acaso algum dia quiser voltar, 
De braços abertos estarei a te esperar. 
Contando os dias pra esse dia acontecer, 
Mais uma vez seremos só nós dois: eu e você. 

(Janderson Oliveira)

"Mais uma vez seremos só nós dois", a letra talvez seja para alguém que esteja por aí, talvez seja alguém que esteja por aí falando para mim, talvez seja o que eu gostaria que alguém que esteja por aí estivesse dizendo para mim, enfim, a letra pode ser o que o ouvinte/leitor quiser que ela seja. A música é fácil, com os primeiros versos em Am / C / D e os segundos em Dm / F / G e o refrão em F / G / Am7. That's it, pelo menos a letra tá aí, agora pra gravar são outros quinhentos...