"Eu vi o tempo brincando ao redor do caminho daquele menino"...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

“Quarta-feira, 23 de fevereiro de 1944"...

"[...]

O melhor remédio para os amedrontados, solitários ou infelizes é sair, ir a um local em que possam ficar a sós, com o céu, a natureza e Deus. Só então você pode sentir que tudo é como deveria ser, e que Deus deseja a felicidade das pessoas em meio à beleza e à simplicidade da natureza.
Enquanto isso existir – e deve existir para sempre -, sei que haverá consolo para toda tristeza, em qualquer circunstância. Acredito firmemente que a natureza pode trazer conforto a todos que sofrem.
Ah, quem sabe, talvez não demore muito antes que eu possa compartilhar esse sentimento de felicidade avassaladora com alguém que sinta o mesmo que eu.”

Há exatos 67 anos Anne Frank escrevia isso em seu caderno, e a mesma quarta-feira que foi em Amsterdã é a mesma que se passa hoje em Sobral. Mas por que reclamar de solidão se estou rodeado de vida? Por começar pelas aranhas e formigas que invadem meu apartamento...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ponto de vista...

“Todo ponto de vista é a vista de um ponto”. O meu ponto de vista é visto por vários pontos de mim mesmo e meu ponto de vista pode mudar à medida que eu mudo meus pontos de vê-lo, deve ser isso que seja a lei da metamorfose ambulante. O seu ponto de vista eu também vejo por vários pontos, por isso que me dou bem com todos, aceito todos os seus pontos de vista que são vistos pelos seus diversos pontos, deve ser isso que seja a lei do respeito.
“A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam”. Pra você me entender vai depender de onde você está, de onde você vive, do que você aprendeu sobre mundo, do que você aprendeu sobre a vida, e enfim, do que você aprendeu sobre mim. Na maioria das vezes os olhos lêem, mas a cabeça não entende porque não aceita a diferença, a opinião alheia, deve ser isso que seja a lei do preconceito. Muitas vezes você julga o outro, acha que aquilo que o outro pensa é errado, mas não vê que os pés dele pisam outro lugar, ele é diferente de você, o mundo onde ele se educou é diferente, deve ser isso que seja a lei do julgamento.
Mas por que o ponto é de vista? Por que damos tanto valor a esse sentido e esquecemos os outros? Por que não pode ser o ponto de audição, o ponto de olfato, o ponto de tato, o ponto de paladar? Aí seria melhor, o meu ponto de vista seria nos seus olhos, meu ponto de audição no seu peito, meu ponto de olfato no seu pescoço, meu ponto de tato no seu corpo e meu ponto de paladar seria onde você quisesse.
Talvez isso tudo aqui só faça parte da minha eterna vã filosofia que só agrada a mim mesmo, mas esse é o meu ponto de vista, não preciso que ninguém entenda, apenas respeite. Incalculáveis pontos de vista vistos de vários pontos, deve ser isso que seja a lei da humanidade. E toda frase termina em um ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação e ponto final, no meu caso, termino com reticências, pois elas indicam que eu posso mudar esse ponto de vista que vejo agora deste ponto...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

“Sábado, 12 de fevereiro de 1944"...

"[...]

Ando de um cômodo para o outro, respiro pela fresta na janela, sinto o coração bater como se dissesse: realize meus desejos...
Acho que a primavera está dentro de mim. Sinto a primavera despertando, sinto em todo o meu corpo e minha alma. Tenho de me forçar a agir normalmente. Estou numa confusão absoluta, não sei o que ler, o que escrever, o que fazer. Só sei que estou sentindo falta de alguma coisa...”

Uma vez uma menina alemã e judia escrevia isso em seu diário, estando escondida no escritório de seu pai em Amsterdã na Holanda juntamente com sua família (pai, mãe e irmã) e outras quatro pessoas. Eles se escondiam dos nazistas que estavam à caça dos judeus, e estas oito pessoas conseguiram se manter escondidas por mais de dois anos. Por que escrevi isso? Ah, deve ser porque eu deva estar sentindo o mesmo nesse momento, pena que agora não tenho ninguém pra se esconder comigo. Ah, o nome da menina? Seu nome era Anne, Anne Frank...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A longa breve história de JF...

Há poucos e poucos anos atrás nascia na pacata cidade de Acrópolis um sujeito chamado JF que, segundo o que ele mesmo me falou um dia desses, chegou para “amar e mudar as coisas”, fazer o bem aos outros, querer o bem para os outros, ser altruísta, apesar de sua essência egoísta (mas esse lado negro da força somente é conhecido por quem lhe conhece de verdade).
JF nasceu no ano de 1988, logo após um longo período obscuro na história de seu país, esse ano vai marcar o início de uma nova era através da promulgação da nossa Carta Magna. Esse ano também vai marcar a realização dos XXIV Jogos Olímpicos Modernos, em Seoul, talvez em concordância com o ramo que o nosso personagem iria trabalhar, a área da cultura corporal de movimento ou simplesmente EF.
Pois bem, quando me falou de sua história JF não sabia explicar direito como foi o início de sua vida, talvez ele tenha ido direto para a casa de sua avó paterna (Dona Li), “a casa onde eu sempre morei” e com cerca de um ano mudou-se pra uma Cidadezinha do Litoral do belo estado do Siará Grande, mas voltou logo para a sua cidade natal, a sua Acrópolis. Ou talvez ele tenha inventado tudo isso sobre o início de sua vida.
A primeira infância não foi muito lembrada, apenas memórias remotas de brincadeiras com o Irmão, primos e amigos, mas ficaram algumas lembranças que jamais serão esquecidas. Tais lembranças referem-se aos poucos, no entanto, maravilhosos momentos ao lado do Seu Papai (aquele de aspecto físico e caráter gente fina como os de JF atual). Lembranças de idas ao supermercado comprar revistas em quadrinhos, passeios pela lagoa, o dia em que se protegeram da chuva numa cabana de palha ao lado da lagoa, as visitas à casa da Bisavó (a mesma Bisavó que faleceu na casa de JF, momento tristíssimo em sua vida), sempre juntos, ele, o Irmão e o Seu Papai.
Mas logo cedo esses passeios e alegrias tiveram que ser suspensos, o ano de 1992 marcou a ida do Seu Papai para um lugar distante, a sublime Floresta Amazônica, atrás de ganhar “o pão nosso de cada dia”, pena que o destino lhe mandou o pior. JF me disse que ainda lembra com um pouco de esforço da última visão que teve do Seu Papai, era o aceno final do alto da escada que conduzia ao avião, com uma blusa estampada e uma calça longa, adeus papai, pena que fora pra sempre.
No final do ano seguinte, talvez no dia 12 de novembro de 1993, o telefone tocou na casa de JF, quem atendeu foi o Irmão que logo entrou em desespero e passou o telefone à Dona Li. Chegara ao final a viagem de Seu Papai ou talvez fosse apenas o início de uma nova viagem, quem sabe? O dia seguiu tranqüilo até a volta da escola onde fora sido buscado pelo Padrinho e Uma das Tias, no caminho de volta para casa passaram na igreja, naquele momento, mesmo tão moço, JF sabia que havia acontecido algo ruim, desconfiara que realmente nunca mais viria Seu Papai.
Chegando em casa, a mesma estava lotada de amigos e parentes, todos em profunda tristeza e JF chorou mais por ver tanta gente chorar do que por estar sentindo falta de alguém, essa falta, esse vazio, essa lacuna só viria aparecer muitos anos depois, durante a sua adolescência, ah e que falta esse cara ainda faz na vida de JF. Um pai, um companheiro, um confidente, um sujeito mais experiente, faltou essa figura na história de JF.
No dia seguinte, ou talvez dois dias após o telefone ter tocado, viajaram todos para a mesma Cidadezinha do Litoral onde JF havia morado no seu primeiro ano de vida. JF foi pensando que iria se divertir, sem saber ao certo o motivo que levava tanta gente pra lá e chegando na tal cidade viu mais gente ainda, todos tristes. Como tava lotada aquela igreja e como só depois de muito tempo ele foi saber quanto era querido aquele Seu Papai.
JF me disse que estava na porta de casa quando viu chegar um carro longo e dentro estava o corpo de Seu Papai, ele não quis ir vê-lo na igreja, talvez por não entender direito ainda (ele tinha só 5 anos), talvez por medo. Talvez tenha sido melhor, talvez tenha sido melhor ter ficado com o aceno do avião do que com os olhos fechados de Seu Papai. E segue a esperança de JF em um dia voltar a ver Seu Papai, um dia, quem sabe?
Preciso dar um tempo aqui nesta longa breve história de JF, meus olhos pedem um pouco de descanso de tantas lágrimas que caem nesse instante.
Pois bem, Seu Papai se foi, mas ficaram as recordações, alguns brinquedos e revistinhas enviadas por Seu Papai, as lembranças dos telefonemas aos domingos para ouvir a voz de Seu Papai que atualmente é impossível de ser lembrada por JF e também a tristeza de nunca mais poder vê-lo. E após tudo isso JF seguiu morando na mesma casa da vó Dona Li, isso por pedido de Seu Papai antes de viajar, queria que JF e o Irmão continuassem morando com a vó. Sua Mamãe seguiu vivendo na casa da avó materna de JF (Dona H), mas sempre estava a visitar os seus filhotes. Acho que Seu Papai e Sua Mamãe estavam separados antes da viagem eterna, não sei explicar direito, nem mesmo JF sabe, ele nunca foi atrás de saber algo sobre isso. Ah Sua Mamãe, apesar de não estar sempre presente, ela foi e continua sendo capaz de enfrentar todos os empecilhos para ver todos os seus filhotes felizes, agora em companhia da Irmã também.
O tempo passou, JF foi crescendo, sofrendo, aprendendo, vivendo e já aos 10 anos de idade ele se apaixonou pela primeira vez. Como era aquilo? Pela primeira vez JF sentia atração física por outra pessoa, queria estar junto de alguém, ah como eram bons aqueles raros instantes com a pessoa amada, mas nunca aconteceu nada demais me falou JF, era apenas uma Amiga de Escola.
Somente na adolescência JF começou a sentir o sabor de outras pessoas, somente nesse período que ele vai encontrar as verdadeiras paixões, os primeiros beijos, as primeiras namoradas. E cursando o ensino médio, numa escola que mais parecia uma universidade, JF encontrou a pessoa que mudou completamente a sua vida.
JF deixou de ser um sujeito tímido, calado, quieto, inseguro e mudou completamente graças a ela, a Menina que cresceu, virou mulher, mas não perde a meninice. Ela foi a responsável por JF crescer como gente e se tornar muito desse sujeito que ele é hoje em dia. Foram muitos e maravilhosos os momentos felizes que eles viveram juntos, da paixão ao amor mais puro, eles enfrentaram cada etapa, cada felicidade, cada tristeza, cada queda, cada vitória e construíram uma linda história que pode ser retratada em livros ou até mesmo em filmes.
Juntos JF e a Menina que cresceu, virou mulher, mas não perde a meninice descobriram a paixão, o amor, os prazeres, os desejos, o tesão e tudo mais que as pessoas podem sentir uma pela a outra. Riram mais, muito mais, do que choraram, se ajudaram, se tornaram grandes amigos, e se eu disser que a relação de casal entre eles acabou poucas pessoas vão acreditar. Mas a verdade é que o amor sublime que construíram, ah esse nunca vai acabar. JF me disse que está certo que nunca vai esquecer de sua Menina que cresceu, virou mulher, mas não perde a meninice, acredito que ela pode afirmar o mesmo.
JF saiu da adolescência, passou na universidade para estudar EF, fez vários amigos, se formou, virou professor e teve de ir pra bem longe de Acrópolis, talvez isso tenha ajudado a se distanciar da Menina que cresceu, virou mulher, mas não perde a meninice. Lá apareceu uma vida completamente nova, nova em todos os sentidos, JF havia virado um homem feito, foi morar sozinho, aumentou suas responsabilidades, mas até agora acha que está tudo indo tranqüilo, apesar dos pesares. Ah, o nome da cidade, é aquela Cidade Moderninha do Norte.
A longa breve história de JF pode estar chegando ao fim aqui, mas muita coisa falta ser contada, muita coisa mesmo. Quantas pessoas passaram e passarão em sua vida, quantos lugares, quantos sentimentos, quantos aprendizados, quantas tristezas, quantas decepções, quantas alegrias, quantas felicidades, quantos livros, quantas músicas, quantos poemas, quantas coisas cabem numa única história, numa única vida? Aqui talvez esteja os pontos principais de apenas 23 anos (infelizmente lá se vão 18 sem o Seu Papai) que JF acaba de completar e o que será que virá daqui pra frente nessa nova fase da vida de JF? Deixa que "o vento vai responder"...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"I'm Nobody" or "I'm the invisible man"?...

Many dreams to dream and you make me to think about my worst memories. But who are you? Like in the songs I can’t know you in the all, maybe you are just a little girl. Many things to think and I discover that I can’t sing my best songs. Who am I? Like the singers I can be Nobody or the invisible man, maybe that’s it you think about me.
It may be that anybody can understand these words, but they are essential in my mind, and I intend that anybody can understand them because they are only irrational words of Nobody, they are only crazy words of the invisible man.
Like I already said I’m just a stupid little dreamer, hopeful, sentimental, lover, in the end, I’m a supertramp, I’m Nobody, I’m the invisible man, or whatever you want...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Por que não te calas no meu falo?...

Não te calas quando eu falo, quando eu falo não te calas, não te falo no teu colo, no teu colo não te falo. Eu me calo no teu colo, no teu colo eu me calo, eu te falo quando calas, quando calas eu te falo. Não te falo quando eu colo, quando eu colo não te falo, não me calo quando falas, quando falas não me calo. No meu calo tu não colas, tu não colas no meu calo, no meu falo não te calas, não te calas no meu falo...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

7/4...

Bússolas quebradas, mapas rasgados, meus pólos se inverteram, saí da solidez do asfalto para a solidão do abismo. Sigo sem rumo, sem direção, sem destino certo e meu futuro é incerto. Agora estou sozinho, mas quem vai mostrar o meu caminho?
“Sete vidas, mais de mil destinos” ou destino algum. “Tração nas quatro rodas” para me levarem para bem longe de qualquer lugar. “Solidão à dois” seria melhor do que sem ninguém ao lado.
Alterações, variações, modificações, mutações, 7 por 4, será que no final vai dar 2? Só quero amar mais e mais, afinal, “a medida de amar é amar sem medida”, sem limites para amar, para sonhar, para viver.
“É melhor pedir perdão do que permissão”, aprendi isso em algum livro que li por aí, só quero continuar lendo mais e mais. No entanto, ainda estou preso nesse abismo de mim mesmo, mas como sempre a esperança está aqui do meu lado para me ajudar e dessa vez a esperança vai me esperar.
7 por 4, a resposta não é lógica, números não são lógicos, como não é lógica a minha mente que pra ela mesma mente. É só deixar rolar, o tempo vai passar, o pássaro vai cantar, a guitarra vai gritar, o livro vai contar, a angústia vai acabar, a esperança vai esperar, repito, a esperança vai esperar, pois do abismo hei de sair...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Threw a spell against me...

Threw a spell against me and I still don't know who was. Perhaps came of your eyes, perhaps came of your mouth, perhaps of your beautiful face, perhaps of your whole body, perhaps didn't come of nowhere.
And my body is now infatuated, dominated for strange fellings that I can’t explain, happiness or sadness, pleasure or deception? I don’t know, maybe “the answer is blowing in the wind”. Unfortunately I follow “crying like a fire in the sun”, “like a rolling stone”.
Who goes with much thirst to the pot finishes thirsty. I need to calm me and let the things happen in its time “and I don’t need no drugs to calm me”. But the calm doesn’t calm and I don’t know what else I can do to calm me, maybe the drugs help me?
The edge of the mind divides the reason of the heart and “now there’s not a lot I can do” to change the effect of the spell. I can’t say more that “I am the master of my fate: I am the captain of my soul”, I can only hope that the spell finishes soon and I also wish that the spell turns against the witch.
And in the end I can say “it is easier to be sad than happy”…

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Supertramp...

Dreamer, I’m just a stupid little dreamer, a dreamer who dreams with an easy life, but this is my biggest mistake. Hopeful, I’m just a stupid little hopeful, a hopeful who hopes good things in my way, but this is my biggest weakness. Sentimental, I’m just a stupid little sentimental, a sentimental who believes in the heart, but this is my biggest fault. Lover, I’m just a stupid little lover, a lover who thinks the love is the best feeling, but this is my biggest guilt.
Supertramp, this is my life, this is my way, this is my future, this is my death…

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Viver, viver e viver... ou "Everything's gonna be alright"...

Antes a solidão era um fascínio para mim, mas neste exato instante ela passa a ser minha maior inimiga. Antes era a melhor coisa do mundo viver sem ninguém por perto, hoje eu queria que todo mundo estivesse vivendo junto comigo em meu apartamento.
Por que as pessoas existem? Por que aparecem na minha vida? Por que eu me dou tão bem com elas? Por que eu gosto tanto das pessoas? Por que eu as amo, se elas não estão nem aí pra mim? É confuso, mas sou encantado por pessoas que nem vejo, que nem sei o que sentem por mim. Vivo inventando encontros imaginários com elas, encontros que nunca existirão, saiba que isso na maioria das vezes é horrível para mim, o que eu sinto é muito estranho.
Por que não se pode amar várias pessoas? Seria tão mais fácil, não teríamos que sofrer tanto. Poder até que pode, mas é muito prejudicial para algumas pessoas. E o que me deixa intrigado é que tudo isso acontece só porque eu amo demais, afinal, essa porra de amor não era pra ser algo bom, saudável? Amor, a velha “flor roxa que nasce no coração dos trouxas”.
Eu só queria que todo mundo me amasse do jeito que eu amo todo mundo. Queria que as pessoas fossem melhores, deixassem de julgar e serem julgadas pelas outras, também queria não querer julgar ninguém, queria que todo mundo se gostasse, se amasse, será que isso é pedir muito? Só pode, isso é pedir demais, mas é muita pretensão minha viu, querer que todos fossem iguais a mim, eu sou é um puta de um egoísta mesmo.
Às vezes acho que eu deveria abandonar tudo isso aqui, tudo isso que existe, tudo isso que chamam de vida, só não faço porque eu amo viver, quero viver, quero realizar coisas que nunca fiz antes, quero ser feliz, mesmo que acabe sozinho. A vida está aí para ser vivida, vamos viver mais, “vamos viver diferente”. Vamos pular de tirolesa, conhecer outros lugares, ler mais, criar mais, vamos inventar coisas novas, vamos sair pelados por aí, vamos ser feliz, vamos se amar, vamos ser menos racionais, conhecer mais pessoas, quebrar mais a cara com elas, mas vamos viver, pelo menos isso. "Vamos chegar ao fim, buscar a felicidade. Vamos tentar o melhor, partir com dignidade".
Devemos fazer o que se deve ser feito, lutar pelo que queremos, deixar de sermos racionais e passarmos a sermos mais sentimentais. Pode ser que eu acabe errando nisso tudo, e o pior, pode ser que eu tenha feito tudo isso em vão. Mas no final só tenho que me acalmar e viver minha vida, viver para mim, para o meu egoísmo, para a minha solidão e acabar voltando a ser amigo dela...

Uvas, vinhos e vinagres...

O gosto doce das uvas já não é o mesmo, afinal, para a raposa as uvas sempre estarão verdes demais. O gosto doce dos vinhos continua a me deixar alterado, pois o prazer estará eternamente presente no culto a Baco. O gosto azedo dos vinagres ficará presente em minha boca da mesma forma que amargou a boca de Jesus na cruz. Todos na mesma essência, mas com objetivos diferentes, um serve de alimento para o corpo, outro de alimento para o espírito e outro de alimento para a alma.
As uvas seguirão verdes? Os vinhos continuarão dando prazer? Os vinagres permanecerão amargando? Como a raposa, seguirei sem querer as uvas? Como Baco, continuarei alterado pelos vinhos? Como Jesus, permanecerei amargurado pelos vinagres?...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Já tenho uma “razão especial pra lembrar”...

Já tenho uma “razão especial pra lembrar” de que a vida valeu a pena, de que viver é a melhor e única chance de ser feliz. “O tempo não tem compaixão”, mas para quem sabe esperar a hora certa sempre chega, pode ser que essa hora dure apenas uma hora, pode ser que ela dure para a vida inteira. O tempo passa e é aproveitando cada oportunidade que a gente se certifica que está vivo.
A gente se certifica que está vivo, mas seria mais fácil continuar sendo criança e se esquecer de que existem problemas de adultos, era mais fácil quando se tinha o apoio de pessoas e não precisava encarar tudo sozinho, seria mais fácil seguir no conforto do lar e se esquecer que agora a vida é vivida de maneira mais dificultosa. E é dessa dificuldade que eu gosto, que no final ela se torna tão fácil, tão simples, tão banal e a vida passa a ser vivida plenamente.
A vida passa a ser vivida plenamente e agora eu sou mais eu, não preciso me esconder atrás de máscaras que nunca revelavam o meu verdadeiro ser. Afinal, foi bom sim ter crescido e os problemas terem aparecido, eles estão aí para ser superados, se não conseguirmos, é só aprender com os erros. Os erros são o aprendizado para a mudança, os erros são conhecimentos para sempre, é errando que se aprende, é aprendendo que se vive melhor.
É aprendendo que se vive melhor e se vive melhor quando não perdemos as oportunidades que a vida nos oferece, não podemos deixar elas escaparem, mesmo que elas sejam prejudiciais. A gente fica ciente que vale mais a pena ter realizado o que se queria do que passar a vida inteira sofrendo pelo que deixou de fazer.“A vida vaza e voa, passa e não perdoa” e não podemos ficar parados, de braços cruzados e volto sempre a repetir o que sempre tenho dito: vida, temos apenas uma para ser vivida, nada mais haverá depois disso aqui.
Nada mais haverá depois disso aqui e voltamos ao começo onde temos que fazer valer a pena cada momento, cada segundo, cada instante. Faça sua parte, pois eu já posso gritar ao mundo inteiro que já tenho uma “razão especial pra lembrar”...